Quem Tem Amigo Tem Tudo

1717 Words
Não demorou muito para que eles entrassem no quarto de Hellen a encontram sentada na cama com as mãos sobre os joelhos de cabeça baixa. Julia se aproximou e tocou nela. – Amiga. Ela levanta a cabeça e seus olhos estavam muito vermelhos. – Você teve aquele pesadelo novamente? Hellen. – Sim Juh todo ano é a mesma coisa. Cris. – Oh minha linda passando a mão nos cabelos da amiga. – Quer que fiquemos aqui com você? Hellen. – Eu só queria que essa dor sumisse apertando o peito voltando a chorar e muito. Diogo. – Hellen porque está assim? – Me diz o que te aconteceu? Ela não responde. Kelly. – Amiga só queremos te ajudar. Hellen. – Me deixem em paz. Julia. – Saiam por favor deixem que fico com ela. – Amor se importa deu passar essa noite com ela? Cris. – Claro que não amor se você conseguir deixa-la mais calma. Ela dá um selinho rápido na morena. Diogo. – Eu quero ajuda-la. Heloisa. – Sabemos cunhado mais é melhor a Ju ficar depois eu explico. Então eles saem do quarto deixando apenas Julia e Hellen. Julia. – Estamos sozinhas aqui. – Você quer falar sobre o pesadelo? Hellen. – Não tenho o que falar foi o de sempre. Júlia. – Quer que eu pegue uma água? Hellen. – Não apenas fica aqui comigo pode ser? Julia. – Sim amiga fica tranquila. Hellen. – Os seus olhos... Julia. – Eu sei já me disse que te faço lembrar a Alice. Na sala. Kelly. – Pequena dá para nos explicar o que aconteceu? Heloisa segurando nas mãos de Kelly. – Amor. – Quando a Hellen tinha 11 anos ela o pai, a mãe e a irmã mais velha foram passar o aniversário da irmã na casa da avó delas no interior do Rio. Diogo. – O que isso tem a ver com fato dela está em prantos no quarto? Cris. – Deixem a Helo terminar e já iram entender. Heloisa. – Continuando. – A Alice irmã da Hellen estava fazendo 13 anos e queria muito comemorar com a avó, então naquela manhã elas foram para lá. – Estava tudo tranquilo até que um motorista bêbado atravessou o caminho deles, colidindo fortemente com o carro da família. Kelly levando as mãos à cabeça. – Meu Deus pequena e como eles ficaram? Cris. – A Hellen sobreviveu teve leves ferimentos, mais só ela sobreviveu o pai foi jogado para fora do carro, a mãe quebrou o pescoço e a Alice morreu um pouco antes do resgate chegar. E amanhã faz 8 anos que isso aconteceu. Diogo. – Como fui e******o não deveria ter perguntado pela família dela. Heloisa. – Você não podia imaginar cunhado. – Ela ficou horas esperando o resgate com os corpos dos pais e vendo a irmã agonizar. Kelly. – Nossa quem vê a Hellen tão alegre, brincalhona jamais pensaria algo assim. Heloisa. – Meu amor é uma forma dela lidar com isso, se fingindo de forte. Diogo. – Não entendo porque a Julia ficou lá com ela. Cris. – Quando nos conhecemos de início ela evitava a morena e não entediamos o porquê, até que um dia a Ju pressionou e ela nos contou do acidente e disse que a morena lembrava a irmã dela. – Por isso quando a Hellen fica assim só a irmã de vocês consegue acalma-la. Diogo. – Pois é como se ela estivesse com a irmã novamente. Heloisa. – Exatamente isso. No quarto. Julia. – Está se sentindo melhor? Hellen. – Não porque eu tive que sobreviver, porque Deus não me levou junto? Julia. – Para não fala assim. – Você tem muitas coisas para fazer nesse mundo ainda. Hellen socando o coxão. – Não é justo a Alice tinha 13 anos era uma criança ainda, ela nunca soube o que se apaixonar por alguém, ter a primeira vez, fazer uma faculdade. Julia chora muito vendo o sofrimento da amiga. Hellen. – Minha mãe era tão doce e linda só tinha 33 anos e muitos sonhos a serem realizados, junto com o meu pai. – Que ódio imaginar que o motorista do caminhão está solto e eu sem minha família. Julia. - Chora linda pode chorar à-vontade em meus braços, joga essa dor para fora. Hellen se deita com a cabeça apoiada no peito da amiga e chora muito. Hellen. – Dói saber que amanhã ela faria 21 anos. Julia. – Você me diz que te faço lembra-la então olha para mim e diz o que gostaria de dizer para sua irmã? Hellen. – Eu te daria uns tapas isso mesmo, porque prometeu que nunca me deixaria sozinha. Voltando a chorar aos poucos Julia consegue acalma-la e ela adormecer abraçada a amiga. Na sala. Cris. – Amores está ficando tarde vou me recolher. – Beijos indo para o quarto. O mesmo fazem Diogo, Kelly e Heloisa. Kelly. – Pequena. Heloisa. – Oi meu amor? Kelly. – Estou ainda sem acreditar que barra perder a família toda de uma vez. Heloisa fazendo carinho nos cabelos dela. – Sim amor não consigo nem pensar, no que teria feito no lugar dela. – Acho que não suportaria. Kelly. – Ela é uma garota muito forte. Ela se deita e Heloisa beija a nuca da noiva até que elas adormecessem de conchinha. Diogo. Passou boa parte da noite pensando em tudo que aconteceu antes de dormir. Cris sentiu falta da companhia de Julia mais entendeu que Hellen precisa do apoio dela. O dia amanhece e Julia acorda olha para Hellen que ainda a abraçava e limpa uma lágrima que escorria no rosto da amiga. Ela se levanta com cuidado mais a modelo estava acordando. Hellen. – Bom dia Ju. Julia. – Oi linda te acordei dando um beijo em sua testa. Hellen. – Não eu já estava despertando. Julia. – Se sente melhor? Hellen pula da cama sorrindo. – Estou ótima meu bem. Julia a observa. – Todo o ano é a mesma coisa ela sempre banca a alegrinha, para disfarçar a tristeza. Pensa consigo mesma indo em direção ao banheiro. Aos poucos eles se encontram na mesa. – Bom dia amores diz uma Hellen com um sorriso largo, que nem de longe lembrava aquela garota que passou a noite chorando pela morte da família. Kelly sem entender o jeito dela. – Você está bem? Hellen. – Estou ótima amiga. Diogo. – Tem certeza que tá legal? Hellen. – Absoluta Di estou maravilhosamente bem. Os irmãos se olham sem entender. Heloisa sussurrando para eles. – Todo ano é assim ela chora e depois tem "esse surto de felicidade" achando que nos engana. Cris. – Mais sabemos que por dentro ela está dilacerada. Julia dá um beijo na sua princesa. – Bom dia meu amor. Cris. – Bom dia minha linda. – A Hellen dormiu bem? Julia. – Ela chorou muito mais acabou dormindo. Cris. – Amiga você é a única mulher que o deixo dormir ao lado da Ju. Hellen. – Por que você sabe que sou hetero sua b***a dando a língua. Cris. – Isso é um pequeno detalhe mais é porque confio em vocês. Hellen. – Ju eu preciso tirar fotos hoje? Julia. – Não as fotos ficaram ótimos. – Depois veremos os detalhes para o desfile mais não por agora. Hellen. – Ótimo então eu vou comprar flores, levarei ao tumulo deles. Cris. - Iremos com você. Hellen. – Não precisa Cris estou bem amiga. Kelly. – Que bom mais iremos de qualquer jeito. Hellen. – Você não tem aula hoje? Heloisa. – Não temos amiga e mesmo que tivéssemos iríamos te acompanhar. Hellen. – Já disse que não precisa. Diogo. – Mais vamos então pare de ser chata aperta a bochecha dela. Hellen. – Ok vocês venceram então vamos. Eles tomaram café se arrumaram e foram primeiramente numa floricultura e depois ao cemitério. Diogo. – Linda você está se sentindo bem? Hellen suspira. – Não se preocupe está tudo bem. Antes deles entrarem ouvem alguém dizendo. – Ei me esperem. Eles viram e veem Eduardo e Jhones. Heloisa. – Edu você veio dando beijo no amigo. – Bom dia Jhones. Jhones. – Bom dia galera. – O Edu fez questão que o trouxesse aqui. Hellen. – Você lembrou bicha? Ele abraça a amiga. Eduardo. – Nunca vou esquecer vim te dar uma força minha taradinha. Eles entram e assim chegam ao jazigo da família Lopes. Hellen. – Desculpem não vir aqui mais vezes é difícil para mim, essa dor é tão grande. Ela suspira. – Às vezes me parece que foi ontem tudo tão rápido nem tive tempo de me despedir. Ela limpa, troca a foto da lápide, põem flores e ascende umas velas. – Pai sinto tanta falta do seu jeito protetor, seu abraço acolhedor e como gostava de me girar, sinto falta de velo lendo seu jornal pela manhã eu te amo por toda eternidade. – Alice minha linda e irritante irmã. – Acredita sinto falta da gozação? Verdade sinto falta de você me chamando de bebezão. Julia. – Se quiser te chamo assim bebezão. Ela olha para amiga e sorri com os olhos marejados. Hellen. – Mãe eu nem sei o que dizer como dói não te ter. - Quero me lembrar de você como uma pessoa que sempre ousou sonhar e acreditar nos planos de Deus. – Quero me lembrar dos verões, quero me lembrar das canções. – E das lições que me ensinou. – Se eu pudesse voltaria atrás e te beijaria muito mais. – Mãe ouviria mais os seus conselhos, - sinto tanta falta do seu cheiro de acariciar os seus cabelos. – Mas aprouve a Deus te acolher. – Minha esperança é que na eternidade vou te ver. Ela para e começar a chorar muito. Então Julia segura em sua mão e continua. – Na eternidade, sem sentir saudades. – Vamos adorar a Deus, vamos adorar a Deus. Sendo acompanhada pelos amigos que choram e cantam juntos. – Na eternidade com os meus amados. – Do jeito que eu sempre quis. Porque lá no céu toda hora é hora de ser feliz. Hellen chorava muito abraçada a Diogo. – Obrigada nunca disse o quanto sou grata por ter vocês. – Quem tem amigo tem tudo. Então eles se abraçam.
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