Madagascar
Michel narrando.
Pensando no bem-estar da Ana, nós decidimos ele embora da ilha, para ser bem sincero também não me adaptei muito bem aqui, mas como fui eu que inventei de vir para cá eu tinha que dar o exemplo e fingir que estava tudo bem.
Desde o início eu sabia que hora não tinha gostado da ideia de vir para cá, mas eu pensava sempre que era um Bom Lugar para manter a gente distante de tudo, e de todos que que possam querer nossa volta.
Voltar para o Brasil para mim é fora de cogitação, eu me vejo no tráfico de novo não me vejo rodando a favela de moto com fuzil nas costas.
eu sempre tinha aquela preocupação de tentar me manter limpo para poder ir para onde eu quisesse quando eu quisesse e foi isso que me trouxe até aqui, porque se eu fosse fichado na polícia eu nunca nem sairia de dentro da Marconi.
E ainda tem toda aquela questão do cara que estava seguindo a gente, o tal sócio do ex da Ana, não sei o quê ele quer, não sei se ele quer vingança, não sei se ele quer dinheiro,mas por via das dúvidas eu prefiro me manter bem distante de todos esses problemas, e na minha cabecinha aqui era um lugar perfeito para nos escondermos.
já tem alguns dias que ela não está de cara feia, reclamando de tudo passa a maior parte do tempo dentro do quarto dormindo, e né comida daqui ela tá comendo mais.
tudo bem que aqui tem algumas coisas que são meio estranhas mesmo, comidas com cheiro forte tempero mais forte ainda que eu mesmo não me adaptei.
Comemos por um bom tempo o estrogonofe de salsicha, depois eu acabei descobrindo que era um prato super normal aqui, e que não existe estrogonofe de carne ou de frango é exclusivamente de salsicha, muito louco essa parada de cultura todo dia a gente aprende um pouquinho sobre.
fui logo organizar a viagem, não é algo muito fácil pois não é só comprar uma passagem e ir embora, eu preciso da passagem de uma hospedagem, conheceu o mínimo do país para poder saber qual é o melhor lugar para a gente ficar mas reservados e ainda preciso ver o barco para tirar a gente daqui.
Conversamos e combinamos que Suécia é uma boa opção, a capital Estocolmo é bem tranquila, Eu preciso ver uma casa pra gente ficar, ao invés de ficar num hotel igual estamos aqui há mais de 1 mês.
Ana estava certa quando falou do dinheiro se ficarmos gastando desembestada mentiu daqui a pouco a gente está quebrado, então a gente precisa investir de um lado e economizar do outro para que a gente consiga se manter sem trabalhar por um tempo.
não demorou muito eu consegui resolver boa parte das coisas da viagem.
Consegui arrumar a casa as passagens saindo de Moçambique, dei uma olhada rápida em como era a cidade, e agora só falta falar com o cara para tirar a gente de barco da ilha.
Consegui a passagem para a Suécia para daqui a 2 dias, então temos que correr guarda tudo certo.
Ana tá do meu lado na cama dormindo ainda não sabe de nada, vou pegar alguma coisa para ela comer no restaurante do hotel, acorda ela e contar a novidade.
Fui até o restaurante do hotel, peguei uns pães na chapa, que na verdade é que nem é pão na chapa, mas é o que mais parece com o que a gente está acostumado a comer, peguei uns pedaços de bolo, que Ana gosta bastante, e coloquei em uma Cumbuca o nosso famoso estrogonofe de salsicha, também peguei alguns biscoitinhos e uma jarra de suco de laranja que eu sei que ela adora.
voltei pro quarto me sentei devagar do lado dela na cama eu nem precisei chamar, ela se levantou sentindo o cheiro da comida.
Ana: senti de longe—Ela disse ainda meio sonolenta.
Michel: está com fome vida? — disse passando a mão no cabelo dela
Ana: um pouquinho.
Michel: trouxe aquele bolo que você gosta. — Ela deu um sorrisinho bobo e se balançou todinha, sinal que gostou.
Ana: obrigada amor.— Ela disse pegando a fatia de bolo e dando uma mordida.
Michel: tenho uma coisa para te contar.
Ana: fala amor – ela disse de boca cheia.
Michel: acabei de comprar nossas passagens para Suécia, em 2 dias nós estamos embarcando.
Ana: Sério? - ela parou de comer e ficou me olhando.
Michel: seríssimo amor, não falei que ia fazer o que você quisesse, o que fosse melhor para você, acabei de fazer.
Ana: nossa amor foi muito rápido, eu nem esperava que você resolveu isso tudo tão rápido assim.
Michel: só não vamos embarcar hoje porque não tem passagem, e eu ainda preciso falar com o cara para tirar a gente daqui. Mas se desse a gente saia daqui agora, você sabe que por você eu faço o possível e O Impossível. - ela me olhou deu um Sorriso e me deu um abraço
Ana: obrigado por me entender. - ela disse no meu ouvido
Michel: imagina amor você esteve comigo em momentos muito piores que esse, então eu sempre vou fazer tudo para te agradar, pra te ver bem.
Ana: você sabe que para mim nunca foi um sacrifício está com você, independente do que você era de onde nós estávamos, eu sempre quis ter você do meu lado.
Michel: eu sei amor, e eu valorizo tudo o que você fez por mim, ter vindo para cá, feito o que eu queria, valorizo muito tudo isso. - eu disse pegando na mão dela e ela sorriu. - agora vamos comer logo antes que esfrie.
Ana: vamos!!
Começamos a comer e Ana devorou o bolo, mas quando deu uma colherada no estrogonofe ela fez cara feia na hora.
Ana: quero mais não. — ela disse empurrando a cumbuca pra longe dela.
Michel: o que foi meu amor?
Ana: Não sei não aguento mais o cheiro disso, bate logo um enjoo.
Michel: fica tranquila que a gente vai sair daqui em breve e isso tudo vai acabar.