O sequestro

671 Words
Fiorella Abri e fechei meus olhos várias vezes sentindo minha cabeça doer. O lugar estava escuro, muito escuro. Senti dor ao notar que meus pulsos estavam algemados a uma cama estranha e com cheiro de mofo. Tentei me movimentar mas não consegui, tentei abrir minha boca pra falar mas não consegui. Meu coração começou a acelerar e minha cabeça doeu ainda mais, como se um tambor estivesse tocando, o tambor do terror. Respirei fundo várias vezes buscando calma e abri novamente os olhos. Olhei ao redor e os poucos feixes de luz iluminaram o ambiente. Era um quarto grande, com um guarda roupas velho de madeira. Eu não conseguia ouvir nada, absolutamente nada. Em minha boca havia uma fita forte o suficiente pra não me deixar nem lubrificar meus lábios que também estavam doendo. “Meu Deus como eu vim parar aqui? “ Me perguntei em pensamentos. De repente um flashback tomou conta da minha mente. Memórias on Por sorte eu falo bem português, minha mãe e meu pai me levaram várias vezes ao Brasil e eu acabei aprendendo pra me enturmar com as crianças da minha idade. Por mais que faça anos que eu não pronuncio nenhuma palavra, ainda sim guardo a língua no meu coração. O casal é super simpático e receptivo. Fomos a viagem inteira conversando sobre várias coisas e eles me contaram que são casados a muitos anos. Olhando assim eles parecem perfeitos juntos, zero defeitos. Depois de algumas horas de viagem finalmente chegamos ao Brasil. _ Se quiser pode posar na nossa casa, é um condomínio seguro. Disse a mulher com um sorriso gentil. _ Ah não obrigado, eu preciso encontrar uma pessoa ainda hoje, é meio urgente. Falei enquanto caminhava. Me despedi deles e peguei um táxi para um hotel. Fiz meu check in com um nome diferente, um documento falso que consegui a um tempo na faculdade mas que foi convincente o bastante, os Brasileiros adoram os estrangeiros e muitas vezes confiam em tudo o que falamos. _ Que canseira .. Resmunguei ao me jogar na cama. Eu gostei de papear mas foram horas de voo e sem dormir um minuto sequer. Fechei meus olhos e acabei dormindo. Me virei na cama ao ouvir um barulho estranho. É muito r**m dormir em um lugar que você não conhece e eu particularmente não gosto muito de hotéis, acho meio desprotegido e me senti tentada com o convite dos novos amigos que fiz, porém o sangue do homem mais desconfiado do mundo corre nas minhas veias e não pude me permitir confiar naquelas pessoas tão fácil. Omiti muitas informações da minha vida,espero que não tenha parecido estranho mas foi boa a companhia até aqui. Ouvi barulho de passos no corredor e isso me incomodou. Olhei no relógio e eram quase três horas da manhã. _ d***a, será que não vou conseguir dormir ? Resmunguei irritada. Me levantei da cama, abrindo a porta de uma só vez. Olhei para todos os lados do corredor e não vi ninguém. Voltei a fechar a porta e me deitei tentando dormir. _ Mas que coisa ! Acho que tem uma centopéia andando nesse corredor porque não é possível! Quando me sentei na cama a porta do quarto se abriu repentinamente. _ O-o que fazem aqui ? Perguntei assustada ao ver o casal de mais cedo entrando no quarto. _ Cama querida, viemos ver se você está bem.. Franzi minha testa com a desculpa esfarrapada. Pulei da cama tentando alcançar o banheiro mas eles foram bem mais rápidos.. Memórias off Então foi isso que aconteceu ? Eu esqueci de trancar a porta ? Meu Deus como eu pude ser tão descuidada .. agora estou aqui em um lugar nojento que não conheço. Como eu pude ser tão burra ? Como ? Ouvi passos vindo em direção ao quarto e senti meus pelos arrepiarem. Quando a porta se abriu pude ver a face das pessoas que eu jurei serem boas. Faces totalmente distorcidas, como se estivessem embriagados, como se fossem outras pessoas.
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