Ao entrar na sala de Adriano, o coração de Elena estava disparado.
Ela achava que seria demitida logo no primeiro dia, mas nada disso aconteceu.
- Sr. Alencar?....- ela disse de pé na porta.
- Entre por favor.
Sr. Alencar é o meu pai.
Adriano está melhor.
- Certo. Adriano.
- Não te lembras mesmo de mim?
- Sim.
Eu lembro muito bem de você.
- Ainda bem.
Já estava preocupado.
Porque fugiste de mim hoje de manhã?
- Tinha que vir trabalhar.
- Entendo.
Gostaria de saber mais sobre você Elena.
Aceitas almoçar comigo?
- Não. Eu não aceito.
Lamento dizer mas ontem agi por impulso e não volta a acontecer.
- Impulso?
Foi por isso que foste para a cama comigo?
- Sim. Eu nunca fiz nada assim.
Além disso, bebi demais e espero que isso não afecte o nosso desempenho profissional.
- Não. Claro que não.
Tu não sabias mesmo quem eu era?
- É claro que não.
Até ontem eu m*l saia da minha casa.
Será que podemos esquecer o houve? Por favor.
- Claro que sim. Está bem.
Vamos esquecer. Soube que és nova e não quero que tenhas problemas.
- Obrigada Senhor.
Me dá licença agora?
- Claro.
Podes ir.
Adriano ficou magoado.
Após o seu divórcio ficou muito tempo sozinho.
Isto até ver Elena a dançar e despertar novamente o brilho de seu coração.
Mas ela foi fria com ele e parecia não ter se importado com o que houve na noite anterior.
Mas Adriano não estava disposto a desistir.
Fora da empresa ele iria ser apenas um homem, e conquistaria a confiança de Elena....
Porque será que ela reagiu com tanta frieza?
Será que foi apenas para proteger Adriano?
Ou ela escondia alguma coisa sobre si mesma e por isso agia daquela forma?
Curioso para saber mais sobre a sua nova funcionária, Adriano decidiu que ficaria de olho nela mas de forma bem discreta.
Ela não podia desconfiar, e pela maneira como o tratou ela não era tão calma e ingénua como tentava parecer.
Por outro lado, Elena tentou manter a calma e foi até até ao banheiro.
Após verificar que estava sozinha, sentou-se no chão e respirou fundo.
- Eu não posso.
Eu não posso fazer isso.
Ainda sou casada com aquele verme. Não posso.
Elena também não voltou a ter nenhum sinal de Isabel.
Quando ela disse que a encontraria, sentiu-se segura e confiou nela no mesmo instante.
Mas após este tempo nada tinha acontecido, e nem mesmo Augusto a encontrou.
Se calhar Isabel a estava a proteger.
E se Augusto descobrisse quem a ajudou?
Já mais calma, Elena voltou ao trabalho.
Estava pronta para seguir a sua vida tranquila e discretamente, e não deixaria que nada a tirasse do seu objectivo, e isto incluía também a presença de Adriano.
Pediu a ele para esquecerem a noite que passaram juntos.
Mas como isso podia ser possível, se sempre que fechava os olhos Elena o via diante de si?
E por quanto tempo mais ela iria resistir a atracão que obviamente existia entre ela e Adriano?
Será que ele também a deixaria em paz?