Capítulo 3 - Mentiras

523 Words
Ao entrar na sala de Adriano, o coração de Elena estava disparado. Ela achava que seria demitida logo no primeiro dia, mas nada disso aconteceu. - Sr. Alencar?....- ela disse de pé na porta. - Entre por favor.  Sr. Alencar é o meu pai.  Adriano está melhor. - Certo. Adriano. - Não te lembras mesmo de mim? - Sim.  Eu lembro muito bem de você. - Ainda bem.  Já estava preocupado.  Porque fugiste de mim hoje de manhã? - Tinha que vir trabalhar. - Entendo.  Gostaria de saber mais sobre você Elena.  Aceitas almoçar comigo? - Não. Eu não aceito.  Lamento dizer mas ontem agi por impulso e não volta a acontecer. - Impulso?  Foi por isso que foste para a cama comigo? - Sim. Eu nunca fiz nada assim.  Além disso, bebi demais e espero que isso não afecte o nosso desempenho profissional. - Não. Claro que não.  Tu não sabias mesmo quem eu era? - É claro que não.  Até ontem eu m*l saia da minha casa.  Será que podemos esquecer o houve? Por favor. - Claro que sim. Está bem.  Vamos esquecer. Soube que és nova e não quero que tenhas problemas. - Obrigada Senhor.  Me dá licença agora? - Claro.  Podes ir. Adriano ficou magoado.  Após o seu divórcio ficou muito tempo sozinho. Isto até ver Elena a dançar e despertar novamente o brilho de seu coração. Mas ela foi fria com ele e parecia não ter se importado com o que houve na noite anterior. Mas Adriano não estava disposto a desistir. Fora da empresa ele iria ser apenas um homem, e conquistaria a confiança de Elena.... Porque será que ela reagiu com tanta frieza? Será que foi apenas para proteger Adriano? Ou ela escondia alguma coisa sobre si mesma e por isso agia daquela forma? Curioso para saber mais sobre a sua nova funcionária, Adriano decidiu que ficaria de olho nela mas de forma bem discreta. Ela não podia desconfiar, e pela maneira como o tratou ela não era tão calma e ingénua como tentava parecer. Por outro lado, Elena tentou manter a calma e foi até até ao banheiro. Após verificar que estava sozinha, sentou-se no chão e respirou fundo. - Eu não posso.  Eu não posso fazer isso.  Ainda sou casada com aquele verme. Não posso. Elena também não voltou a ter nenhum sinal de Isabel.  Quando ela disse que a encontraria, sentiu-se segura e confiou nela no mesmo instante. Mas após este tempo nada tinha acontecido, e nem mesmo Augusto a encontrou. Se calhar Isabel a estava a proteger.  E se Augusto descobrisse quem a ajudou? Já mais calma, Elena voltou ao trabalho. Estava pronta para seguir a sua vida tranquila e discretamente, e não deixaria que nada a tirasse do seu objectivo, e isto incluía também a presença de Adriano. Pediu a ele para esquecerem a noite que passaram juntos. Mas como isso podia ser possível, se sempre que fechava os olhos Elena o via diante de si? E por quanto tempo mais ela iria resistir a atracão que obviamente existia entre ela e Adriano? Será que ele também a deixaria em paz?
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