20" Uma nova jornada"

1352 Words
Priscilla Kauã estava radiante ao meu lado, seus olhos brilhavam de excitação. Kauã— Estou feliz pra c*****o, vou ver minha baixinha, aquele pingo de gente — disse ele, com um sorriso largo, e eu ri, contagiada pela sua animação. Priscilla— Já estou quase chorando de felicidade, estou com tanta saudade da minha filha — respondi, sentindo um nó se formar na garganta. Sophia tinha ficado sob os cuidados de um orfanato especializado, um lugar acolhedor com profissionais dedicados a garantir o bem-estar das crianças. Sabíamos que ela estava recebendo atenção e cuidados, mas nada poderia preencher o vazio que sua ausência deixava em nossas vidas. Cada dia longe dela parecia uma eternidade, e a ansiedade pela audiência aumentava a cada momento. Finalmente, o dia chegou. Levantei cedo, o coração batendo forte no peito. Acordei Kauã, que compartilhou um olhar cheio de esperança comigo. Ele sabia o quanto esse momento significava para mim, para nós. Kauã— Hoje é o dia, Priscilla. Vamos trazer a Sophia para casa — disse, segurando minha mão. Fomos juntos até o orfanato. O prédio era grande, com paredes coloridas e jardins bem cuidados. Apesar do ambiente acolhedor, nada disso importava tanto quanto o fato de que minha filha estava lá dentro, esperando por mim. Respirei fundo e entrei. Na recepção, fui recebida por uma assistente social, uma mulher gentil de meia-idade com um sorriso caloroso. Assistente— Olá, você deve ser Priscilla. Estamos esperando por você — disse ela. Antes de poder segurar Sophia nos braços, precisei passar por uma série de procedimentos burocráticos. Assinei inúmeros papéis, cada assinatura trazendo-me um passo mais perto de minha filha. Conversei com os assistentes sociais, que me atualizaram sobre sua rotina, alimentação e saúde. — Sophia é uma menina adorável. Todos aqui vão sentir falta dela, mas sabemos que ela estará em boas mãos — comentou um dos cuidadores, com um sorriso sincero. A espera para finalmente vê-la pareceu eterna. Cada minuto que passava parecia esticar-se, testando minha paciência e aumentando minha ansiedade. Quando finalmente me conduziram ao quarto onde ela estava, meu coração quase parou. Ao abrir a porta, vi Sophia em seu berço, brincando com um bichinho de pelúcia. Quando ela me viu, seus olhos brilhantes se iluminaram ainda mais, e ela estendeu os bracinhos para mim. Ao sentir seu corpinho quente e ouvir seu riso contagiante, uma onda de emoções me inundou. Todas as preocupações, medos e ansiedades dos últimos meses se dissolveram naquele momento. Sophia, com seus olhos brilhantes e sorriso encantador, estava de volta aos meus braços. A sensação era indescritível, uma mistura de alívio, felicidade e amor incondicional. Abracei-a com força, sentindo seu cheirinho familiar e ouvindo sua risada perto do meu ouvido. Lágrimas de alegria escorriam pelo meu rosto, e eu beijei sua bochecha repetidamente, incapaz de conter minha emoção. — Eu senti tanto a sua falta, minha princesa — sussurrei, a voz embargada pela emoção. Kauã, que havia seguido cada passo com olhos ansiosos, aproximou-se lentamente. Ele estendeu a mão para acariciar os cabelos de Sophia. Kauã— Oi, baixinha. O tio Kauã também estava com saudades — disse ele, com um sorriso trêmulo. Sophia, sempre tão perceptiva, olhou para Kauã e sorriu, estendendo um dos braços para ele, tocando seu rosto suavemente. Era como se ela soubesse que finalmente estávamos juntos novamente, e que nada poderia nos separar. Depois desse momento emocionante, precisei conversar mais um pouco com os cuidadores para me certificar de que estava ciente de todos os detalhes importantes sobre a saúde e o bem-estar de Sophia. Eles me entregaram uma sacola com alguns de seus pertences e um pequeno álbum de fotos com momentos que ela viveu no orfanato. Assistente— Ela vai sentir falta daqui, mas tenho certeza de que a adaptação será rápida com todo o amor que vocês têm para oferecer — disse a assistente social, me entregando o álbum. Saímos do orfanato com Sophia nos braços, o coração cheio de gratidão e esperança. A caminhada até o carro foi silenciosa, mas cheia de significados. Cada passo era uma vitória, cada respiração, uma confirmação de que estávamos no caminho certo. No carro, Sophia estava animada, olhando pela janela e balbuciando sobre tudo o que via. Sua alegria era contagiante, e Kauã e eu trocávamos olhares cheios de amor e alívio. Nossa menina estava de volta, e o futuro parecia mais brilhante do que nunca. No caminho de volta, paramos no shopping para comprar várias coisas que ela iria precisar. Cada escolha, desde as roupinhas fofas até os brinquedos coloridos, era feita com cuidado e amor. Queríamos que ela se sentisse acolhida e amada em nosso lar. Finalmente, chegamos em casa por volta das 15:30. Ao abrir a porta, fomos recebidos por uma visão que me fez parar de repente. A sala estava decorada com balões e fitas cor de rosa bebê, e uma faixa enorme dizia "Bem-vinda de volta, Sophia". Meus pais, Fernanda, Pesadelo, C2, Vitória, Th e Júlia estavam todos lá, esperando por nós. Priscilla— Ai meu Deus, eu vou chorar. Por que você não me disse nada? — perguntei, olhando para Fernanda com os olhos marejados. Fernanda— Era surpresa, né, b***a? Deixa eu pegar essa bolotinha — disse, pegando Sophia do meu colo. Meu pai, se aproximou e me deu um abraço forte. Murilo- Eu falei que tudo ia dar certo, que era só você ter fé, não falei? Abracei meu pai de volta, sentindo-me finalmente em paz. Em seguida, fui cumprimentar todos que estavam ali. A alegria e o amor no ar eram palpáveis. Th, com seu jeito brincalhão, exclamou: Th— Ai, queria falar nada não, mas eu sou padrinho dela, demorou!? C2— Nada disso, eu que vou ser, conheci a Priscilla primeiro que você, cuzão — retrucou, rindo. Priscilla— Eu nem pensei nisso ainda, gente, e tem o Pesadelo ainda, né? — falei, olhando para ele, que observava Sophia de longe. Kauã— Claro que não, Pesadelo é o pai, pô — disse Kauã, e eu taquei uma almofada nele, rindo. Paula— Para com isso, Kauã, os dois nem estão juntos — interveio, tentando colocar ordem na conversa. Th— Ainda, né? — provocou, e eu mostrei o dedo do meio para ele, rindo. Fernanda, segurando Sophia, comentou: Fernanda—Pelo visto, meu irmão está gostando da ideia, né? Ele não fala nada. Pesadelo, sem tirar os olhos de Sophia, respondeu com um sorriso: Pesadelo— Não falei nada porque não é uma ideia r**m, pô. Todos na sala ficaram em silêncio, olhando para ele. Priscilla—Tá doido, para de graça — falei, tentando minimizar o impacto da declaração. Júlia riu e comentou: Júlia— Claro que ele está brincando, Pesadelo não sabe cuidar nem dele, imagina da Sophia. Sabe nem lavar um prato, o coitado. Todos riram, menos Pesadelo, que retrucou: Pesadelo— Ih mãe, qual foi? Júlia— O que foi? Só falei a verdade — respondeu Júlia, ainda rindo. Ficamos conversando mais um pouco, até que os convidados começaram a ir embora. Restaram apenas eu, meus pais, Kauã e, é claro, nossa pequena Sophia. Fui dar banho na Sophia e aproveitei para tomar banho junto com ela. Coloquei um pijama nela e outro em mim. Descemos para a cozinha, onde minha mãe havia preparado uma papinha de abóbora e feijão para Sophia. Coloquei um pouco para ela e, em seguida, preparei meu prato. Jantamos juntos, em um ambiente de tranquilidade e felicidade. Depois do jantar, fui colocar Sophia para dormir. O cansaço do dia finalmente me alcançou, e me deitei ao lado dela, observando seu rosto angelical enquanto ela dormia. Refletindo sobre os últimos meses, percebi o quanto havíamos crescido e nos fortalecido como família. A luta pela guarda de Sophia nos uniu de maneiras que eu nunca imaginaria. Enquanto ela dormia, segurei sua mãozinha e prometi a mim mesma que faria tudo o que estivesse ao meu alcance para proporcionar a ela uma vida cheia de amor e segurança. Finalmente, fechei os olhos, sentindo uma paz profunda. Sophia estava em casa, e tudo estava, finalmente, no lugar.
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