Amor e Ódio | [MORRO]

07" Noite de Medo e Desejo"

Por um momento, pensei que fosse o C2, mas quando escutei aquela voz, um arrepio de medo subiu pela minha espinha, eu não fazia ideia de quem era.

Eu _me solta _falei me debatendo _quem é você? Me solta!

O beco escuro, iluminado esporadicamente por flashes de luz. Quando consegui ver o rosto dele, o medo só aumentou. Era um homem alto, magro, devia ter uns 35 anos, e tinha uma cara de psicopata.

XX _relaxa, gatinha. Não vou te machucar _ele disse, me apertando contra a parede, nossos corpos se juntando.

Eu _já disse para você me soltar! _gritei, agora mais brava do que antes.

XX _eu só quero um beijo, só. Você me olhando bravinha assim me deixa com t***o _ele disse, passando a mão pelo meu corpo inteiro.

Eu já estava chorando horrores, tentando sair dos braços dele, mas era impossível. Mesmo magro e desnutrido, ele era dez vezes mais forte que eu. Escutei a voz da Fernanda me chamando, e ela saiu correndo de perto do beco, provavelmente para chamar ajuda.

XX _vamos ser rápidos, gatinha. Só quero um beijo. Não me faça te machucar _ele murmurou.

Eu _me solta, por favor! _implorei, chorando ainda mais.

Quando ele tenta me beijar de novo, senti ele sendo puxado para trás. Era o Pesadelo. Ele jogou o homem no chão e deu dois tiros no rosto do homem.

C2 _ele te machucou? _perguntou, me olhando assustado.

Não consegui falar nada. Estava paralisada de medo. O que será que aquele nojento teria feito se os meninos não tivessem chegado?

Fernanda me ajudou a me levantar do chão e me guiou para fora do baile, junto com C2 e Th.

Th _ele conseguiu fazer alguma coisa com você, Priscilla? _perguntou, me colocando dentro do carro.

Eu _não, mas aquele nojento passou aquela mão nojenta dele pelo meu corpo todo. Eu quero ir para a minha casa! _falei, olhando para ele

Th _já estamos indo _disse, passando a mão no meu cabelo para me acalmar.

C2 _filho da p**a! _exclamou, furioso. _relaxa, princesa, ele já está queimando no inferno. Fica calma.

Fernanda _vou lá chamar meu irmão _disse, saindo

Minutos depois, eles voltaram. Pesadelo estava com os olhos vermelhos de raiva, as roupas sujas de sangue. Ele mandou os meninos ficarem no baile para ficarem de olho em tudo, depois entrou no carro e dirigiu direto para sua casa.

Fui o caminho todo calada. Fernanda tentava puxar assunto, mas eu não conseguia responder. Cegamos rápido, e fui direto para o quarto. Tomei um banho e vesti um pijama larguinho, depois me deitei na cama.

Fernanda _amiga! _falou, entrando no quarto _você está bem, meu amor?

Eu _estou bem, sim. Obrigada por ter ido chamar ajuda _falei me sentando

Fernanda _não precisa agradecer, amiga. Se eu tivesse força e uma arma, eu mesma teia matado ele _ela disse, e eu ri, apesar do medo ainda presente.

Eu _estou com fome!

Fernanda _vou tomar um banho. Vai lá na cozinha fazer alguma coisa para a gente comer _disse, indo para o banheiro.

Desci as escadas e vi o Pesadelo perto da janela da sala, fumando. Ele me olhou de cima a baixo, depois voltou sua atenção para a vista lá fora.

Estava preparando dois sanduíches para Fernanda e para mim quando Pesadelo apareceu na porta da cozinha, encostando no batente da porta, me observando.

Eu _o que foi? Está me olhando por quê? _perguntei, olhando para ele

Pesadelo _você vai comer dois sanduíches, esfomeada? _ele perguntou com um sorriso de canto.

Eu _é um para mim e um para sua irmã _respondi

Pesadelo _como você está? _perguntou depois de um tempo.

Eu _acho que estou bem. Obrigada por ter ido me ajudar _falei sincera, olhando para ele

Pesadelo _que nada, faria isso por qualquer um. Não aceito esse tipo de coisa no meu morro _ele disse, encostando no balcão _posso fazer uma coisa?

Eu _o que? _perguntei, um pouco desconfiada

Ele deu a volta no balcão e se aproximou. Por impulso, fui andando para trás até bater minhas costas na parede. Ele parou na minha frente.

Pesadelo _eu posso? _ele perguntou rouco, e eu só concordei com a cabeça.

Ele colocou a mão no meu rosto, afastando meu cabelo da minha orelha. Aproximando o rosto do meu e selou nossos lábios em um beijou lento.

Ele me pegou no colo e me colocou em cima do balcão, uma mão na minha b***a e a outra na minha nuca. O beijo ficou mais quente, minhas mãos passeavam pela sua barrica enquanto outra segurava seu rosto. Só parando por falta de ar.

Eu –vou subir, levar o sanduíche para sua irmã _falei, saindo do balcão.

Eu estava morrendo de vergonha.

Já é, vai lá _ele disse, saindo e subindo as escadas.

O que eu estou fazendo, meu Deus _pensei enquanto subia para entregar o sanduíche à Fernanda.

Pesadelo

Eu fiquei puto com o que aconteceu com a Priscilla no baile. Matei o filho da p**a mesmo, e ainda fiquei lá descontando minha raiva em seu corpo morto. Uma coisa que não suporto aqui no meu morro é esse tio de coisa. A mina mandando-o soltar e ele lá, agarrando-a? Fiquei bolado.

Sobre o beijo, tenho algo a dizer: foi bom pra c*****o. Ela tem um beijo gostoso, boca gostosa. Só beijei porque não aguentei ver ela com aquele pijama.

Depois que ela falou que ia subir, eu vi que ela se arrependeu do beijo. Por isso meti o pé antes dela. A garota me odeia, e com razão também, né? Bati na cara dela. Mas é isso, vou fingir que nada aconteceu. Vamos voltar a ser como era antes e pronto.

Depois que subi, já fui logo se deitando. Estava mosto de sono.

Manhã seguinte

Acordei era 11:00. Fui ao banheiro fiz minhas necessidades e fui para a cozinha arrumar alguma coisa para comer. Estava varado de fome. Cheguei lá e só estava minha mãe, provavelmente, as meninas foram para a da Priscilla.

Eu _bom dia, mãe _falei abrindo a geladeira.

Júlia _já é quase tarde, né, meu filho? Sua irmã pediu para você ir buscar ela na casa da Priscilla mais tarde _respondeu ela antes de me olhar. _me conta direito o que aconteceu lá no baile. As meninas estavam falando, mas não entendi p***a nenhuma.

Comecei a contar para ela e a mesma só falava ‘meu Deus’. Já estava ficando até estressado.

Eu _aí dei dois tiros na cabeça dele para largar de ser o****o _falei, comendo meu pão.

Júlia _meu Deus _disse, colocando a mão na boca

Eu _vai falar só isso? Meu Deus, meu Deus _falei, revirando os olhos

Júlia _cala a boca, garoto. Tadinha da Pri, né? Ele conseguiu fazer alguma coisa com ela? _perguntou, e eu neguei com a cabeça.

Eu _tchau, mãe. Estou indo para a boca _falei, dando um beijo nela

Júlia _Vai com Deus, meu filho

Antes de ir, fui ao banheiro do meu quarto, escovei os dentes e depois desci as escadas. Peguei meu fuzil, coloquei nas costas, peguei o celular e a chave da moto.

Cheguei na boca e fui direto para a minha sala. O C2 e Th estavam lá fumando e conversando sobre algum assunto que eu não fazia ideia de qual fosse.

Eu _trabalhar que é bom vocês não querem, né, seus p*u no ** _falei, batendo na cabeça dos dois.

Th _oi marido. Não pode chegar me batendo assim, tem que chegar com carinho, dando beijinho _falou, fazendo uma voz afeminada

C2 _ você é um boiola mesmo, né _disse rindo e negando coma a cabeça, e eu ri também

Fiquei vendo os dois conversarem ali enquanto acendia um baseado.

Th _aí, cuzão! _falou chamando minha atenção _como a Priscilla ficou depois daquele bagulho lá? _perguntou, e eu me engasguei com a fumaça do cigarro

Eu _ela só chegou lá em casa e foi para o quarto. Nem saiu mais _menti

C2 _que bom que aquele filho da p**a está queimando no inferno agora. É isso que acontece tocar em mulher dos outros _falou, e eu olhei para ele

Eu _e desde quando a Priscilla é sua? _ perguntei, cruzando os braços

C2_ sempre foi, p***a. Nós vamos nos casar ainda, fica vendo _falou, e eu revirei os olhos

C2

Falando a verdade, estou gostando de verdade a Priscilla. Estou levando a responsa, ela é gente boa pra c*****o e tem uns papos da hora.

Desde o dia que vi ela, já tinha gostado. Mulher é f**a

Eu vi o jeito que o Pesadelo e ela se olharam. Por isso, no início, tive medo dele querer ela no nome dele, mas pelo visto foi bem ao contrário. Os dois não se gostam nem a p*u, e quanto a isso não preciso me preocupar.

Sou nascido e criado aqui no Vidigal. Meu pai morreu quando eu tinha dois anos. Quando fiz 17, minha mãe se relacionou com um homem do asfalto e acabou engravidando de novo. Não, ela não quis contar sobre a gravidez para ele, porque ele era casado. A gente passava dificuldades pra c*****o, e foi por esse motivo que resolvi entrar para o tráfico. Não estava aguentando ver minha mãe daquele jeito.

Ter que ficar dias sem comer para poder dar comida aos filhos. Meu irmão era novinho também, e não podia deixar minha família assim.

Hoje está tudo bem com nossa família. Meu irmão está estuando bastante. Eu tento ao máximo não envolver ele nessa vida que eu levo. Quero tudo de melhor para ele e para minha mãe.

Agora, voltando no assunto da Priscilla, estou pensando em assumir ela para todo mundo. Não sei como vou fazer, mas estou querendo pedir ajuda para a Fernanda.