espaço-tempo

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Blurb

Espaço-tempo é um livro de contos que fala sobre as diversas relações humanas - e sobre como o espaço e o tempo podem afetá-las.

Os contos são inspirados em músicas, e você sempre descobre qual a cada final: ponha os seus fones de ouvidos e venha com a gente nessa grande viagem sobre o amor e o tempo.

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1985
Era inverno em 1985. Nós caminhávamos pelos quarteirões cobertos de neve e ruas vazias, entre carros afogados, enquanto passávamos por escolas fechadas. As pessoas, enroladas em panos finos e muitos casacos, pareciam preocupadas com as horas em seus relógios. Elas atravessavam as ruas correndo, intercalando os seus olhares entre os carros e os ponteiros, que giravam sem parar em seus pulsos. Bobby e eu paramos em uma cafeteria em uma esquina movimentada, o que me fez ter uma vista privilegiada dos trabalhadores da cidade. Enquanto apreciava o delicioso café da Dangerous, Bob contava grandes histórias sobre a sua brilhante juventude. Nós costumávamos fazer isso independente das estações, todas as quintas. Eu era jovem e inexperiente naquela época, já ele, bem vivido e experiente, sempre me mostrava a forma certa de como agir ou falar em todos os aspectos e situações de minha vida. Estávamos sentados em uma mesa quadrada, colada ao vidro da enorme janela da cafeteria. Bobby bebericou o café, e em seguida, fez a sua expressão caricata negativa de sempre. -Preciso de mais açúcar, Ed. -ele resmungou, arrastando minha xícara para si. -Deixe-me provar o seu. -Ah, Ed! Você sempre faz isso. -disse, rindo enquanto ele bebia do meu café. -O seu está simplesmente esplêndido! -Austin falou, empolgado. -Isso é um absurdo, eu que pago a sua conta. -As pessoas gostam mais de mim. -Acho que ninguém gosta do velho Bobby! -ele disse, devolvendo minha xícara. -Isso se chama preconceito, jovem rapaz. Preconceito com os mais experientes. -Este homem viveu durante a segunda guerra mundial! -eu gritei para todos (aproximadamente cinco pessoas) presentes no Dangerous. -Esse homem merece mais respeito! E isso basicamente acontecia sempre. Quando se estava com Bobby Austin, a timidez não era permitida. A primeira regra da vida de Bob era viver da forma que te faz feliz. E a segunda, particularmente marcou a minha infância. Nós estávamos no Queens, visitando a irmã de Austin no verão de 82. -Bem, você viu, não é? -ele disse logo após a nossa saída do desastroso almoço com sua família. -Acho que foi coisa demais para apenas uma hora de almoço. -comentei. -Isso não foi nada, Edward. Essa seria a vida medíocre que o famoso Bobby teria, se ele não tivesse saído de casa quando tinha apenas dezesseis anos. -ele disse, referindo-se a ele em terceira pessoa, como de costume. -Isso significa que eu devo sair de casa em três anos? -indaguei, confuso. -Não, Ed. Isso significa que você deve agradar a si mesmo antes de pensar em agradar os outros. Tudo é eterno apenas enquanto dura, rapaz. Aproveite bem a vida curta que nós temos. Desde então, nunca mais esqueci de suas marcantes palavras. Bobby foi um pai substituto, um que eu não pude ter. Ele morreu no verão de 89, a sua estação favorita. Eu sempre visito o seu túmulo, no mesmo dia, todo ano. Hoje, verão de 2000, faltam apenas vinte e dois dias para o marcante quatro de agosto. Austin não me viu casar, e, muito menos, ser pai. Não que isso signifique tudo em minha vida -mesmo eu, verdadeiramente amando Abby e Bob, meu filho - eu ainda sigo os conselhos de Bobby. Ainda vivo e sempre irei viver, da forma como sou feliz. Faço as coisas que tenho vontade, sem pensar o que vão dizer ou quaisquer consequência. Eu apenas vivo. Afinal, a vida é apenas uma, como dizia Austin. E, quando avistei Alison do outro lado da recepção do Kingsway Hall, eu esqueci que tinha uma vida formada, uma família. A viagem, normal em meu atual emprego, era pelos negócios. Mas, como diria Bob Austin: O amor sempre nos surpreende. E toda a minha vida foi feita de romances rápidos, amores que eram eternos apenas enquanto duravam. Bem, na verdade, eu nunca fui bom em fazer promessas. Ainda não sei como Abby acreditou em meu juramento sobre o até que a morte nos separe no dia do nosso casamento. -Srta. Fields? -eu disse a ela, depois de retirar minha aliança e colocá-la no bolso. Li o seu crachá disfarçadamente, estendo minha mão direita. -Ah, oi. -respondeu, um pouco assustada. -Eu realmente precisei vir até você. Digamos que o seu olhar é bem... curioso. -disse, sorrindo para ela. -Sou Edward. Ou Ed, como preferir. -Alison. - ela abandonou seu nervosismo e sorriu. -Ou Ali. Como preferir. -Já que trabalha aqui, Srta. Fields... Poderia me levar até o quarto? -disse, insano. -Estou ocupada no momento, senhor. -ela disse, séria. -Quer que eu chame alguém para acompanhá-lo? -Não, obrigado Srta. Fields. Acho que consigo chegar até o oitavo andar sozinho. -disse, virando-me em seguida. -Qualquer problema, já sabe onde me encontrar. -ela disse, sorrindo falso. É claro que aquilo não significava um xeque-mate. Alison apenas havia entrado no jogo, assim como todas as outras. Ela esperava que eu tentasse algumas outras vezes, afinal, não poderia ser tão fácil. Na manhã seguinte, mandei um cartão à recepção do hotel. Olá, Srta. Fields. Poderia me recomendar um excelente restaurante para que eu possa levá-la a um jantar essa noite? Ed. No dia seguinte, às 10 da manhã, acordei com três toques nada sutis em minha porta. Com os olhos praticamente fechados, consegui levantar e ir até a porta. Para minha surpresa, Alison estava de pé, com seu uniforme bege e uma bandeja em mãos. -Café da manhã na cama? Isso parece bem mais romântico do que eu imaginava. -falei, irônico. -Você perdeu o horário do café da manhã. É até as nove. -Ali disse. -É, eu sei. Na verdade, foi proposital. O serviço de café da manhã aqui é péssimo. -Esquece, isso foi um erro. -ela revirou os olhos, pegando na maçaneta da porta de meu quarto para fechá-la. -Ei, Ali. -eu disse, impedindo-a que fechasse a porta. -Não quer entrar? Eu posso comer esse terrível tartine beurre confiture por você. -Desde que você não me faça ouvir o seu francês, eu entro. -Alison riu. -S'il vous plaît , Mlle. -disse, convidando-a para entrar. -Por favor, Ed. Você precisa de aulas de francês, urgente. -ela disse, entrando, procurando um lugar para por sua bandeja. -Você fala francês, srta. Fields ? -perguntei, indicando-a uma mesa pequena próxima a cama. -Bien sûr! -Alison disse, sorridente. -Sim, Ed. -Quanto você cobra para aulas particulares ? -disse, pegando um dos pequenos pães da bandeja, sentando-me na cama. -Você é realmente bom nisso, Edward. -ela disse, sentando-se ao meu lado. -O que quer dizer, srta. Fields ? -disse, aproximando-me ainda mais de Alison. -Preciso trabalhar. -Alison falou, levantando-se. -Depois resolvemos as nossas questões profissionais. -ela disse, fechando a porta atrás de si. Ali realmente sabia jogar. No resto do dia, recebi uma ligação de Frankie, o meu patrão. Ele queria saber como andavam os negócios. -Johnson perdeu o voo. O sócio dele irá encontrar com você, o irmão mais novo, Abélard . Ele é francês. Eu perguntei a ele se ele fala inglês, ele disse que sim, mas não fluentemente. Disse que tem dificuldade em entender algumas coisas por conta do sotaque inglês. Você não fala francês, fala ? Bem, trate de arrumar um intérprete. O encontro de vocês é amanhã, às seis. -Acho que consigo um intérprete. -disse, pensando em Alison. -Ótimo. Nos falamos amanhã. -Frankie falou, desligando logo após. Depois de correr até o elevador, cheguei rapidamente à recepção, onde Ali estava. Ela fazia algo em seu computador, concentrada. Eu competia por sua atenção. -Eu preciso de um intérprete de francês para amanhã, às seis. -Que bom. -ela disse, com os olhos fixos na tela quadrada. -Srta. Fields. -falei, pegando em sua mão direita, que estava sobre o mouse. -Preciso de você. É para fins profissionais. -Ainda não decidi quanto irei cobrar por hora. -ela disse, irônica. -Eu pago quanto quiser, Srta. Fields. Amanhã, às seis. -Galvin La Chapelle. -O quê ? -perguntei, sem entender. -Galvin La Chapelle. É um excelente restaurante. -ela disse, sorrindo. Então, em um jantar de negócios, Alison e eu fomos jantar em um restaurante francês próximo ao hotel. Quando estacionei o carro, quase em frente ao Galvin, ficamos parados ali dentro, por aproximadamente dois minutos. A srta. Fields olhava para frente, com a cara fechada. -Não vamos jantar ? -perguntei, colocando minha mão direita sobre o seu ombro. -Estou esperando você abrir a porta para que eu saia, senhor cavalheiro. -Acho que não abri a porta para você quando entramos no carro. -Não, não abriu. -ela disse, com um sorriso de lado. -Eu não sou um cavalheiro, srta. Fields. - falei, esticando-me para abrir a porta do carona de dentro do carro. -Percebi. -Ali falou, com os olhos revirados. Sentamos na mesa reservada para nós, pegamos o cardápio e começamos a fingir que escolhíamos algo para pedir. O lugar era simplesmente fantástico. As paredes eram de um ouro branco, com grandes quadros de artistas renomados. A iluminação era feita por lâmpadas douradas, o teto era marrom clássico. As janelas eram muito grandes e bem caras, as mesas eram redondas cobertas por panos brancos, com assentos marrons em couro legítimo. O cardápio era um verdadeiro mix de diversas coisas que eu nunca havia comido ou visto. A maioria dos itens eu não entendia o que significava, na verdade. -Eu realmente não faço ideia do que pedir. Você é francesa, srta.Fields ? -Não estamos no meu trabalho. Pode me chamar de Alison. -Tudo bem, Alison. -Eu nasci na França, mas meus pais são ingleses. Quando eu tinha dez anos eu me mudei para cá com minha mãe, quando meus pais se separaram. -Agora entendo essa sua fascinação pela cultura francesa. -Acho que vou pedir o quinze. O que você acha ? -ela perguntou, olhando para o caro cardápio. -Eu não entendo nada. -disse, dando de ombros. -Peça o que achar melhor. -Você tem um espírito jovem, Edward. -ela comentou, fechando o seu cardápio. -Como assim, Ali ? -perguntei, entre um sorriso e outro. -O seu jeito de ver as coisas. A forma de viver as coisas intensamente. -É, eu aprendi isso com uma pessoa especial. Mas, e você ? Conte-me mais sobre você. -Bem, não tenho uma vida importante como a sua. Eu somente trabalho em um hotel, moro com minha mãe e também gosto de escrever. Geralmente, sobre as coisas que acontecem comigo. -Então temos uma escritora entre nós. -disse, pondo minhas mãos sobre as suas. -Na verdade, sou compositora. Mas o mundo ainda não descobriu esse meu talento. -Ali disse, finalmente parecendo animada. -Meu Deus, eu posso estar saindo com uma das próximas estrelas da música. -Eu não canto, Ed. Compositores não ficam tão famosos quanto os cantores. -Gostaria de ser famosa, Srta. Fields ? -perguntei, no momento em que um dos garçons do local se aproximava. -Até que seria legal. Imagina, nós dois saindo do Kingsway Hall cercados de flashs dos melhores fotógrafos da cidade ? -ela disse, sonhando alto. Depois de um tempo esperando, o quinze finalmente chegou. O prato era estranho, mas ao mesmo tempo, bonito. Também pedimos um bom vinho para acompanhar. -Banquette de veau. -ela disse, empolgada. -Não é um dos meus preferidos, mas... Escolhi um que não parecesse tão estranho para você. -É estranho de qualquer forma. Isso é carne ? -Carne de vitela, molho branco, com manteiga e cenouras. -Acho que vou direto para um fast food depois desse jantar. -disse, fazendo-a rir. Tratamos sobre o dia seguinte, o valor do pagamento de Alison e finalmente, chegamos onde queríamos chegar. Acho que Alison já tinha uma noção de como eu era, e das minhas reais intenções. No momento em que voltávamos, parei em frente ao hotel, esperando que ela falasse alguma coisa. -Nós vamos para a sua casa ou para o meu quarto? -perguntei, pondo minha mão sobre sua perna. -Ed, por favor. -ela empurrou minha mão para fora. -Nossa relação é extremamente profissional. -Nós podemos abrir uma exceção, Ali. -Isso não vai dar certo. Eu sei que tipo de cara você é. -Nenhum de nós quer algo sério. Vamos lá, Ali. Podemos nos amar de vez em quando. Viver essa noite. Ela não respondeu. Alison abriu a porta do carro e a bateu com força. Atravessou a sua rua lentamente, com seu enorme salto. Quando cheguei em meu quarto dentro do hotel, Abby me ligou para ter notícias de seu marido. -Como você está, amor ? Bob e eu estamos com saudades. -Também estou, Abby. Ele está bem. -Muito bem. Ansioso por sua volta. -ela disse, com sua voz dócil de sempre. -Prometo voltar em breve. Amanhã eu irei resolver algumas coisas com um sócio francês. -Ele fala inglês, não é ? O seu francês é péssimo. -Na verdade, eu arrumei uma intérprete. -Uma intérprete ? -Abby questionou-me. -É. Indicação de Frankie. -menti. -Não poderia ser um homem ? -ela perguntou, rindo. -Sem preocupações, meu amor. Eu amo você. -Também te amo, querido. No outro dia, Abby ajudou-me com o sócio, irmão francês mais novo de Johnson. Ela foi extremamente eficiente e simpática. Para a euforia de Frankie, fechei negócio com as indústrias de ferro Geoff. Depois do encontro com o bilionário Abélard em mais um restaurante indicado por Ali que eu m*l conseguia pronunciar o nome, Alison e eu finalmente entramos em um acordo. -Nós podemos fazer isso funcionar, srta. Fields. Eu não quero ser o homem que você irá apresentar a sua mãe ou o cara que irá lhe dar flores de presentes no dia dos namorados. -E muito menos um cavalheiro que abre a porta para a mocinha sair do carro. -ela reforçou, rindo. -Isso. Mas, isso não significa que não podemos viver essa noite. -eu disse, puxando-a para o meu corpo. Eu a levei para o meu quarto de hotel naquela noite. Nossos corpos estavam entrelaçados entre nossos beijos naquela cama redonda. Alison sabia fazer tudo o que eu desejava do jeito certo. Minhas mãos percorriam por cada centímetros do seu corpo, assim como os meus lábios. Ela desabotoou minha camisa social branca, enquanto afundava a ponta de seus dedos em meus músculos, intensamente. Quando notamos, estávamos completamente nus. Aquela noite foi a primeira, de muitas outras que ainda viriam, se Alison aceitasse toda aquela minha atmosfera de vida. Dentro disso, seríamos perfeitos um para o outro. -Suponho que você não deva dormir aqui.- disse, quando ela finalmente entregou-se à exaustão, saindo de cima do meu corpo. -É, eu também. -ela disse, entre suspiros. -Se você quiser, eu levo você... -eu disse, quando fui interrompido por seis toques em minha porta. -Quem será ? -Ali perguntou, curiosa. Fui até a porta e olhei pelo observador. Era uma mulher de meia-idade, cabelos claros e pele morena. Fumava um cigarro. -Vocês não acham que estão exagerando um pouco ? Nossos quartos são bem colados, sabia ? Eu tive que tapar os ouvidos do meu filho mais novo. -ela disse, com a voz carregada de mau humor. -Ah... -disse, em uma tentativa falha de evitar um riso. -Peço desculpas, senhora. -A mocinha tem uma voz poderosa, não ? -ela disse, entre uma tragada e outra, tentando olhar para dentro do quarto, procurando a dona dos gemidos altos que a incomodava. -Não irá se repetir. -disse, fechando a porta bem lentamente. -Eu lhe empresto uma mordaça, se quiser ! - a mulher gritou, quando fechei a porta. Alison não parou de rir desde então. Entramos em meu carro próximo à meia-noite. Não estava tão calor, mas a srta. Fields pediu para que eu abrisse todas as janelas. As ruas estavam, de certa forma, vazias. Nós gritamos, cantamos, como adolescentes rebeldes em seus carros ilegais e de braços abertos. Ali pensava que eu estava levando-a para casa, mas não estava. Eu estava apenas andando sem rumo, fugindo dos problemas, apenas vivendo. Afinal, a vida é apenas uma. -Eu preciso ir para casa, Ed. -ela disse, quase uma hora depois de estarmos na estrada. -Não precisamos de nossas casas, Ali. Vamos para um bar aqui perto. -Edward, não. Eu preciso trabalhar amanhã. Às oito horas, tenho que estar bem naquela recepção. -Nous vivons, Mlle! -disse, sorrindo para ela. Aquela foi, sem dúvidas, uma das melhores noites de nossas vidas. Ficamos bêbados, andamos por lugares desconhecidos, nos conhecemos ainda mais e transamos mais uma vez. Quando o relógio marcava bem próximo às cinco, deixei a srta. Fields em sua casa, treze quadras depois do hotel Kingsway Hall. Na manhã seguinte, coloquei para que o relógio do hotel ativasse o seu alarme às dez horas. Eu esperava que, assim como antes, Alison levasse o meu café da manhã em meu quarto, aquelas porções ruins de tartine beurre. Mas ela não apareceu. Troquei minhas roupas após um rápido banho e desci até a recepção do hotel. Havia uma mulher, muito diferente da Srta. Fields, sentada em sua mesa. Ela não tinha os cabelos castanhos, a pele clara e o rosto com sardas, e muito menos os lábios robustos e olhos esverdeados, como os de Alison. -Bom dia, a senhorita Fields... Ela não está? -perguntei a mulher mais velha que se encontrava como substituta de Ali. -Bom dia, senhor. A senhorita Fields não se encontra. Ela deixou o emprego essa manhã. -Como assim? Ela foi despedida? -perguntei, perplexo. -Eu não poderia lhe dizer isso, senhor. -ela disse, séria, voltando a olhar para o computador. -Por favor, isso é importante. -falei, colocando uma quantia generosa de dinheiro em sua mesa. -Alison não foi despedida. Ela quis sair. - a mulher disse, tomando para si as notas em sua mesa. Olhei para fora do hotel, pelos vidros das portas da grande entrada do Kingsway. Alison entrava em um táxi, do outro lado da rua, com algumas bolsas penduradas em si. Ela fechou a porta e o carro deu partida. A mulher da recepção, com sua expressão dura, estendia-me um cartão, impaciente pela minha enorme falta de percepção. -Ela pediu para que eu entregasse isso. -ela resmungou, com sua voz irritante. Abri o envelope rapidamente, ali mesmo, na recepção. Caminhei lentamente até o sofá marrom, bem próximo ao balcão. Sentei-me, e então pude ler o que estava escrito com bastante calma. Convite de Casamento Taylor Alison e Bud Alfred 20 de Setembro. Atrás do convite, escrito à mão com a caligrafia quase impecável de Ali, o seu adeus. Algo que eu realmente não esperava. Ed, Eu cumpri o nosso trato. Nos amamos de vez em quando, certo? Nesse meu meio-tempo de loucura, eu fiz você pensar que vivi conforme o seu jeito, para parecer que você era perfeito para mim. Mas, bem, você não é. Você foi apenas mais um cara, um erro, que irá somente me servir para escrever mais alguma outra música sobre um término de um relacionamento r**m. Tinha razão, Ed. Você nunca será um cavalheiro. Mas eu gostei de sair de carro à meia-noite com você, causar problemas no seu quarto do hotel, e também ir a lugares que você m*l consegue pronunciar, por conta do seu francês precário. Vivemos o momento, Edward. Agora espero que você continue a sua vida, com sua mulher e o seu filho. É, acho que você também não sabia que sempre soube disso. Fields. Guardei o convite dentro do envelope, levantei-me, ainda bastante surpreso e confuso, e o joguei no lixo. A mulher substituta olhou-me, confusa. Provavelmente, assim que eu estivesse longe o bastante, ela correria até a lixeira e leria o convite/carta da Srta. Fields. Alison sempre soubera de tudo. Sobre o meu casamento com Abby e o meu filho. Eu pensava que ela havia entrado em meu jogo, mas, na verdade, Ali tinha o próprio. E foi por isso que fomos perfeitos em um determinado espaço de tempo. Bobby Austin realmente tinha razão: Tudo é eterno enquanto dura. E o amor também está incluso neste grande dilema da vida. __________ Inspirado na música Perfect (escrita por Julian Bunetta, Mozella, Harry Styles, Jacob Hindlin, Jesse SHatkin, John Ryan, Louis Tomlinson & Maureen Mcdonald)

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