Capítulo Dois: Do Paraíso Ao Inferno.

790 Words
Narrado por: Jade.             Meu mundo desabou no momento que acordei hoje de manhã, não sei o que fazer, nem pra onde ir, as lágrimas escorriam cada vez mais, chorar nunca foi a solução, mas não tinha como não chorar? vendida eu fui vendida pro dono do moro pelo meu próprio pai! fugir? Até quero, mas sei que se eu fugir jamais vou ter paz, vou viver fugindo e não se pode fugir por muito tempo sem ter dinheiro pra nada, a única solução é encarar a realidade e minha realidade não pode ficar pior _Jade! – escutei alguém gritar e então sequei as lágrimas lagrimas e virei pra ver quem era _Oi, Raiane – Falei olhando pra ela, éramos amigas na infância, mas quando ela entrou pro tráfico minha mãe me proibiu de falar com ela _você tá bem? Parece que andou chorando? – Ela falou vendo meu estado _tô ...tô bem sim – Falei e ela me encarou _olha Jade nos éramos amigas, você ainda pode confiar em mim – Falou seria _eu sei Raiane, minha vida tá indo de m*l a pior e não quero falar sobre isso – Falei e ela me abraçou _você pode contar comigo – Ela falou e eu forcei o sorriso _eu sei – Falei e me afastei, continuei subindo por mais que eu quisesse acreditar que alguém ia me ajudar, eu sabia que ninguém faria nada, ninguém arriscaria morrer pra me salvar         Cheguei em casa quase morta, tomei um copo de água e a ficha finalmente caiu, minha vida acabou, meus sonhos, meu futuro, a partir de agora eu pertencia a ele, o dono do moro e querendo ou não ele podia fazer o que quisesse comigo.         Passaram hora e mais horas e a única coisa que eu consegui fazer foi deitar em posição fetal e chorar, chorar por perder minha mãe, chorar por ter sido vendida, chorar por não poder fugir, chorar e chorar como se tudo fosse melhorar _garota? – alguém abriu a porta com força e entrou _tô ...aqui – Falei secando as lágrimas _já tá pronta? – o homem cheio de tatuagem perguntou _como assim pronta? – Perguntei sem olhar pra ele _sobe, arruma suas coisas e desce, o chefe mandou eu te levar pra um lugar – Falou e eu senti um frio na espinha _mas ...eu não quero ir – Falei e ele riu _qual é garota, você acha que tô brincando? Que se você não for pra droga desse quarto agora eu não vou te matar? – Falou e começou a apertar meu pescoço _me....sol...solta – Falei sem ar _ENTÃO ANDA LOGO p***a – gritou e eu me levantei do chão e subi as escadas             Peguei minha mochila e a mala ainda com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, mas não era hora de chorar e sim de encarar a realidade a terrível e dura realidade             Não demorou muito pro cara que tentou me matar sufocada parar na porta do meu quarto e ficar me encarando em quanto eu tentava me manter em pé e colocar as coisas na mala _anda logo – Falou _já acabei – Falei colocando a mala no chão _da isso aqui – Falou pegando a mala _pra onde você vai me levar? – Perguntei quando ele simplesmente me jogou pra dentro do carro _não interessa e cala essa droga de boca – Falou ligando o carro             Não sei por onde passamos a única coisa que sei é que não saímos do morro, ele estacionou na frente de uma casa gigante e abriu a porta de trás agarrou meu braço e entramos na casa _que lugar é esse? Droga, me solta! – Falei praticamente gritando _tua sorte que ele ainda não decidiu o que fazer com você – Falou e me jogou dentro de um quarto e saiu, corri pra porta, mas ele trancou a porta. Logo depois abriu de novo e jogou a mala, o quarto estava vazio não tinha absolutamente nada, só eu ali jogada no canto do quarto sem saber o que seria de mim                                                         **********************************         Faz dois dias que estou presa nesse quarto, ninguém entrou aqui, não ouvi nada do lado de fora e aquelas palavras não saíram da minha mente "sorte sua que ele ainda não decidiu o que vai fazer com você."             O desespero toma conta de mim cada vez que essa frase passa pela minha cabeça, meu pai me vendeu, minha mãe morreu, não posso fugir só posso ficar aqui presa sofrendo e imaginando mil formas da minha vida piorar         Escutei alguns passos, fui pra perto da parede e então a porta abriu, e aqueles olhos que me atormentaram esses dois dias surgiram atráves da porta. Será que ele decidiu o que fazer comigo?
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