– Tchau John.- me despeço do meu parceiro de trabalho, zombando do mesmo assim que saio e ele manda o dedo do meio pra mim, me fazendo rir. Ele odiava quando eu zombava do seu trabalho.
Drey e Austin estavam me esperando ao lado de fora, no carro deles, para me levar ao shopping, comprar um novo celular.
E depois encontrar William.
Eu e ele conversarmos muito no dia anterior, soube que ele estava na cidade a pouco tempo e que vinha de muito longe, passando uma temporada em Manhattan.
Ele era muito simpático, além de me fazer rir muito, o que me fez pensar que um cinema não faria m*l a ninguém. Eu podia dar essa chance, não é?
Nem todo mundo era como Henry, certo?
– Oi inúteis.- cumprimento meus amigos assim que entro no carro, afastando os pensamentos e dando atenção aos meus amigos.
– está vendo o jeito que ela trata a gente? - Austin reclama e recebe um olhar de Drey.
– Eu seguro vela de vocês, reclama não.- retruco mais ainda, colocando o cinto e esfregando a mão uma na outra, ansiosa para comprar meu celular novo. Ou será que era pelo encontro?
– Isso ela tem razão, amor.- Minha amiga concorda comigo, e eu solto uma piscadinha pra ela, agradecendo.- eu trouxe sua roupa, que você pediu.
– Obrigada! - agradeci, trazendo a mesma para o banco de trás e olhando-a por completo. Ao menos eu não encontraria Will em roupas de trabalho.
– então, pronta pra largar esse dinossauro? - Austin me alfineta e eu mando um olhar odioso pra ele. Se eu pudesse, desintegrava ele ali mesmo, suas piadas eram sem graças, não sabia nem por que Audrey estava com ele. O amor estava nos lugares mais improváveis mesmo.
– dinossauro eu vou dar é na sua cara.- ele ri, enquanto continua de olhos atento no trânsito.
– vocês dois não tem jeito.- Drey comenta e eu só concordo. Não tinha jeito mesmo.
O caminho até lá não foi muito longo, por sorte escolhemos morar perto de tudo, e logo estávamos no estacionamento.
13:04pm/
Eu: Assim que terminar de trocar o celular, mando uma mensagem pra você! xoxo Aya. ;)
Terminei de mandar a mensagem e já tirei o chip do celular, assim como o restante das coisas. Apaguei tudo que tinha ali. Não precisaria mais dele.
Logo estávamos no banheiro, para que eu me trocasse primeiro. Pus um jeans preto, uma blusa de alcinha preta e uma jaqueta escura, meu all star estava comigo, e era isso. Essa era eu arrumada.
Ou pelo menos eu tentava parecer um pouco mais arrumada, visto que eu não tinha tido muita opção.
Soltei os cabelos para que ao menos mudasse um pouco porém ficava frustrada com tamanho volume que ele tinha. Iria ficar daquele jeito mesmo.
Desisti da aparência e fui na loja comprar o celular pra mim, o que demorou mais do que eu pensei que iria demorar.
Passando da hora de eu me encontrar com o garoto fofo, William.
– Minha vida é totalmente uma merda.- murmurei, enquanto configurava o celular e procurava dinheiro na bolsa.- eu perdi 50 dólares!
– Isso é bastante dinheiro.- Austin comenta, enquanto guiava Drey e eu até um lugar para comermos.
– Eu sei! - falei o óbvio e bufei frustrada. Ele não se manifestou mais, com certeza por causa do meu humor. Logo sentamos á uma mesa e Austin foi fazer os pedidos me deixando com a namorada, finalmente.
– hoje não é seu dia de sorte.- comenta minha amiga, irônica e eu concordo, apenas para não piorar tudo, porém ficando quieta no meu canto para não ser grossa com ela.
Havia acordado com o pé esquerdo naquele dia.
Assim que o celular terminou de configurar, recebi um sms do William, avisando que esperou bastante e que acabou indo pra casa.
Nem cumprir um horário de um encontro eu conseguia, como subir de vida amorosa assim?
– Ele não vem mais.- falo pra minha amiga, frustrada, enquanto esperava comida.- ele veio e foi embora, pensando que eu não viria.
– pede pra ele vir agora, já que você não está mais fora do ar.- faz piadinha com meu desespero e eu a olho, repreendendo-a. A mesma ergue as mãos em pedido de paz e eu suspiro. – se você só esperar, nada vai acontecer na sua vida Aya, você tem que agir.
Olho nos olhos dela e suspiro.
Eu sei que não queria tentar com ninguém desde Henry, mas ele era tão fofo. Se eu me esforçasse um pouco não seria r**m, seria?
– Tem razão.- falo, pegando o celular e perguntando se ele ainda queria vir. Recebendo uma mensagem de imediato dele dizendo que a gente se encontrava a noite. O que era melhor do que um "não quero mais nada". - Bom, ele vem aqui só a noite, o que faço até lá?
– Vamos pegar um cinema.- Austin aparece do nada e propõe. É, de algo ele ainda era útil.- É o tempo pra ele vir.
– Isso é verdade Aya.- minha amiga concorda e eu apenas assinto. Eles que pagariam pra mim mesmo, um cinema para passar o tempo não seria algo r**m.
***
– Me lembrem de nunca mais deixar vocês escolherem um filme.- pedi, assim que deixamos a sala da sessão para trás, observando meus dois amigos risonhos com minha situação.- é sério!
– Era engraçado você tomando susto! - Drey, a traidora comentou rindo da minha cara.- você passou o filme todo com a mão nos olhos.
– Lógico! - falei histérica, indignada pela escolha do filme que meus amigos escolheram de surpresa.- filme do satanás, eu que não vou ficar sem dormir de noite por ficar vendo esse tipo de coisa. Deus está comigo.
– Ela diz isso agora, mais tarde está falando como o filme foi muito louco.- Austin fala para a namorada, fingindo não notar minha existência. Que audácia!
– Eu vou deserdar vocês dois um dia, eu juro! - falei, deixando-os para trás e pegando meu celular.- agora me deem licença, tá na hora da Ayazinha desencalhar.
– Vê se não estraga tudo.- Drey fez questão de avisar, me fazendo lhe lançar um olhar mortal enquanto ela me lançava beijinhos falsos.- nos vemos daqui a pouco.
– Infelizmente.- murmurei, me virando e saindo em direção à entrada, onde eu encontraria ele.
Eu estava meio nervosa, tinha que admitir, não parei de pensar sobre ele nem sequer por um momento durante o filme.
Embora isso esteja claro que é um encontro, eu ainda não fazia ideia de como ia cumprimentá-lo. Principalmente no meio da multidão. Aperto de mão? Abraço? Beijo no rosto? Eu não fazia ideia e isso me corroía. Fazia muito tempo que não saía com ninguém.
Eu era um pouco tímida.
Isso se pouco quisesse dizer, pra c*****o.
Fiquei no local marcado e comecei a esperar por ele.
Todo mundo que entrava eu pensava ser ele, o que me deixava ansiosa demais.
Eu estava muito na expectativa.
Ele mexeu com meu psicológico na primeira vez que nos vimos, sabia que faria isso na segunda vez também. E olha que falamos apenas de borboletas na primeira conversa física, imagina como meu corpo reage com ele sorrindo pra mim, falando de coisas rotineiras?
Estava meio distraída quando ele chegou, mas eu o notei entrar.
E eu podia dizer sim... p***a.
Ele estava tão lindo, que eu me senti meio perdida por estar simples.
Ele tinha um cabelo perfeitamente alinhado, castanho escuro, um sorriso meigo no rosto, os olhos eram o destaque nele. Vestia uma calça jeans, uma camisa social e um suéter, parecendo tão elegante, tão nobre, em trajes simples, mas que tirava o fôlego de quem quer que olhasse, isso eu podia dizer por todas as pessoas que o olhavam andar até mim.
Ele tinha estilo, eu tinha que admitir.
– Oi.- Ele disse, me fazendo acordar dos pensamentos mais rápido do que entrei neles.
– Oi.- consegui transmitir um cumprimento, enquanto me perdia na doçura que ele tinha nos olhos.
Não! Sem se apaixonar logo de cara Aya! Você se ferrou na última vez...
Cocei a garganta assim que vi que o silêncio consumia a gente e desviei o olhar, tentando mudar o rumo da aura que a gente adquiriu ali.
– Pra onde vamos? - Ele também percebeu que o clima ficou estranho, e tentou mudar o assunto, me fazendo sentir segura de ser normal com ele, sem nem mesmo conhecê-lo.
– bom, meus amigos ainda estão aqui. Tem coragem de comer alguma coisa com eles? - perguntei, curiosa e receosa.
Mal tinha conhecido ele e já queria apresentá-lo para os amigos. Era meio apressado, não?
Talvez.
– Claro! Por que não? - Ele disse, virando-se em direção ao local onde ficava as lanchonetes ali e passou o braço pelo meu.
Me senti segura o suficiente para deslizar minha mão até a sua e entrelaçar nossos dedos.
Apesar de sentir borboletas voando em meus estômago, me deixando muito nervosa, sem saber qual seria a reação dele, eu fiz.
Pra minha surpresa, sua reação foi um inesperado beijo no topo da cabeça.
Meu coração disparou no mesmo instante, quase pulando pela garganta. O perfume que veio dele no segundo seguinte que nos aproximamos tomou conta de mim, e isso me dava medo.
Da última vez que me entreguei a alguém, acabou com meu coração em caquinhos e meu emocional abalado.
Eu tinha medo de me relacionar desde então.