Caindo em Tentação

1397 Words
Bonnie Me desvencilho dos braços fortes de Mike, a outra ainda está presa, olho pra ela com raiva, tentada a continuar o que começamos, baixo meu vestido, que tinha levantado um pouco. — Você está bem? Ele te machucou? — Lucas é realmente bonito, segura minha mão e tenta me afastar da confusão. — Espera aí? — p**a merda. Mike coloca a mão no peito de Lucas e o empurra, puxando meu braço pra separar nossas mãos. — Solta ela seu babaca! — Lucas me segura pelo braço livre. — Bonnie, você conhece esse cara? — Que merda é essa, Carter? — Mike está bem exaltado, tento meu soltar do aperto dos dois. Perfeito, virei a corda do cabo de guerra — Carter? — Lucas estreita os olhos. — Mas... — Vem Lucas. — Chamo o impedindo de continuar soltando, por fim, meu braço do aperto de Mike. — Não vai a lugar nenhum, nós temos um acerto. — Mike me puxa de volta, parece estar alterado de alguma forma. — Acerto nenhum, pelo que me lembre, me solte! — Lucas não espera, acerta um soco em Mike, que apenas cambaleia, atacando Lucas em seguida. — Não é possível! Não sei o que acontece em uma boate quando pessoas começam a brigar, sério, parece um pandemônio. A música não para e metade da boate tá brigando feito UFC. Em algum momento eu tive que acertar um soco em uma garota que me empurrou enquanto eu tentava chegar onde estava Lucas e Mike. Os seguranças levaram uma eternidade para chegar e os que brigaram foram enxotados para fora feito lixo, inclusive eu, com parte do meu vestido rasgado e sem um dos meus saltos. — ME DEIXA ENTRA NESSA BOSTA! PENSA QUE VÃO FICAR COM MEU PRADA!?! — Grito tentando entrar pra buscar meu salto caríssimo de uma coleção exclusiva. — Bonnie! — Olho pra Lucas com raiva assim que me chama. — Venha, vou te levar em casa. — Ela vai comigo. — Os outros briguentos já começam a dispersar. — Venha, Carter. — Não vou com nenhum dos dois, vão para o inferno! — Tô p**a demais por ter perdido meu salto. Tiro o outro do pé e sigo andando descalça em direção ao estacionamento, deixando os dois idiotas para trás. Pisando forte no chão, descontando minha raiva no asfalto. Como é que esse cara aparece em todo lugar que eu tô? Deve tá me seguindo. Já sei, ele é um maníaco, igual aqueles que perseguem as vítimas e depois as mata, não, tô viajando. — Volta aqui! — Ouço Mike gritar atrás de mim, continuo andando. Puxa meu braço e me faz o encarar. — Qual seu nome de verdade? — Qualquer um, o que você quiser. Por que se importa? — Afasto a mão dele do meu braço. Seu rosto está um pouco vermelho, por conta dos socos. Devia acertar mais um, só pra ele aprender uma coisa. — Entendo. — Coloca a mão no bolso. — Quanto quer pelo restante da noite? — Puxa a carteira de grife, pareço prestes a explodir de raiva. — Enfia seu dinheiro no r**o! — Digo entre dentes, deixando-o perplexo. Vejo Lucas vindo logo atrás. — Lucas, ainda temos um encontro. — Sigo até Lucas, seguro sua mão e o arrasto pela rua, seguindo sentido nenhum, até que paro. — Desculpe. — Vamos tomar um café, o que acha? — Sorrio para ele, tentando demonstrar uma tranquilidade que não tenho agora. — Sim, ótimo. — Entramos em uma cafeteria. Lucas está bem vestido, mas não como o outro lá, aquele... Enfim... — Tem muito tempo que você conhece o Vinícius? — Acho que consigo encontrar algum podre sobre aquele projeto de noivo da Cristy. Deve ter, ninguém é tão perfeito assim. — Sim, nos conhecemos desde o colegial. — Ele acena para atendente, que prontamente vem nos atender. Peço um capuccino e uma fatia de bolo de chocolate, pra aliviar o ódio profundo em meu coração. Maldito Mike, tem o dom de me irritar. — Bacana, ele parece ser gente boa. — Minto, pois não gostei dele nem um pouco. Balanço minha perna meio impaciente, meu sangue ainda fervendo. Observo o ambiente, é aconchegante, tem alguns casais, mas a maioria está lendo enquanto bebe café, já que a cafeteria tem uma biblioteca disponível para os clientes. — Ele é sim. Mas me fale de você. — Apanho meu celular, olho a hora e coloco sobre a mesa. Que ele disse? Ah, sim. — O que quer saber? — Observa minha perna balançando, paro. Devo estar parecendo uma paranoica, primeiro encontro e já me meti em confusão e causei uma outra. Senhor! — Você é sempre assim... — Somos servidos. — Nervosa? — Analiso a pergunta dele. O que devo dizer? Será que se falar que sou uma confusão em forma de gente vai fazer ele sair correndo? Mas eu não tive culpa, ou tive? Sei lá. Não tive, foi aquela doida que pulou em cima de mim, nem sabia o que tava rolando e já foi partido pra violência, depois a maluca sou eu. — Não. — Digo rindo sem graça. — Acho que você teve uma péssima impressão de mim, me perdoe. — Ele franze a testa. Como um pedaço da torta e faço cara feia. — Isso está horrível! — Afasto o prato, olhando para atendente com cara feia. Como se atreve a servir algo tão r**m? Devia jogar isso na cara dela. — Relaxe, é só uma torta. — Respiro. Sorrio, tentando transparecer tranquilidade. — Aquele homem, lá na boate, por que te chamou pelo nome da sua irmã? — Engulo em seco. — Er... Ele é doido, não ligue pra isso. — Aquele i****a não me liga e ainda tem a audácia de se achar no direto de alguma coisa. Bufo. Meu celular vibra sobre a mesa, com a chegada de uma nova mensagem. Desconhecido: Quero te ver. Estreito os olhos, bebo um gole do meu capuccino, que também é péssimo. Não entendo como pode ter tanta gente aqui, sendo que o café é o pior que já bebi. — Ele parecia te conhecer, vocês têm algum tipo de relacionamento? — Balanço a cabeça. — Claro que não, não mesmo, de forma alguma. — Mordo a língua. Tô falando tanta merda, que tenho certeza de que daqui a pouco, o pobre vai me indicar um psiquiatra. Meu celular vibra mais uma vez. Desconhecido: AGORA! Ora essa, quem tá mandando essas merdas pra mim? Só pode ser algum tipo de piada de mau gosto. — Ex namorado? Cristy me falou que você tinha saído de um relacionamento a pouco tempo. — Duas semanas, e três dias, mas quem está contando? Traidora. Respira. Mais uma mensagem. Desconhecido: Vai mesmo me ignorar? Aposto que deve ser um dos meus sobrinhos. — É, mas isso não importa mais, não pense nisso, amanhã está tudo certo para você? Com o evento? — Mudo de assunto. Vou matar Cristy, bem lentamente. Projeto mau feito de melhor amiga. — Claro que sim. A que horas posso ir te buscar? — Sorrio. Tão gentil, um cavalheiro, bem, pelo menos a uma primeira vista, sem contar que ele brigou com Mike por nada. A porcaria do celular vibra mais uma vez, me controlo para não xingar. Desconhecido: Venha até o banheiro. Olho ao redor, não pode ser possível, o local tem um movimento bacana, a maioria das mesas estão ocupadas. Vejo a placa que aponta os banheiros. Ai, ai, ai. Começo a balançar a perna e roer uma unha, enquanto olho na direção dos banheiros. — Algum problema? — Lucas me questiona, eu nem lembrava mais do cara, parece que ele tinha sumido pra mim. — Preciso ir ao banheiro. — Levanto, penso. Que c*****o eu tô fazendo? — Volto já. Sigo com minhas pernas tremendo e minha maldita calcinha molhada. Inferno. Olho para o corredor e não vejo ninguém, apenas duas portas, uma de frente pra outra e a saída de emergência aos fundos. Seco minha mão suada em meu vestido estragado. Só posso estar ficando louca. Porque agora tenho certeza de que ele está me perseguindo e é um maníaco gostoso pra c*****o. Abro a porta e Mike está recostado na pia do banheiro, com a cara mais safada do mundo inteiro. Alguém chama a minha mãe.
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