Revelações Sombras

888 Words
Ao sair da casa de Marcos Deravux, Hellen m*l pode acreditar em seu azar. Seu vizinho, o homem atraente e irritante, era o assistente de Marcos. A constatação a deixa intrigada e com uma sensação de desconforto. Quanto mais ela pensa nisso, mais pergunta se forma em sua mente. Seu vizinho morava em um apartamento luxuoso em um edifício caríssimo em West Side. O seu próprio apartamento, que ela precisou mexer na conta bancária que seu pai havia feito em seu nome para comprar, era espaçoso, mas não se comparava ao dele. Considerando que o seu pai era um homem muito rico, um capo da máfia de Chicago, como um simples assistente poderia arcar com um lugar tão extravagante? Os anos de experiência na polícia e no serviço secreto fazem os instintos de Hellen apontarem para algo muito estranho. Havia mais na situação do que aparentava. Além disso, o vizinho tinha algo sombrio em sua aura. O olhar que ele lançou a ela, uma mistura de desejo com algo indescritivelmente escuro, deixou Hellen inquieta. A sua intuição a alerta de que há algo além das aparências, algo que ela precisa desvendar. Hellen decide investigar mais a fundo. A verdade sobre o vizinho, sobre Marcos Deravux e seu próprio passado parece estar envolta em sombras. Além de todas as questões sobre o passado e os mistérios que cercam o seu vizinho, há algo mais que incomoda Hellen: o desejo quase avassalador que o olhar de Peter despertou nela. Hellen é uma mulher experiente e bem resolvida, já teve vários parceiros na vida, mas, para sua surpresa, sentiu-se perturbadoramente afetada diante do olhar intenso de Peter, ao ponto de se sentir molhada, e o pior com outras pessoas presentes na sala. Ela se pega balançando a cabeça, como se quisesse afastar esses pensamentos. Hellen tenta focar no motivo real de estar ali: encontrar o seu irmão. Ela é uma profissional, uma mulher forte e decidida, mas a força do desejo que Peter despertou nela a surpreende e a deixa momentaneamente desconcertada. No entanto, ao pensar em Marcos Deravux, ela se sente aliviada. Ela tem certeza de que não é ele o seu irmão perdido. Ao vê-lo, não sentiu nada além de uma distância fria. Hellen imagina que, ao encontrar seu verdadeiro irmão, sentirá de imediato que se trata dele. Essa constatação traz certo alívio, pois se fosse Marcos, ele não precisaria dela para nada. Hellen deseja um irmão que seja dependente dela, alguém a quem ela possa ajudar e proteger. O tumulto de emoções, desejos e incertezas parece aumentar, mas Hellen se obriga a manter o foco em sua busca pelo irmão, tentando afastar os pensamentos perturbadores que a presença de Peter parece ter desencadeado. Enquanto percorre os corredores da imponente mansão de Marcos Deravux, Peter se direciona ao seu pequeno escritório adjacente ao de Marcos. A sala pode ser pequena, mas para Peter, isso não importa. Ele não se preocupa com o tamanho do espaço ou com a natureza do seu trabalho como faz-tudo para Marcos. Na verdade, há muito poucas coisas que verdadeiramente importam para Peter no mundo, e uma delas é a amizade e o sentimento de gratidão que nutre por Marcos. A sala apertada torna-se insignificante diante da dívida que Peter sente que tem com Marcos. Se não fosse por ele, Peter estaria morto em alguma vala obscura, ou a sua existência seria tão sombria que até mesmo o d***o fugiria dele. Marcos o ajudou a se libertar das correntes do passado, embora por dentro Peter ainda estivesse aprisionado pelos horrores de sua infância. Peter, sendo o herdeiro único da máfia de Nova York, é tão rico quanto Marcos. No entanto, ele ainda não se sente pronto para assumir o seu lugar na máfia. Antes de se comprometer totalmente, ele precisa garantir que o monstro que habita em seu interior não tome controle, transformando-o em alguém cujo único propósito é infligir dor. Enquanto senta em sua pequena sala, as paredes parecem conter não apenas o espaço físico, mas também as sombras do seu próprio passado. Peter está consciente de que, embora tenha escapado das garras da infância traumática, os fantasmas ainda o assombram. Ele se prepara para mais um dia de trabalho, mantendo-se alerta às ameaças internas e externas que podem surgir a qualquer momento. Um meio sorriso se insinua nos lábios de Peter enquanto ele recorda a ousadia da vizinha que se atreveu a chamá-lo de "senhor moçinha" na frente de Marcos. Ele já consegue imaginar as mensagens provocativas que Marcos enviaria para Ryan e Jackson, transformando aquele apelido em fonte inesgotável de piadas entre os amigos. No entanto, o motivo por trás desse meio sorriso vai além disso. O sorriso sugere que a fera dentro de Peter está plenamente desperta. Há um desejo selvagem e primitivo que se agita dentro dele, uma vontade de possuir e controlar. Peter quer Hellen de uma forma intensa, quer explorar cada forma dolorosa de prazer que conhece, quer vê-la se perder em êxtase até desmaiar diante da intensidade do que compartilhariam. Enquanto esse pensamento ocupa a mente de Peter, a sala silenciosa à sua volta parece ganhar uma atmosfera carregada de tensão. O meio sorriso reflete a escuridão que se esconde sob a superfície aparentemente tranquila de Peter, indicando que algo mais sinistro e prazeroso está por vir.
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