Pesadelo

1023 Words
Escuridão, um rosnado constante, medo, dor, ele não pode se mover, ou a fera que está acorrentada a centímetro dele o dilacera, seu único consolo é aquela pequena mão gorducha que segura a sua, ele se pergunta se seria de um menino, parecia de um menino, uma menina não estaria ali àquela hora, e a voz é suave, calma, mas o timbre o deixa na dúvida. De repente a mão solta a sua e ele em pânico diz: “Ei, não me deixe aqui”, mas ele pode ouvir os passos arrastados do demônio se aproximando, e não pode pedir para que mais alguém fique para enfrentá-lo, e a voz diz: “Seja forte, prometo que volto”, mais passos e ele sabe que está sozinho para lidar com o demônio e suas garras mais uma vez. E agora é somente escuridão, medo, dor e solidão! Em seu quarto Peter Pietro acorda, seus músculos firmes e bem definidos resultados de noites a fio de insônia na academia de seu apartamento, tensos gotinhas de suor escorrendo por suas costas largas e peito nu. Seus olhos verdes ainda nublados como se estivessem ainda presos no maldito pesadelo, com a respiração acelerada, ele finalmente vai voltando a realidade, e só então se dá conta de que está agarrando o travesseiro como se ele pudesse aliviar a sua dor, mas Peter sabia que nada, absolutamente nada poderia aliviar a dor. Ao se dar conta que lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto, Peter afasta o lençol que está emaranhado em suas pernas causando sensação de estar preso, prisioneiro em sua própria alma. Frustrado ele passa as mãos pelos cabelos castanhos praguejando ao se dar conta de que eles também estão molhados de suor, olhando para o visor do ar-condicionado ele vê que está no máximo, o suor é uma reação física ao terror. “c*****o”, diz Peter se levantando completamente nu, e se dirigindo para o banheiro, ao se deparar com a ereção, Peter sente vontade de vomitar, sente nojo de si mesmo. Ele abre o chuveiro no frio e entra debaixo da água deixando escorrer por seu corpo na esperança de que a água fria leve embora para sempre as lembranças de como ele se tornou Peter Pietro o herdeiro da máfia. Em noites assim, quando os sonhos são tão reais, só tem uma escapatória para Peter, ele precisa da dor, ele precisa infringir a dor, e então transformá-la em prazer, só assim ele consegue exorcizar seus demônios. Depois que de um tempo que podia ser horas, minutos, Peter não tinha noção do tempo que ficou ali embaixo da água, ele sai ignorando o fato de estar espalhando água por toda parte e anda até seu closet, se vestindo metodicamente como se toda aquela explosão de sentimento de momentos atrás não fizesse parte dele. Enquanto penteia o cabelo Peter se encara no espelho, ele é inegavelmente bonito uma versão masculina de sua mãe, somente os olhos são de seu pai o temível Dom Pietro, mas diferente do pai ou da mente Peter se sente vazio, frio e sozinho. Para Peter, se a teoria de que temos alma é verdadeira, a dele morreu a muito tempo. Depois de pronto ele sai de seu apartamento em um luxuoso edifício em Manhattan, entrando em seu carro ele sai cantando os pneus na madrugada de Nova York, seu destino é o D.S clube, seu objetivo é exorcizar seus demônios. Peter é um frequentador assíduo, por isso os seguranças não se dão o trabalho de pará-lo, ao entrar no clube a sensualidade do lugar, assim como todo clima de luxúria e devassidão atingem Peter, e é como se ele voltasse a respirar. Ele se senta no bar, e o barman que o conhece a tempos serve um copo de seu whisky preferido, Peter deixa seus olhos correr pelos frequentadores da noite, procurando um objeto para descarregar toda aquela tensão causada pelo pesadelo. Não demora muito, para que uma loira caminhe provocativamente, na direção de Peter, que a olha sem realmente a enxergar, ousada como quem sabe o que quer ela se insinua para Peter, que se mantém impassível, enquanto a loira praticamente se esfrega nele, em um convite inegável para uma noite de luxúria. Quanto mais Peter a ignora, mas isso parece excitá-la, como se ele estivesse a desafiando a testá-lo, dos lábios de saem a palavra: “Hard” Ali entre os frequentadores do clube de b**m havia níveis, que se referiam principalmente à introdução do s************o na prática, ao dizer aquilo Peter deixava claro que se ela escolhesse continuar com aquilo Peter infringiria a dor para só então dar prazer. A mulher abre um sorriso e diz: “Perfeito senhor” Peter dá um meio sorriso que não chega aos seus olhos sempre frios e vazios, ele ama quando elas entram no papel de submissas de imediato. Peter faz sinal para que ela se ajoelhe, e assim que é obedecido uma de suas mãos envolvem os cabelos da loira com força, com a outra ele traça o contorno dos lábios carnudos, e quando ela entreabre a boca ele enfia o indicador nela, que suga seu dedo. Com a voz fria e controlada Peter diz: “Vá para o quarto preto no final do corredor, e me espere nua” A loira se levanta e sai andando sensualmente ansiosa pelo que está por vir, Peter é conhecido entre os frequentadores do clube por fazer suas parceiras gozar cruelmente, mas de formas tão intensas que elas sempre o procuram por mais, ela estava esperando por uma oportunidade de ser a submissa de Peter á tempos, e estava decidida a aproveitar cada segundo daquela experiência. Peter termina sua bebida tranquilamente, e se levanta como se tivesse todo tempo do mundo, com passos lentos e determinados ele caminha pelo clube. Peter está determinado a sentir, a voltar a viver, mesmo que seja por pouco tempo, mesmo que seja somente enquanto ele for o dominador naquele quarto, ali ele é o dom, ali ele é dor e prazer, somente ali ele consegue deixar de ser Peter Pietro o herdeiro da máfia.
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