Vamos do início!

1205 Words
Quando você passa a sua vida toda vendo casais fracassados ao seu redor, brigas e pessoas sumindo, fica difícil pensar num mundo onde pessoas possam realmente se amar, onde possam realmente ser felizes para sempre. E é aí que os filmes e livros entram e me salvam, me fazendo acreditar que talvez possa existir um amor, uma paixão tão intensa que me faça mudar de ideia, que me faça pensar no amor de verdade. Sempre que penso em finais felizes, logo me lembro de filmes em que tudo se resume a um beijo de amor verdadeiro. - LINA, você está de novo escrevendo nas janelas?? - Não, que isso mãe! Tô só olhando a chuva. Antes que eu terminasse de inventar alguma mentira minha mãe já estava na porta do meu quarto me encarando. - Não está não, né Lina... - Aí mãe, nem fica manchado. - Não é você que limpa! Anda, a Luna está te chamando, quer que você dê comida a ela. - Já estou ind... - AGORA LINA! Passei correndo por baixo dos seus braços que estavam apoiados na porta, nem olhei para trás, mas, sabia que a dona Carolina estava me fuzilando com o olhar. - Lina, Lina, faz um aviãozinho da Frozen pra mim? - Claro Luna. Essa parte irei poupar vocês, mas toda vez que a Luna vai comer, ela inventa uma nova forma de fazer aviãozinho. ➑ Mais tarde eu teria que sair para finalizar os trâmites da faculdade, mas minha mãe estava relutante em me deixar sair de casa. - Ok, vou ter que esperar a minha mãe sair da cozinha para eu poder ir pela porta da cozinha e... - Tá falando sozinha por quê?? - Arthur apareceu no meu quarto em meio aos meus pensamentos. - Aaaa Arthurzinho do meu coração... - Fala logo o que você quer, não estou com paciência para bajulação agora. - Meu Deus, que grosseria... mas, já que você se disponibilizou. Preciso que você engambele a mãe enquanto eu saio com a Sabi? - Lina, a dona Carolina não quer que ninguém saia hoje, você sabe disso. - Preciso terminar o negócio da faculdade, por isso tenho que sair, a entrega dos documentos é hoje! - Ta, ta. Vou ver o que eu posso fazer e vê se volta logo!! Me arrumei super rápido e escrevi na janela que estava descendo. Eu e Sabrina temos essa mania desde que nós nos conhecemos, ficamos riscando as nossas janelas para deixar recados e coisas do tipo, as nossas mães como já é de se esperar odeiam muito isso. Saí de fininho pela porta da cozinha e tranquei, descer esses 12 andares nunca foi uma tarefa tão difícil, todas as pessoas do meu condomínio me conhecem pelo simples fato de que sou filha da minha mãe e seria terrível se qualquer pessoa me encontrasse… - Lin? - d***a, mas peraí, só uma pessoa me chama de Lin... - Tá falando sozinha maluca? - Oi, Diego... - Tá saindo escondido de novo? - Não é da sua conta. - É sim se você não quiser que a tia Carol fique sabendo… - Qual o seu problema? - Detesto ele com todas as minhas forças. - Anda, sei para onde você está indo. Sabrina me contou que a sua mãe não está deixando você sair de casa, mas também, depois do final de semana é bem plausível essa atitude. - Aí, de que lado você está? Quer saber, eu não ligo. Tenho que ir, a Sabrina está me esperando na portaria? - Sim. Acho que já deve ter chegado lá, já que saímos ao mesmo tempo… Fui embora vazada de lá, deixando ele falando sozinho, comecei logo a pensar em como toda vez que encontro com Diego fico na defensiva, mesmo que eu não me lembre de nenhuma vez que ele tenha tentado me ferrar, só lembro das vezes em que me magoou, mas, isso já é passado. Fui andando em passos bem apressados até a portaria. ➑ - Então quer dizer que o Giovanni não se ligou que tu gosta dele?? - Não, e pra piorar ele disse que tá afim de alguém e que contou pra mim porque eu sou a melhor amiga dele. - Ah, como ele é i****a! Amava conversar sobre tudo com a Sabrina, ela era uma das poucas pessoas que eu não precisava fingir nem me esforçar para ser alguém que eu não sou. Quando a gente se conheceu eu jurei que ela não gostava de mim e eu achando ela a pessoa mais linda que eu já tinha visto. ... - Oi - Ah, oi... você que é a Lina? - Ah sou sim... a propósito amei o seu cabelo. - Obrigada, amei a sua camiseta. - Você também curte eles? - Na verdade, não, mas vou ouvir já que você parece gostar bastante. ... Olhando agora, como a gente começou a se falar foi bem estranho e que particularmente falando, não tinha futuro nenhum, mas que bom que deu certo porque a Sabrina é oficialmente a minha pessoa. Fomos até a faculdade que era relativamente longe de casa, pegamos o metrô, o que facilitou tudo. Já estávamos acostumadas a fazer esse caminho, como todas as vezes que fugimos para fumar era para esse lugar que nós íamos, ele era longe o suficiente para o Diego não achar e perto o suficiente para nós conseguirmos voltar mesmo bêbadas e chapadas. Foram muitas as vezes que fugimos para esse lugar, além de tudo essa avenida passa uma energia de juventude e sonhos que podem ser realizados. Uma das vezes que passamos, por aqui encontramos um grupo de adolescentes e dentre eles estava o Giovanni, eu tinha estudado com ele uns anos atrás em outra escola e achei que nunca mais o encontraria, pois é estava errada. Quando eu o reconheci, torci para que ele não tivesse me notado e fiz a Sabrina correr comigo enquanto o farol piscava avisando que iria ficar vermelho. Depois desse dia fiquei relutante em sair de casa, mas, como sempre, a Sabrina me fez sair. Fomos para nosso lugar favorito e encontramos aquele esquisito de novo só que dessa vez a Sabrina me fez falar com ele. ... - Lina? - Sim? - Oi, eu sou a Sabrina, tudo bem? - Sabi era sempre sorridente e muito espontânea. - Quanto tempo Lina... Depois que você se mudou nunca mais te vi. - É o que costuma acontecer né, mas que bom que nos encontramos, agora a gente precisa ir, tchau tchau! - Ah, espera aí, anota o meu telefone e me chama! - Ah claro... ... E assim de um modo nada convencional e espontâneo que ele voltou para a minha vida. Depois desse dia nós começamos a sair juntos e agora ele se instalou de novo no meu coração, sei que parece brega e s*******o, porque realmente é, mas ele fez parte da minha infância. Depois que chegamos na rua da faculdade comecei a pensar em tudo, em tudo que poderia dar errado, em todas as decisões erradas que eu já tinha tomado na minha vida e se essa fosse mais uma delas? - Calma Lina, nós vamos fazer isso juntas!

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