Catharyna
Hoje é sábado é dia de baile e eu não estou nem um pouco animada, já Pedro tá super animado já que uns amigos do asfalto vão vim conhecer o morro porém não gosto de nem um deles, sem contar que o morro está uma loucura já que estamos sendo ameaçados de invasão.
Mas nada que mude a tradição de baile meu pai já mandou montar um batalhão para a segurança ser redobrada, mas sabemos que se tentar entrar aqui é pedir pra passar dessa pra melhor.
Chega a noite e eu estou no meu quarto, lendo quando ouço alguém bater na porta.
- Qual é garota, se arruma e vamos o pessoal tá chegando.
É Pedro mandando eu me arrumar mas estou sem vontade nenhuma de ir.
- Te falei que eu não vou, eu não tô afim.
- Você vai sim, 20 minutos, estou na sala te esperando.
Como não tem jeito, vou me arrumar né, estou pronta coloquei um vestidinho preto colocado no corpo, o básico que funciona né, minha corrente, pulseira, um saltinho branco,l e batom vermelho.
- Pra quem não queria ir você tá bem arrumada, quer chamar atenção de quem em? (Risos)
- De ninguém já que seus amigos são todos babacas, playboyzinho e mimado.
- Olha, olha, nem todos eu sei que nosso morro tem atrito com o morro vizinho mas você sabe que eu sou amigo do Luebeke e pedi para seu pai liberar a subida dele, então vai ser só filho de papai.
Eu tenho certeza que o Pedro é louco, não sei como o meu pai e o pai do Luebeke deixaram isso rolar, sei que não temos culpa de nada mas isso vai dá merda ainda.
Liberei a entrada deles, estava Pedro, Luebeke, e outros dois meninos, Lucas e Gabriel, conhecia todos eles de vista.
Luebeke ficou me olhando enquanto eu conversava com o Gui dando as ordens a ele, acho que tá dando pra ver que mulher sabe comandar as coisa né (risos)
Fui apresentada aos meninos e começamos curtir a noite, papo vai e papo vem Luebeke fala comigo.
- Não sabia que você tinha um camarote e que iríamos ficar nele.
- Pois é o camarote e tudo isso aqui em volta é meu.
Falei apontando para o morro todo.
- Tô sabendo, Pedro me passou a fita e sem contar que já sabemos a história por trás das nossas famílias né.
- Sim, sabemos.
Me limitei a falar isso, vi que meu pai estava me olhando de longe, como quem fala "se você se envolver com esse menino eu te mato"
Então me afastei dele pedindo licença quando vi uma confusão na porta do camarote.
Era Julia e umas meninas da favela querendo entrar porém Pedro não tinha me falado que a Ju ia vim com as amiguinhas dela e logo as que eu não gosto.
Fui chegando perto ouvi uma das meninas falando
- Qual foi Gui o camarote é do Pedro também, libera aí e sem contar que eu e você ficamos também, considera vai.
Já cheguei respondendo ela
- O camarote é meu tá e o Pedro é meu convidado ele não tem autoridade de nada aqui.
- Catharyna tu se acha demais isso sim, só porque é filha do dono acha que pode fazer tudo.
- Eu não acho nada minha filha, eu posso, eu sou a dona, agora quer saber você não entra.
- Sou convidada do Pedro e da Julia e não sua, vou entrar sua put@, metida e ignorante.
Nesse momento meu sangue ferveu e eu fui pra cima dela, agarrei os cabelos mas logo Gui já me tirou e Pedro já chegou correndo.
- Qual é patroinha não vai sujar as mãos com essa menina não.
Pedro já viu a gravidade da situação e sabia que eu não ia deixar mais ninguém entrar ali se eu estivesse com ódio o bastante.
- Catharyna qual foi cara, pra que isso? Deixa essa mina falar.
- Deixa ela falar é o c*****o Pedro, você sabe como eu sou e outra você me avisou da Julia e não desse tanto de mulher, p***a.
- Catharyna os meninos me pediram pra chamar, foi m*l eu pensei que tinha te avisado, libera aí vai.
- Pedro isso aqui é um camarote e não um puteiro c*****o, é o nosso camarote, deixa elas entrar Gui mas essa garota não, não quero ela aqui, vai curtir o baile da pista, c*****o.
As meninas entraram e a tal menina ficou na porta, falando besteira, dei as costas e reforcei o pedido a Gui que só deixasse subir com a minha autorização e sai de perto, fui sentar no bar e já pedi minha bebida porque estava estressada.
Meu pai não moveu um dedo, ficou apenas me observando ele não se mete nas minhas tretas, sempre deixa com que eu resolva tudo sozinha e do meu jeito, seja lá qual for esse jeito.
Estava ali observando tudo ao meu redor, os meninos estavam ali conhecendo as meninas e nem parecia que tinha acabado de rolar uma briga, quando vejo Luebeke vindo em minha direção já fiquei o que esse menino quer.
Luebeke é muito bonito, deve ter 1, 80 de altura, pele morena, cabelos lisos e bem preto, corpo atlético, definindo, os olhos dele é um marrom bem claro tipo cor de mel, os dentes lindos bem alinhados entao não imagine um sorriso perfeito, sem contra que ele estava muito bem arrumado, estava lindo, calça jogger preta, tênis branco da Nike, camisa branca e vários acessórios, uma correntinha, pulseira, relógio, ele estava simplesmente lindo um próprio príncipe como ele é conhecido, o dono do morro.
Ele veio em minha direção e eu fingi que não estava vendo ele chegar, continuei observando tudo, ele chegou e pediu uma bebida no bar e sentou do meu lado.
- Quer dizer que além de herdeira do morro, você é boa de briga e resolve teus B.O? Acho que vou começar mudar meu pensamento sobre uma mulher no poder. (Risos)
Olho pra ele e penso em não responder só por conta da gracinha sobre eu ser mulher mas respondo.
- Sim, sou herdeira mas não quero essa vida então você nunca vai me ver dando ordem aqui e sim Luebeke eu resolvo meus problemas, não preciso de ninguém pra resolver minhas coisas.
- Percebi que você resolve e não pensava que você não iria querer assumir o morro.
- Você não sabe de tudo só pensa que sabe.
Deixo o meu copo ali e saiu de perto dele antes que ele fale alguma coisa.
A noite foi muito boa, curti bastante, Luebeke sempre tentava se aproximar mas não dava brecha até porque nosso pais são rivais e isso daria muita merda.
No fim da noite ele saiu com uma das meninas que estavam no camarote porque diferente de mim, ela ficava se esfregando e dando a maior moral pra ele.
Pedro e Julia me deixaram em casa e fui me organizar para dormir, tomei meu banho, fiz toda a minha higiene e me deitei.
E do nada me peguei pensando em Luebeke naquele sorriso lindo e no jeito que ele me olhava, rapidamente me repreendi e fui tentar dormir.
Do nada meu celular vibra e recebi uma mensagem de um número que não estava salvo.
" Amei a noite no seu morro, o baile é ótimo, agora precisa vim em um baile no meu morro porém tem que ser mais simpática e sorrir mais. " L.G
L.G aquelas eram as iniciais de Luebeke Girardi esse era o nome verdadeiro dele e sabia disso por conta da escola, estava ajudando a minha professora e vi o nome dele na lista.
A pergunta era como ele conseguiu meu número, não sei importância, não responde mas confesso que aquilo me deixou intrigada porém iria sim no baile no morro dele desde que não tenha problema para o meu pai e para o meu tio.
Deixei o celular de lado e fui dormir já que no domingo eu iria para a praia com uma amiga da escola.