*** Bella ***
Daqui alguns meses eu completo 18 anos, e já estou com o meu casamento marcado. Pois é, acho que isso já está virando uma tradição de família, você completa 18 anos e se casa, estou com um frio na barriga, vou me casar com alguém que eu m*l conheço, só estou fazendo isso, porque eu amo muito o meu pai.
— Vamos Bella. — A minha mãe me chama.
— Já estou descendo. — Hoje vai ter uma festa para anunciar o nosso noivado, e vai ser a primeira vez que eu vou ver o Thomas, isso mesmo, esse é o nome do meu futuro marido.
— Pipoca. — O meu pai grita.
Me olho no espelho e estou linda.
Foi a minha mãe que escolheu a minha roupa, ela optou por um vestido rosa bebê, com um leve decote em “U”, ele é longo, o meu cabelo está solto, e um salto preto de camurça de uns 10Cm.
A minha maquiagem foi a Jenny que me ajudou.
Saio do meu quarto e desço as escadas, no fim dela os meus pais me esperam.
— Ah, meu Deus. — Os olhos da minha mãe já estão marejados. — Você está linda.
— Mãe, não chore. — Eu peço. — como eu estou papai?
— Maravilhosa minha pipoca.
— Eu vou apressar os gêmeos. — A minha mãe fala e segue em direção da cozinha.
— Desculpa por isso. — O meu pai pede quando a minha mãe some do nosso campo de visão.
— Eu ainda não disse sim, para ele. — Falo e o meu pai já fica em alerta.
— Como assim? — Ele pergunta.
— Podemos negociar? — Blefo.
— Mas é claro.
— Pronto! Vamos? — A minha mãe volta com a Donna e o Tefo.
Eu já sei que posso negociar o meu casamento com o meu pai.
Caminho em direção do nosso carro, o tio Hendrick, a tia Paola, Jenny, Pietro e o Dante, também estarão lá, só o vô Petter e a vó Sandra que não, eles estão viajando, uma terceira ou quarta lua de mel.
Em alguns meses eu termino o ensino médio, e eu não estou muito feliz com isso, pois nele eu conheci o Charles, eu ainda não o apresentei para os meus pais, por causa desse casamento.
E o Charles nem imagina que quando eu completar os meus 18 anos, eu me caso com um homem que não é ele, mas, eu tenho um plano e espero que funcione, na verdade eu espero que o Charles esteja disposto a esperar por mim.
— Todos pronto? — O meu pai pergunta quando para com o carro na frente de uma enorme mansão, aparentemente ela tem o mesmo tamanho que a nossa, mas o seu quintal é lindo, e está cheio de luzes e pessoas.
— E você, minha pequena?
— Eu vou ficar bem, mamãe. — Tento tranquiliza-la, mas na verdade, eu estou cheio de medo.
As borboletas começam a crescer dentro da minha barriga.
Saímos do carro e o meu pai entrega a chave para um manobrista.
A minha mãe se aconchega em lado do meu pai e eu no outro, os gêmeos estão atrás com os meus primos, quando colocamos os pés na entrada daquela mansão, todos os convidados ficam e silêncio, e com a maior naturalidade, o meu pai sorri.
— Boa noite a todos. — Ele m*l termina a frase é um homem, alto, com os olhos escuros, cabelo grisalho, usando um terno na cor azul, se aproxima todo sorridente, enquanto fala.
— Henry!
— Vicente. — Logo atrás desse Vicente, uma mulher loira, olhos azuis, nariz fino, o lábio inferior um pouco mais grosso que o superior, os seus cabelos são na altura dos ombros com algumas mechas. Ela usa um vestido tubinho na cor preto o que realça as suas curvas, aparece atrás dele e também com um sorriso maravilhoso.
— Liz, minha linda. — Ela se aproxima e cumprimenta os meus pais, após o Vicente fazer o mesmo. — Ah, eu não acredito que essa é a Bella?
— Boa noite. — A minha voz sai num sussurro.
— Como você é linda. — Ela me elogia e sinto o meu rosto cora.
— Obrigada.
— Venham vou lhe apresentar o meu Thomas. — Ele me puxa pelo o braço e eu solto do meu pai, e a acompanho. Acho que essa parte é a sala de entrada para a casa, e que sala ein, ela é maior que a nossa, tem um lustre enorme bem no centro, e caminhamos em direção as escadas. — Você vai amar o meu menino. — Apenas retribuo o seu sorriso. O meu único objetivo, é convencer o Thomas a separar no máximo em um ano, ele deve ter alguém que ele ame, assim como eu amo o meu Charles. E quando eu olho para o topo da escada, sinto um pequeno sentimento que eu não sei bem como explicar. — Olha Bella, esse é o meu Thomas. — Ela fala toda orgulhosa.
Thomas, que está ali, todo sorridente com o seu terno preto, o que realça a sua pele clara, a sua barba está impecável, o seu sorriso então, é maravilhoso, o seu cabelo está penteado para trás, e os seus olhos azuis me encaram.
Sinto uma pequena falta de ar por alguns segundos, ele desce aquelas escadas numa velocidade.
— Bella. — Ele fala e estende uma das suas mãos para que eu aceite.
— Thomas. — Sorrio e seguro a sua mão.
Todos ali, nos observava, o que me deixava mais constrangida.
— Venha, vamos até o jardim. — Eu agradeço mentalmente por ele nos tirar daqui. Apenas balanço a cabeça concordando. Caminhamos para a parte dos fundos, e em poucos segundo estamos no jardim, e que vista linda, já está noite, e daqui dá pra ver todas as luzes da cidade. — Lindo, não é?
— Sim.
O jardim dos fundos é maior que o da frente, tem várias arvores, e alguns balanços, o que mais chamou a minha atenção, foi um dos balanços cheio de flores em volta dele.
— Venha! Vamos para o outro balanço. — Thomas me chama e eu o acompanho. Eu me sento, e ele começa a me balançar lentamente. — E aí Bella, agora que estamos sozinhos, me diga o que você acha de casamento arranjado? — Ele pergunta.
Eu não sei bem o que dizer, isso é muito novo e eu não sei se posso contar tudo para ele, eu o m*l conheço.
— Eu não sei. — Resmungo.
— Eu acho isso uma loucura. — Ele fala e se senta no balanço do lado. — Mas o meu pai me disse, que em dois anos podemos nos divorciar, se não nos apaixonarmos.
— Menos m*l. – Falo.
— Menos m*l o que? — Ele pergunta e ri. — Nos apaixonarmos ou o divórcio?
— Olha Thomas, é pouco provável que não vamos nos apaixonar, e tenho certeza que você já deve ter alguém.
Ele é um rapaz muito lindo, impossível não ter nenhuma namorada, ou paquera.
— Não me leva a m*l Bella. — Ele passa uma das suas mãos em seus cabelos. — Eu tenho uma namorada, na verdade, eu acho que ainda tenho. — Ele ri sem ânimo.
— Por que você acha?
— Ela não gostou da ideia, quando eu falei que ia me casar. — Ele parece decepcionado.
— E você gosta dela?
— Sim, já tem dois anos que estamos juntos. — Ual!
— E os seus pais?
— OS meus pais ainda não sabem, pois ela é mais humilde, e nunca que o meu pai iria aceitá-la. — Ele afirma.
— E o que você pretende fazer depois desses dois anos? — Pergunto.
— Convencer o meu pai, que eu a amo.
— Eu também amo alguém. — Confesso.
— Sério? — Os seus olhos brilham quando eu falo.
— Sim. Eu o conheci no ensino médio.
— Mas vocês já... — Arqueio uma das minhas sobrancelhas tentando entender a sua pergunta. — Sabe?
— Ah! Não. — E mais uma vez eu sinto o meu rosto cora.
— Podemos fazer um acordo. — Ele sugere.
— Qual?
— Na frente da mídia e dos nossos pais, somos um casal feliz, e quando estiver a sós, podemos ir visitar quem realmente amamos, o que você acha?
— Eu aceito, mas como vamos fazer para nos ver, sem que ninguém desconfie, os meus pais, sempre deixam os seguranças atrás de mim.
— Isso é o de menos, depois damos um jeito. — Ele sorri. — A única coisa que eu preciso saber, é se você topa?
— É claro que sim.
Isso era tudo o que eu queria ouvir, esse casamento não vai dar certo, ele ama alguém e eu o Charles, e o que impede a nossa felicidade, são os nossos pais. A minha única preocupação agora, é como eu vou contar tudo isso para o Charles.
— Crianças, venham! — A mãe dele aparece na porta e nos chama.
— Já estamos indo, mãe. — Thomas grita. — Vamos Bella. — Ele se levanta e segura a minha mão, para que eu posso acompanha-lo.
Caminhamos em direção daquela casa imensa, e quando colocamos os pés para dentro, todos os convidados nos olham.
— Por que tanta gente? — Sussurro.
— A minha mãe é um pouco exagerada. — Ele fala e ri.
Estou começando a me sentir um pouco mais leve com ele.
— Boa noite á todos. — Os convidados dão espaço quando o Vicente começa a falar. — Como todos sabem, hoje é um dia muito especial. — Ele fala com orgulho. — É o dia em que a família Kuhn e a família McNight, estão a um passo de se unirem. — Ele ergue a sua taça e todos os acompanham. — Vamos meu filho.
Thomas ainda me segura pela mão e meu puxa para o meio do salão.
— Senhorita Bella McNight. – Ele começa a falar e se ajoelha, quando me dou conta ele segura uma caixinha de veludo na cor preta e quando ele a abre, tem um solitário de ouro com uma pedra de esmeralda. — Você aceita a se casar comigo? — Por um segundo eu queria que tudo aquilo fosse verdade, e em que seu lugar, fosse o meu lindo Charles.
— É claro que eu aceito. — Falo com os olhos marejados.
E então, ele coloca o anel em meu dedo, todos começam a aplaudir, e para a minha surpresa, ele me dá um beijo quando se levanta.
Ual! Eu não estava preparada para aquilo, e o mais engraçado que não foi apenas um beijo simples, foi aquele beijão de cinema, é claro que eu correspondi.
O Charles nunca tinha me beijado daquele jeito, confesso que as minhas pernas ficaram tremulas com a sua atitude.
— Isso faz parte do show. — Ele sussurra em meu ouvido quando separa os nossos lábios.
— Ah! Precisamos falar sobre isso... o nosso acordo. — Retribuo o cochicho.
— É claro que sim, senhorita McNight.
A maioria dos convidados veem nos felicitar, a maioria deles eu m*l conheço.
— Estou tão feliz por ter mais uma filha. – A Francesca fala quando se aproxima de mim e me abraça. — Pode contar comigo para tudo o que você precisar.
— Obrigada. — Ela parece ser tão doce e gentil, ao contrário do seu marido.
Depois do “nosso noivado”, todos continuaram com os petiscos e seus drinques.
O meu pai não para de sorrir.
— Obrigado, pipoca. — Ele agradece quando me dá um beijo e me abraça.
— Ainda precisamos conversar.
— Vamos até o jardim dos fundos. — Ele fala e começamos caminhar lentamente, para que ninguém sinta a nossa falta. A minha mãe está entretida com os gêmeos, ou seja, ninguém vai nos ver saindo daqui.
O meu pai para de andar quando encontramos varanda da casa.
— Consegue vai fazer com que esse contrato dure apenas um ano? — Pergunto.
— O Vicente não é um homem fácil de enganar, mas eu posso tentar. — O meu pai se encosta no muro pequeno que separava a varanda do jardim. — Não gostou do Thomas?
— Pai, ele gosta de outra pessoa, e eu também.
— De quem?
— Você não o conhece. — Na verdade, apenas a Jenny sabe dele.
— Da onde ele é?
— Pai, isso é o de menos. — Também me encosto no pequeno muro, ficando ao seu lado. — A única coisa que eu sei, é que eu quero ficar com ele, mas eu não sei se ele vai me esperar. — Afirmo.
— Se ele te ama, ele vai te entender.
— Como se fosse fácil alguém entender, que a sua namorada está sendo forçada a se casar com um outro homem. — Falo.
— Mas ele vai ter que entender. — O meu pai respira fundo. — Eu vou tentar convencer o Vicente, mas eu não sei se consigo.
— Promete? — Pergunto e ergo o meu dedo mindinho.
— Promete. — O meu pai entrelaça o seu dedo mindinho no meu e me abraça.
— O que está acontecendo aqui? — A minha mãe aparece. — O que vocês estão prometendo? — A minha mãe tem olhos de gavião.
— O papai pediu para que eu prometa que vou tentar ser feliz.
— Ah meu amor, eu sei que isso não está sendo fácil, mas você vai conseguir. — A minha mãe fala enquanto me abraça.
— Bella, aqui está você. — O Thomas fala quando aparece na porta.
— Desculpa, tive que roubar a minha pipoca por alguns segundos. — O meu pai fala.
— Pipoca? — Thomas parece confuso.
— Pai.
— Me desculpa Bella. — Ele fala e abraça a minha mãe. — Vamos deixá-los a sós meu a mor. — Ele e a minha mãe sai, deixando apenas eu e o Thomas.
— Pipoca, o seu pai te chama assim? — ele pergunta.
— Sim.
— Por que?
— A minha mãe diz que eu ficava que nem pipoca em sua barriga, e é por isso que o meu pai me chama assim. — Ele ri. — Para de rir, isso é fofo tá! — Afirmo
— O que é fofo, eu rindo ou o seu apelido, pipoca? — Dou um soco de leve em seu braço.
— Para. — Ele continua rindo e dou mais um soco no seu braço, só que dessa vez, ele segura o meu pulso e me puxa, isso faz com que eu perco o equilíbrio e me apoio nele para não cair, e automaticamente as minhas mãos vão para o seu peito.
— Opa! — ele fala quando os nossos lábios estão bem próximos, o meu corpo todo se arrepia com o seu toque.
“Para Bella, você ama o Charles e não confunda as coisas. O meu subconsciente me adverte.”
Respiro fundo e me recomponho.
— Vamos pegar uma bebida? — Sugiro.
— é claro que sim.
Seguimos para dentro da casa, e conversamos sobre coisas aleatórias e combinamos que quando estivermos a frente de algum conhecido, devemos demonstrar algum tipo de afeto, e que podemos até nos beijar e que no dia da nossa lua de mel, nada vai acontecer entre a gente.
O que me deixa mais aliviada, é que o Thomas, é muito tranquilo e estamos concordando em tudo.