seja minha

1328 Words
— Sabe... Eu gosto de estar com você. — Pegou o copo com sua bebida, que havia pedido pouco tempo antes de ela entrar no restaurante, e bebeu um gole. — É a única mulher no mundo que me deixa interessado, a única que tem minha total atenção e a única que consegue me manter em castidade há mais de seis meses. — Não exagere. — Ela se surpreendeu e pensou que, obviamente, ele havia saído com outras pessoas durante aquele tempo. — Não estamos na frente das câmeras, Chris, pode ser sincero. — Acredite. Estou louco para f***r alguém, e esse alguém é você. Outra mulher não me atrai o bastante para, simplesmente, eu te esquecer. — Pior que ele estava sendo sincero, tanto que ela viu, em seus olhos, a irritabilidade dele por estar sem sexo. Ela riu e estava se segurando para não gargalhar na frente do restaurante inteiro. — É uma piada para você? — Sim — confirmou, ainda rindo dele. — Está admitindo que não fica com outras mulheres porque pensa em mim. Isso não é uma piada? — Não, é trágico. Então, para de rir. — Ele se irritou. Achou que sua honra já estava ferida demais para ter que aguentar esse deboche. — Indo direto ao ponto: estou com a corda no pescoço. — E quando não está? — Ela chamou o garçom com um aceno de mão, e Chris ficou em silêncio. Aquela conversa não poderia sair da i********e dos dois. — Uma água, por favor. — O homem logo foi buscar o seu pedido. — Então, você quer conversar sobre seus problemas. Acha que somos amigos? — Somos bem mais que amigos, eu diria. Ele achava confortável conversar com ela. Acreditava que poderia dizer qualquer coisa à Soph, pois ela riria e lhe daria conselhos que, provavelmente, ele não seguiria. E tinha o bônus do deboche, que apesar de ele odiar, adorava ouvir as palavras saírem da sua boca. Até achava que era meio bipolar por conta dessa contradição. — Mas você insiste em me deixar de bolas roxas. — Para de botar esses pensamentos pecaminosos na minha cabeça. — Ela ficou envergonhada por realmente se imaginar pegando-as na mão e as apertando. — Sophia — ele chamou a sua atenção, sussurrando. — Estou querendo ter uma conversa real aqui. — A morena o encarou. Achou isso estranho, e depois deixou que ele continuasse, sem mais deboche. — Meu mau comportamento está refletindo no meu trabalho. — Só percebeu isso agora? — Não se aguentou. — Faz 30 anos que está em Hollywood, e só agora percebeu isso? — Não faz ideia de como foi começar nessa merda tão cedo. — Irritou-se. Viu que o seu tom foi exagerado porque odiava ser lembrado de tudo pelo que já tinha passado. O garçom trouxe a água que sua parceira pediu, e ele, novamente, calou-se, pondo ainda mais dúvidas na cabeça da mulher. Quando eles estavam, novamente, a sós, ele continuou. — Até hoje sou perseguido por todos. Tenho que ser o galã, tenho que estar em forma e tenho que ter uma família feliz para que os produtores não me botem no banco de reservas. — Esse é o seu medo? — Levantou uma das sobrancelhas perfeitamente feitas e o encarou. — Cara, você fez diversos filmes e tem profissionalismo, apesar das polêmicas. — Estou cansado de ser o playboy ou o herói de filmes de adolescentes. — Está reclamando dos trabalhos? — Estou dizendo que há rumores de que meus comportamentos, já há um bom tempo em controle, por assim dizer, estão causando burburinhos no meio artístico, e alguns babacas não querem nem chegar perto do meu nome. — Isso é bem verdade. — Ela pensou e se lembrou de uma conversa recente. — Certo, você tem que mudar. Se está longe de polêmicas atualmente, qual o seu medo agora? O que deseja fazer para mudar? E o mais importante: o que eu tenho a ver com esses rumores? Foi aí que ele se consertou na cadeira e a olhou com um sorriso no rosto, estilo cafajeste. Ela logo se tocou que era o alvo dele. — As más línguas dizem que estávamos em um romance, e não estou falando do filme, apesar de ele ter relação. — Não temos nada. — Por dentro, ela começou a imaginar diversas situações, palavras e conversas que a levariam a um final de dia bem pensativo. Era óbvio que ele tinha um plano, e esse plano usaria esses rumores idiotas e sem sentido. — O quê? Está pensando em confirmar? Sabe que não é verdade. As únicas vezes que chegamos perto um do outro foram por puro profissionalismo. Isso não era totalmente verídico. Ela se recordou das vezes em que ficou tão empolgada e excitada, que usou do privilégio da sua personagem para o beijar, como já queria fazer há um bom tempo. Chris não era bobo nem santo. Ele já fez o mesmo, enquanto ela sabia disso e até gostou. — Na realidade, eu sempre quis botar você contra as paredes cenográficas e lhe tascar um beijo de verdade, não aquelas falsidades que usamos para as câmeras. E eu já vi você usando dessa desculpa para me usar como queria. — O único pervertido aqui é você. — Ela era boa em atuar, só que com ele as coisas mudavam de tom. Christian era a sua fraqueza. — Enfim, seja lá o que estiver pensando, é melhor esquecer. Eu nunca... — Um acordo — ele falou, sem esperar que ela terminasse. Soph parou no tempo, tentando refletir. — Todos nos amam juntos. Você é uma pessoa correta, chama a atenção, é caridosa, amada e tem uma ótima reputação. E temos química. Sinceramente, não é segredo para nenhum de nós que desejamos nos pegar sem desculpa nenhuma. — É mentira. — Mentirosa. Ela queria isso mais do que atuar. — Não vou me meter nesse plano maluco, isso iria estragar as nossas carreiras. Iria me pôr ao seu lado, mas como acabou de citar, você tem uma péssima reputação. — Só até a poeira abaixar. Não vou ser o Christian Harrison, só o Chris. Prometo que não vai se arrepender. — Me arrependi de ter vindo. — Não negue o que sente. — Irritou-se, todavia tomou o cuidado de ser discreto. — Você pode proclamar o quanto quiser que sou um i****a, safado e tudo de r**m, mas não minta sobre o seu desejo por mim. E, no final das contas, isso ajudaria nós dois. Seriamos como Brad Pitt e Angelina Jolie, só que sem a polêmica da traição. — Acha mesmo que as pessoas iriam acreditar que somos um casal? — Ela estava nervosa. Isso não era esperado. Ele a escolheu para essa loucura? Sophia apostava que era só porque rolava aquele boato i****a. — Christian, você é um solteiro aos 41, nunca assumiu ninguém, vive com uma mulher a cada noite, e do nada vai aparecer namorando? — Você é a mulher da minha vida. Não vai ser difícil convencê-los disso. É inteligente, bonita, tem carisma, não tem medo de falar o que pensa na minha cara e adora fazer piadas e debochar. Sempre estou feliz quando você está por perto. O que mais quer que eu diga? Sophia não sabia se gostava dessas palavras ou odiava. Isso significa que ele a observava, que gostava dela. — Ainda é arriscado. Não vou me meter nisso, Christian. — Foi sua resposta final. Ele entendia a sua recusa, embora não gostasse. Sophia tinha muito mais cabeça que ele, e ele não insistiria, já que ela o recusou. — Certo, eu tentei. — Frustrado, encarou Soph, assim como ela o encarou. Por dentro, lá no fundo, ela pensava no que falou e em como seria bom ter ele nas suas mãos, mas que ainda seria arriscado, mesmo que pudesse tirar vantagem disso. Como seria ser a namorada oficial do maior cafajeste de Hollywood?
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD