11" Segredos e Sombras"

1593 Words
Maria Luiza Ele abriu a porta e foi entrando, e eu o segui de perto. A sala estava um pouco escura. Águia caminhou até uma estante e apertou o interruptor da luz que estava escondido atrás de alguns livros. A sala foi inundada por uma luz amarelada e fraca. Olhei na direção de Eduarda, que estava jogada no chão, amarrada com fita adesiva nas mãos e nos pés, os olhos arregalados de medo. Eduarda_Águia, me tira daqui! Eu não fiz nada, por favor, me tira daqui!_ suplicava, a voz tremendo de desespero. Águia_Já pode parar com o teatro, Eduarda. Eu já descobri tudo_falou com uma frieza cortante, achei o maldito celular com o qual você mandava mensagens pra Malu_Olhei para ele surpresa. Era a primeira vez que ele me chamava pelo apelido. Sempre me chamava de Maria Luiza. Dei um sorriso de canto e voltei minha atenção para Eduarda, que, apesar da situação, estava me olhando com um sorrisinho cínico. Eduarda_Eu adorei brincar com você, Maria Luiza. Era tão bom ver você desesperada quando eu mandava aquelas fotos suas na rua_ela riu de forma maligna. Águia_Fica quieta, c*****o!_gritou, dando um soco forte na cara de Eduarda. Quero saber quem é o filho da p**a que está com a Marina! Eduarda_Eu não sei do que você tá falando, amorzinho!_ela debochou, mesmo com o rosto já marcado pelo golpe. Águia_Não brinca comigo, Eduarda_rosnou._Você não sabe do que eu sou capaz de fazer contigo. Eduarda_Eu sei sim_ela respondeu, a voz carregada de desprezo._Sei muito bem do que você é capaz. Você matou seu próprio pai, não foi?_ela riu, e Águia avançou sobre ela, desferindo vários socos. Eu_Águia, chega!_ gritei, tentando segurar o braço dele.Ele parou e me olhou. Seu olhar estava frio e sombrio, diferente de qualquer coisa que eu já havia visto. Segurei o rosto dele com ambas as mãos, tentando trazê-lo de volta à razão. Eu_Por favor, para_implorei_você vai acabar matando ela, e nós precisamos descobrir onde está a minha mãe. Ele saiu de cima de Eduarda, respirando pesadamente. Ela cuspiu sangue no chão e soltou uma risada amarga. Eduarda_Olha que bonitinho, ele obedece igual a um cachorrinho_ela zombou Eu_Se eu fosse você, acabava com esse deboche_ falei friamente._Não vou ser boazinha com você por muito tempo. E se você não responder as minhas perguntas, eu vou deixar o Águia fazer o que ele está doido para fazer com você, ou eu mesma vou ter a honra de acabar com sua vida. Eduarda_Olha ela, mostrando as garrinhas, pinscher_ riu, mas sua voz tremia. Águia perdeu a paciência novamente. Ele avançou, mas eu o impedi, colocando-me entre os dois. Eu precisava das informações que ela tinha, e no momento, ela era minha única esperança de encontrar minha mãe. Segurei o peito de Águia, fazendo-o olhar para mim. Eu_Por favor, tenta se controlar. A minha única chance de encontrar minha mãe é ela_pedi, e ele respirou fundo, afastando-se com relutância.Eduarda nos observava com olhos afiados, claramente planejando seu próximo movimento. Ela sabia que sua vida dependia das respostas que nos daria, e parecia disposta a usar essa vantagem o máximo possível. Olhei para ela com determinação. Eu_Agora, vamos começar do início. Onde está minha mãe?_ perguntei, tentando manter minha voz firme.Eduarda sorriu, mas era um sorriso cansado. Eduarda_Você realmente acha que vou entregar tudo assim, tão fácil? Águia_Você não tem muitas opções_ rosnou, ainda com a raiva borbulhando sob a superfície. Águia Não tenho a paciência da Maria Luiza não, tá ligado? Sei que ela está desesperada atrás da mãe dela, eu também tô, pô. Tia Mari é minha segunda mãe, ela cuidou de mim quando minha mãe morreu, e considero ela pra c*****o mesmo. Eduarda sabe onde minha tia está e com quem ela está. Só que ela sabe que não tem nada a perder: se ela contar, vai morrer; se não contar, vai morrer do mesmo jeito. E disso ela já sabe. Por isso tá jogando, gostando de ver o desespero da Maria Luiza. Malu_Eduarda, eu estou te implorando, me fala quem está com minha mãe e onde ela está. Imagina se fosse a sua mãe no lugar da minha?_Maria Luiza implorou, a voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas.Eduarda fechou o sorriso, ficando séria pela primeira vez. Foi ali que eu percebi que Maria Luiza havia tocado na ferida dela. O ponto fraco de Eduarda era a mãe, e nada mais justo do que pagar na mesma moeda. Como diz o ditado, você colhe o que planta. Eu_Olha, Maria Luiza, você me deu uma grande ideia_ falei, me aproximando de Eduarda e apertando o rosto dela._Que tal sua mãezinha vir te fazer uma visitinha, hein? Eduarda_Do que você tá falando, Águia? Deixa ela fora disso. Eu já disse que não sei de nada, c*****o! Minha mãe não, Águia, por favor!_ela implorou desesperadamente. Eu_Então começa a falar a verdade nesse c*****o!_ rosnei, e ela assentiu com a cabeça baixa._É o irmão do Gabriel que tá com a Mariana?_Ela concordou._Como você ficou sabendo da morte do Gabriel? Eduarda_Eu estava indo na boca fazer uma visita, aí escutei a Maria Luiza perguntando ao Lc se você tinha matado o Gabriel. Eu já sabia quem ele era e como era o relacionamento deles. Já estava com ódio dessa garota_ela disse, olhando para Maria Luiza._Tive a grande ideia de começar a ameaçá-la. Ver ela morrendo de medo me deixava feliz, e eu queria tirá-la do meu caminho._Ela me olhou com rancor._Eu queria ela longe de você, Guilherme. Então fui atrás da amiguinha dela, a Ana Clara. Fingi ser amiga dela só pra conseguir o endereço do Isaac. Fui atrás dele e contei tudo, só que eu mudei um pouquinho da história. Malu_Você falou que eu matei ele e não o Águia!_ Maria Luiza completou. Eu_Onde esse tal de Isaac está com a Mariana?_ perguntei, olhando nos olhos dela. Eduarda_eu não sei_disse Eduarda, desviando o olhar do meu. Eu_Mentira. Fala logo, Eduarda, onde minha tia está?_falei, abaixando-me perto dela. Ela me olhou com medo. Eduarda_Eu já disse que não sei. Ele não me disse nada_ela insistiu. Eu_Malu, manda o Lc trazer a mãe dela aqui, e se ela ficar de picuinha, manda trazer à força!_falei, e a Eduarda me olhou desesperada. Eu sabia que ela tava mentindo, por isso falei isso da mãe dela, tá ligado? Maria Luiza ia saindo e a Eduarda começou a gritar. Eduarda_Eu falo! Eu falo! Mas por favor, a minha mãe não!_ começou a chorar. Eu_Agora você entrou no meu jogo. Vamos lá, onde minha tia está? Eduarda_Como eu disse, eu não sei._falou, e eu bufei, pegando ela pelo cabelo_Espera! Ele disse que ia levar ela pra um sítio, um pouco distante da cidade. Malu_Qual cidade?_Maria Luiza perguntou. Eduarda_Petrópolis! Eu_Maria Luiza, vai atrás do Gb e do Lc, conta tudo pra eles e manda preparar os meninos. Já já te encontro na sua goma, demorou?_falei, e ela assentiu, saindo. Mas antes, parou na porta e se virou para Eduarda. Malu_Olhando pra você assim, eu só consigo sentir pena. Você se rebaixando a esse ponto por conta de homem só demonstrou o quão baixa você é. Foi uma pena você me querer como inimiga. Mas espero que o capeta te aceite como amiga, ou talvez nem ele te queira por perto_ falou e saiu. Me virei olhando pra Eduarda que tava com os olhos cheios de lágrimas, mas o olhar era de raiva. Ela não me olhava nos olhos. Peguei no rosto dela, forçando-a a me encarar. Eu_Olha pra mim, Eduarda!_pedi, e ela me olhou nos olhos. Eduarda_O que você quer, Águia? Me mata logo! Eu_O que você quer que eu fale pro comédia lá, teu parceiro?_ri debochado, e ela me olhou com mais ódio ainda._O que foi?_me levantei, indo pra mesa onde tinha várias armas._Estou te dando a chance de se despedir. Não quer falar nada pra ele? Nem pra tua mãe?_Peguei a Glock e me virei pra ela, que olhou direto pra minha mão. Eduarda_Não faz isso, Águia! Eu te amo, poxa! Não me mata, por favor. Eu prometo que vou meter o pé daqui, tu nunca mais vai me ver na vida, por favor!_ implorou, e eu ri. Eu_Deixa eu te perguntar uma coisinha._Me agachei perto dela._Tu já me viu, alguma vez na vida, dar chance pra alguém? Eu sempre falo, Eduarda, nada nessa vida passa batido por mim. Ou tu age na transparência comigo ou sua passagem pro inferno tá garantida. Não sou bobo, e não vem tentar me fazer de o****o. Já falei que não tenho esse vulgo à toa. E você,_ me levantei, apontando a arma pra ela_lembra bem do meu vulgo e do meu rosto, porque é o último que você vai ver!_falei, apontando a Glock na cabeça dela e atirando. Olhei pro corpo dela jogado no chão e soltei um sorriso de lado. Saí da salinha mandando os vapor darem um jeito no corpo dela e fui direto pra casa tomar um banho.Cheguei em casa já fui logo pro quarto, tirando a roupa e jogando em algum canto. Fui pro banheiro e tomei um banho frio. Quando saí, vesti uma bermuda preta e peguei uma camisa qualquer, jogando no ombro. Saí de casa indo pra minha moto.Dei partida indo direto pra casa da Maria Luiza. Chegando lá, já fui entrando. Maria Luiza tava andando de um lado pro outro, Rebeca sentada no sofá tentando acalmar a Maria. O Lc tava fazendo alguma coisa no celular enquanto o Gb falava alguma coisa no radinho com alguém. Só aí percebi que eu tava sem radinho e sem fuzil.
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