Alguns dias passaram-se e Júlio não tirava do pensamento aquela imagem de Sara dançando no palco daquela boate, aquilo despertava gatilhos nele, seu lado carnal ardia em desejo, e ele começava pensar Em Sara cada vez mais mais, com aquelas lembranças do passado, daquela transa que ele teve com ela.
Júlio: Desse jeito... Eu vou acabar enlouquecendo... Consumido pelo pecado, e por este desejo que me consome tantos anos! Eu preciso saber onde Sara está ! Preciso tirar ela dessa vida! é meu dever como sacerdote... é meu dever como seu amigo... E como... Como alguém que lhe amou um dia...
Júlio não fazia ideia de que Sara havia engravidado dele naquela aventura que tiveram antes de sua ordenação, e nem fazia ideia de tudo que elas haviam passado,
Era uma quinta-feira, por volta de 9 horas da manhã, aquele dia Pe Júlio havia reservado para fazer a confissão dos fiéis, em uma campanha espiritual em que ele estava empenhado, pois segundo ele, muitos dos irmãos da igreja estavam pecando muito, passando a noite na perdição, em boates e bebedeiras e no dia seguinte, estavam na missa com cara de sono, ressaca, e querendo estar presentes fisicamente mas com a cabeça voltada para o mundo e os prazeres da carne, mas ele iria receber uma pessoa naquela manhã que iria lhe perturbar ainda mais o sossego, e quem mais além de Sara, poderia lhe causar desequilíbrio?
Pe Júlio estava no confessionário, rezando, e aguardando pela aproximação dos fiéis que se dirigissem até ele, que já havia atendido alguns fiéis naquela manhã, Sara havia chegado até a igreja, ela havia ido até lá procurar ele para conversar, o ajudante do padre Júlio que o auxiliava naquela manhã, diz a Sara que Júlio estava no confessionário.
Sara: No confessionário... Bom saber disso... Acho que vou me confessar também, sabe... Estou precisando desabafar, contar ao Padre o que tenho feito nos últimos anos.... Tenho pecado tanto....
Coroinha: venha por aqui, assim que aquela mulher sair... Pode ser a sua vez... Ela é a última, mas irei avisar o Padre que há mais uma pessoa...
Sara: Obrigada! Você é muito gentil!
O jovem corre até o Padre assim que termina a última pessoa e lhe avisa...
Coroinha: Padre Júlio! Ainda tem mais uma pessoa ali para confissão, o senhor vai atender ela?
Júlio: Sim, é claro que vou! Mande ela se aproximar filho...
Desde o incidente na boate, Júlio tem trabalhado, rezado, e se dedicado quase integralmente à igreja, visando tirar Cara do seu pensamento...
Ela se aproxima do confessionário....
Padre Júlio: Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo... Se aproxime filha... E me diga... Quais são os seus pecados, Não estou aqui para lhe condenar, e nem para para lhe apontar o dedo, estou aqui para lhe aconselhar, e para lhe ajudar a seguir no bom Caminho...
Sara: Padre.... Tenho vivido uma vida inteira de pecados... preciso que seja compreensivo comigo.... Por favor!
Júlio sai rapidamente do confessionário, ao reconhecer aquela voz....
Júlio: Sara?! O que faz aqui? Diz ele surpreso e espantado... Seus olhos correm por todo o corpo de Sara, que usava um vestidinho curto e colado, realçando as curvas de seu corpo...
Sara: Nossa Padre! Me olhando desse jeito... Eu estou me sentindo invadida pelo seu olhar... Acho que o senhor é quem está precisando confessar! Ou será que olha desse jeito indiscreto para todas as fieis?
Júlio tenta desconversar, mas Sara mexia demais com ele, o deixava desestabilizado, e seus sentimentos e desejos vinham à flor da pele para o torturar...
Sara: Não vim para conversar com Júlio, eu vim para me confessar com o Pe Júlio... Posso?
Júlio: Sara... Como chegou nesta cidade? O que faz numa boate como aquela? Aquilo não é lugar para você! E por que fez aquilo comigo?
Sara: Se não for em confissão ... Então eu vou embora....
Ela vira as costas para ele, que a chama de volta.
Júlio : Tudo bem... Eu irei ouvir o que tem a dizer em confissão... Sente-se por favor...
O Padre entra novamente no confessionário, muito nervoso, abalado com a situação, mas disposto a ouvir o que ela tem a dizer...
Sara: Padre... Então, faz muitos anos, acho que quase 10 atrás eu me apaixonei por um homem... Bom.. Eu achava que ela um homem... Na verdade ele era apenas um mimadinho da mamãe dele, incapaz de assumir que também me amava, que me desejava, que me queria...
Júlio: Sara, as coisas não são simples assim como você pensa, existiam várias coisas , você não entende Sara!
Sara: Padre, isso é uma confissão minha e não sua... Me permita falar por favor... Quem está aqui para ouvir é você e não eu....
Júlio se sente atormentado, as lembranças, o desejo, o cheiro do perfume que ele estava sentindo, Sara estava ainda mais bonita que há 10 anos atrás, aquela menina se transformou num espetáculo de mulher...
Sara continua então sua confissão...
Sara: Eu trabalho numa boate sim padre... Não faço m*l a ninguém, não prejudico ninguém com o meu trabalho... Apenas danço para satisfazer aqueles homens que ficam loucos a cada peça de roupa que tiro... Nossa é uma sensação única ser desejada por todos aqueles homens, me olhando, me chamando de gostosa....
Júlio estava no seu limite de ciúmes, sentindo-se torturado pelas palavras de Sara...
Júlio: Por acaso... Você faz programa Sara? Você faz s**o com estes homens? Pergunta o Padre...
Pelo tom de voz, Sara sente que cumpriu o que havia ido fazer desestabilizar Júlio...
Sara: E se eu fizer? O que isso tem? Está com ciúmes padre? É isso?
Júlio: Sara você passa por alguma dificuldade financeira? É isso? Precisa de dinheiro? Sabe que eu sou padre por opção, fiz voto de pobreza, mas minha família é muito rica, eu possuo trabalhos sociais... Eu posso te ajudar Sara...
Sara: Por mim, eu quero que pegue seu dinheiro e coloque bem no meio do seu...
Júlio não resiste e sai do confessionário...
Júlio: Chega! Pra mim já basta ! Você não veio aqui para se confessar coisa nenhuma ... Veio aqui apenas para me atormentar! Para me tentar não é isso! Mas você não vai conseguir me desestabilizar! Diz ele falando alterado...
Sara pega sua bolsa, vira as costas e sai sorrindo....
Sara: Nossa Padre... Acho que o senhor precisa relaxar mais... Por favor... Desse jeito, eu vou acabar não vindo mais na sua igreja!
Júlio: Fora daqui! Eu não vou deixar que você venha zombar de mim... Não vou mesmo! Eu sou um sacerdote, abdiquei da carne! Não vou cair nas tentações!
O coroinha olhava assustado para o Padre aos berros, Júlio então manda que ele diga a quem chegar que não irá mais receber ninguém aquele dia.
Ao sair dali da igreja, Sara, aquela mulher provocante e desafiadora, dá lugar a velha Sara de antes, que ainda era apaixonada por Júlio... Ela chora dentro do carro voltando para casa...
Sara: Eu não vou dizer nunca para você sobre a nossa filha, nunca mesmo... nem ela e eu precisamos do seu dinheiro, mas eu vou fazer da sua estada aqui um inferno Júlio... Vou te provocar de todos os jeitos possíveis e imagináveis...