CAPITULO 62

1175 Words
Quatro meses após o nascimento de Isabel, Helena e Bruno estavam em uma consulta de acompanhamento com o obstetra. A pequena Isabel estava com eles, acomodada em seu carrinho, enquanto esperavam na sala de espera do consultório. Helena estava nervosa, não apenas pelo retorno à rotina das consultas médicas, mas também pelo desejo de confirmar sua saúde após o parto e o estado de Isabel. E, é claro, por um motivo especial que a deixou com os nervos à flor da pele. Ela não compartilhara com Bruno ainda, mas estava preocupada com a possibilidade de estar grávida novamente, tão rapidamente após o nascimento de Isabel. Bruno percebeu a ansiedade de Helena e segurou sua mão, olhando-a com carinho. "Vai dar tudo certo, meu amor. Isabel está ótima, e você também. O médico só confirmará isso." Helena sorriu fracamente, agradecendo a segurança de Bruno. No entanto, o segredo que ela estava guardando ainda pesava em seu coração. Finalmente, chegou a vez deles na consulta. Helena, Bruno e Isabel entraram na sala do médico. O obstetra, Dr. Pereira, cumprimentou-os com um sorriso caloroso. "Como estão todos?" perguntou o médico enquanto consultava o histórico médico de Helena. Estava claro que Dr. Pereira estava muito feliz por vê-los novamente e, principalmente, por conhecer Isabel, que estava tranquila no carrinho. Helena sorriu, tentando parecer animada. "Estamos bem, obrigada, Dr. Pereira." Bruno também confirmou que eles estavam indo bem. O médico realizou os exames de rotina em Isabel e elogiou seu desenvolvimento saudável. Helena e Bruno se sentiram aliviados ao ouvir isso. Depois de verificar o estado de Isabel, Dr. Pereira se voltou para Helena. "Agora, vamos falar sobre você, Helena. Como você tem se sentido? Alguém está tendo problemas com o sono?" Helena hesitou por um momento, mas depois decidiu compartilhar suas preocupações. "Na verdade, Dr. Pereira, tenho sentido algumas coisas estranhas recentemente." Bruno a olhou, preocupado com o que ela estava prestes a dizer. Dr. Pereira, por outro lado, manteve um olhar sereno e encorajador. Helena suspirou e continuou. "Eu... Eu tenho sentido náuseas, cansaço, e minha menstruação está atrasada." Dr. Pereira assentiu compreensivamente. "Entendo, Helena. Vamos realizar alguns exames para descobrir o que está acontecendo. Mas, antes disso, quero lembrá-la de que é normal que seu corpo leve algum tempo para se recuperar após o parto. Os sintomas que você mencionou também podem estar relacionados à sua saúde pós-parto." Helena olhou para Bruno, cuja expressão era uma mistura de preocupação e curiosidade. Dr. Pereira continuou. "No entanto, vamos verificar tudo. Farei alguns exames, incluindo um teste de gravidez." Helena assentiu, sentindo o nervosismo aumentar. Isabel estava quieta, como se percebesse a tensão no ar. Os exames foram feitos, e todos esperaram ansiosamente pelos resultados. Enquanto isso, Isabel brincava em seu carrinho, ignorando completamente a tensão ao seu redor. Finalmente, o médico voltou com os resultados. Ele olhou para Helena e, com um sorriso gentil, anunciou: "Helena, você está grávida." Bruno e Helena trocaram olhares atônitos. A notícia os pegou de surpresa. Bruno estava em choque por alguns momentos antes de finalmente falar. "Grávida? Mas como? Não é muito cedo?" Dr. Pereira explicou que, embora seja incomum, uma gravidez após o parto não é impossível. Ele mencionou que algumas mulheres podem voltar a ovular mais cedo do que outras. Helena estava abalada com a notícia. Ela olhou para sua bebê, Isabel, e depois para Bruno. "Isso é... inesperado." Bruno ainda estava processando a informação, mas ele pegou a mão de Helena e apertou com carinho. "Independente do que aconteça, estaremos juntos nessa, assim como estivemos com Isabel." O médico explicou que o início da gestação deveria ser acompanhado de perto e que eles discutiriam os próximos passos durante as próximas consultas. Helena sentiu-se sobrecarregada pelas emoções. Ela estava grávida novamente, e sua família estava prestes a crescer mais uma vez. Era uma reviravolta inesperada, mas Helena e Bruno sabiam que enfrentariam o futuro com amor e determinação, assim como fizeram antes. Eles saíram do consultório, segurando Isabel nos braços e se abraçando com carinho, prontos para enfrentar mais uma jornada inesperada em suas vidas. A surpresa da segunda gravidez os fez perceber que a vida estava repleta de reviravoltas, mas eles estavam determinados a enfrentá-las juntos, como uma família unida. *** Helena e Bruno estavam sentados na praça da pequena cidade de Paraty. O dia estava ensolarado e tranquilo, e eles aproveitavam o momento para relaxar enquanto Isabel dormia no carrinho ao lado deles. No entanto, algo estava pesando no coração de Helena e ela decidiu finalmente compartilhar com Bruno suas preocupações. "Amor", começou Helena, olhando para Bruno com seriedade, "precisamos conversar sobre o futuro." Bruno franziu a testa, preocupado com a expressão séria de Helena. "Claro, meu amor, sobre o que você está pensando?" Helena suspirou profundamente. "Você se lembra da profecia, não é? A cigana disse que você teria quatro filhos." Bruno assentiu lentamente, sua mente revisitando aquele encontro. "Eu me lembro, Helena. Ela disse que eu teria quatro filhos e que o primeiro viria antes dos 25 anos." Helena abaixou a cabeça por um momento, perdida em pensamentos. "E a Isabel é o primeiro." Bruno confirmou com a cabeça. "Sim, a Isabel é o primeiro, e agora estamos esperando o segundo." "Eu estava pensando...", Helena hesitou antes de continuar, "sobre o que fazer depois que o segundo bebê nascer." Bruno franziu a testa, claramente intrigado. "O que você quer dizer?" Helena reuniu sua coragem e explicou. "Quero dizer que, depois do nascimento deste bebê, deveríamos considerar a possibilidade de eu fazer uma laqueadura." Bruno a encarou, surpreso. "Uma laqueadura? Por quê?" Helena explicou que estava preocupada com a profecia da cigana que previra que Bruno teria quatro filhos. "Nós já temos a Isabel, e agora mais um bebê está a caminho. Se fizermos a laqueadura, podemos evitar que a profecia se cumpra." Bruno ficou pensativo por um momento antes de responder. "Entendo suas preocupações, meu amor. Mas acho que é importante lembrar que essa profecia não determina nosso destino. Nós somos os únicos responsáveis por nossas escolhas e ações." Helena assentiu, compreendendo o que Bruno estava tentando transmitir. "Você está certo, mas essa profecia está nos afetando profundamente, e eu não quero que você se sinta pressionado a ter mais filhos do que gostaria." Bruno pegou a mão de Helena com carinho. "O que eu mais quero é construir uma família feliz com você, Helena. Não importa quantos filhos tenhamos, o que importa é que sejamos felizes juntos." Helena sorriu, sentindo-se mais aliviada. "Eu te amo, Bruno, e quero fazer as escolhas certas para a nossa família." Bruno retribuiu o sorriso. "E eu te amo, Helena, não importa o que decidirmos." Eles passaram algum tempo na praça, refletindo sobre o futuro e aproveitando a tranquilidade do momento. À medida que o tempo passava, Helena e Bruno sabiam que teriam decisões importantes a tomar, mas estavam determinados a enfrentar o futuro juntos, independentemente do que ele reservasse para eles. Eles tinham amor, apoio mútuo e uma família linda para cuidar, e isso era o que realmente importava.
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