CAPITULO 51

1259 Words
Helena havia se formado e agora estava advogando em um escritório de advocacia em São Paulo. Um ano e sua vida tinha tomado um rumo que muitos considerariam bem-sucedido. Ela estava progredindo em sua carreira, saía com Lucia e tentava seguir em frente, mas havia algo que sempre a incomodava, uma sensação de vazio persistente que parecia não desaparecer. Ela se perguntava se a advocacia era realmente o caminho que ela queria trilhar. Cada dia era uma luta para encontrar motivação e paixão pelo que fazia. Certo dia, ela decidiu buscar respostas para suas dúvidas. Ela se levantou de sua mesa e dirigiu-se à sala do advogado sênior do escritório, Eduardo Brandão. Ele era seu chefe e alguém que Helena admirava. Eduardo olhou para cima quando Helena entrou em sua sala, um sorriso gentil iluminando seu rosto. "O que posso fazer por você, Helena?" Ela hesitou por um momento, antes de finalmente perguntar: "Eduardo, o que o motiva a ser um advogado? Qual é a coisa que mais o inspira nesta profissão?" Eduardo inclinou a cabeça ligeiramente, ponderando a pergunta. "O que me motiva, Helena, é a busca pela justiça. É a sensação incrível de conseguir um resultado favorável para o nosso cliente, de fazer a diferença nas vidas das pessoas. É ver que a lei funciona, que a justiça foi feita. Isso é o que me mantém apaixonado por esse trabalho todos os dias." Helena assentiu, absorvendo suas palavras. Aquilo era verdade, ela pensou, mas ainda havia algo faltando. Eduardo então se virou para Helena e perguntou: "E você, Helena? O que a motiva a ser uma advogada?" Helena hesitou novamente. Ela não tinha uma resposta clara. Ela se sentia perdida, como se estivesse seguindo um caminho que não era realmente o dela. As palavras de Eduardo fizeram Helena refletir sobre sua própria motivação. Ela hesitou por um momento e então disse: "Eu não sei, Eduardo. Eu não sinto a mesma paixão que você. Não sinto a mesma satisfação quando ganho um caso." Eduardo notou sua hesitação e, com um sorriso gentil, disse: "Helena, a advocacia é uma profissão exigente e desafiadora. Se você não sentir paixão pelo que faz, se não encontrar significado em seu trabalho, será difícil prosperar e encontrar satisfação." Aquelas palavras ecoaram na mente de Helena. Ela sabia que Eduardo estava certo. Se ela continuasse em um trabalho que não a preenchia, ela nunca encontraria verdadeira realização. Com determinação, Helena olhou para Eduardo e disse: "Eu agradeço pela oportunidade que vocês me deram aqui, mas acho que é hora de seguir um caminho diferente." Eduardo assentiu com compreensão. "Helena, todos nós enfrentamos momentos em que precisamos reavaliar nossas escolhas. Não tenha medo de seguir o que seu coração lhe diz. Se você decidir sair, espero que encontre o que está procurando." *** Lucia estava sentada em sua mesa no escritório de advocacia quando viu Helena sair da sala de Eduardo Brandão, o advogado sênior do escritório. Helena parecia pensativa, e Lucia notou a expressão em seu rosto. Ela decidiu abordar a amiga e descobrir o que estava acontecendo. Levantando-se de sua mesa, Lucia se aproximou de Helena e perguntou com curiosidade: "O que aconteceu na sala do Eduardo? Você parecia séria." Helena suspirou, hesitou por um momento e depois respondeu: "Eu pedi demissão, Lucia." A surpresa tomou conta do rosto de Lucia. "O que? Pediu demissão? Por quê?" Helena olhou nos olhos de sua amiga e explicou: "Eu precisava fazer isso, Lucia. Eu percebi que meu coração e minha alma não estão aqui. Eles estão em outro lugar." Lucia franziu a testa, confusa. "Outro lugar? Onde você quer dizer?" Helena sorriu, uma luz de determinação brilhando em seus olhos. "Em Paraty." Lucia piscou, surpresa. "Paraty? Você está pensando em voltar para lá?" Helena suspirou profundamente, tentando encontrar as palavras certas. "Lucia, eu percebi que minha verdadeira paixão não está na advocacia. Eu não encontrei aqui o que procuro. Meu coração está em Paraty, com a simplicidade da vida lá, e com o Bruno." Lucia olhou para Helena com compreensão. Ela sabia o quanto Helena ainda tinha sentimentos por Bruno e como aquele relacionamento havia sido importante para ela. "Você quer voltar para Paraty? Recomeçar tudo?" Helena assentiu. "Sim, é isso que quero. Eu quero descobrir o que realmente me faz feliz, e isso não é estar presa a um escritório em São Paulo. Eu quero estar perto do Bruno, mesmo que não estejamos juntos. Preciso encontrar meu próprio caminho." Lucia colocou a mão no ombro de Helena com carinho. "Eu entendo, Helena. É importante que siga seu coração." Helena sorriu, grata pela compreensão de sua amiga. "Obrigada, Lucia. Eu sei que pode ser uma mudança drástica, mas é o que meu coração está me dizendo para fazer." Lucia olhou para Helena, percebendo que sua amiga estava falando com o coração. "Então você acha que voltar para Paraty é a resposta?" Helena assentiu. "Sim, acho que é. Preciso me reconectar com o que realmente importa para mim. Quero encontrar meu propósito e minha paixão, mesmo que isso signifique recomeçar." Lucia assentiu. "Estarei aqui para apoiá-la, não importa onde você esteja." Helena sorriu, grata pela amizade de Lucia. "Obrigada, Lucia. Sua amizade significa muito para mim." Com um sorriso solidário, Lucia abraçou Helena. "Estarei aqui para o que der e vier. Agora me conte, o que você planeja fazer em Paraty? Qual o primeiro passo?" Helena olhou para o horizonte, com um brilho nos olhos. " O primeiro passo é..." Naquela manhã, Helena entregou sua carta de demissão e deixou o escritório de advocacia que tinha sido sua casa por muito tempo. Ela sabia que estava dando um passo ousado em direção ao desconhecido, mas estava determinada a encontrar sua verdadeira paixão e motivação na vida. *** Helena estava no carro, dirigindo de São Paulo para Paraty, com o coração cheio de esperanças e ansiedade. Ela tinha tomado a decisão de deixar sua carreira como advogada em São Paulo e voltar para Paraty, onde seu coração realmente pertencia. No caminho, ela imaginava como seria o reencontro com Bruno, o homem que ainda amava profundamente. Quatro horas depois, Helena finalmente chegou a Paraty. A cidade estava imersa na serenidade que ela tanto amava, e isso a deixou ainda mais certa de sua decisão. Ela estacionou seu carro em frente à Nilton's Bike, a loja de Bruno, e seu sorriso se alargou. No entanto, assim que saiu do carro e se aproximou da loja, sua alegria se transformou em perplexidade e tristeza. A loja estava fechada, não de forma temporária, mas com uma aparência de que não havia operado por um longo período de tempo. O lugar que costumava ser cheio de vida e movimento agora parecia um espaço abandonado. Perdida em seus pensamentos, Helena parou um pedestre que passava. Ela olhou para ele com os olhos cheios de preocupação e perguntou: "Você sabe o que aconteceu com a Nilton's Bike? Está fechada?" O pedestre a olhou com uma expressão de surpresa, como se estivesse olhando para um fantasma do passado. Ele respondeu: "Oh, você não sabia? A loja fechou há quase um ano." Helena agradeceu ao pedestre e assistiu enquanto ele se afastava. Ela ficou ali, diante da loja fechada, atordoada e desolada. Sua mente girava, tentando compreender o que havia acontecido. Com o coração pesado, ela voltou para o carro, sentindo-se perdida e incerta sobre seu próximo passo. Seu retorno a Paraty estava cheio de esperanças, mas agora se deparava com uma realidade completamente diferente. Ela sabia que precisava encontrar Bruno, descobrir o que havia acontecido.
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