Leandro segurava uma caixa de bombons, enquanto Helena estreitava os olhos, surpresa porque Leandro havia chegado cedo.
Leandro sorriu levemente, um tanto nervoso, e estendeu a caixa de bombons para ela. "Eu trouxe isso pra você."
Ela olhou para a caixa e depois olhou para ele, um sorriso brincando em seus lábios. "Ah, desse jeito você vai acabar me fazendo engordar."
Leandro riu, seus olhos encontrando os dela. "Bem, mesmo se você engordar, eu vou te amar do mesmo jeito."
A resposta dele a fez rir genuinamente, e Helena relaxou um pouco mais. Então, ele se aproximou, inclinando-se para dar um beijo em sua boca. No entanto, ela virou ligeiramente a cabeça no último momento, fazendo com que os lábios dele roçassem sua bochecha. Leandro pareceu frustrado com o gesto não correspondido.
"Você sempre tão difícil, Helena", ele brincou, mas havia um traço de desapontamento em sua voz.
Ela sorriu, sem jeito. "Só estou mantendo você com os pés no chão."
Nesse momento, Marcelo, sentado no sofá e observando a cena, decidiu entrar na conversa. "Pelo menos dessa vez você não deixou a minha irmã plantada te esperando, Leandro."
Leandro olhou para Marcelo, aparentemente não esperando o comentário. Ele coçou a nuca desconfortavelmente. "É, bem, eu aprendi a lição."
Helena lançou um olhar repreensivo a Marcelo, mas seu irmão apenas encolheu os ombros como se dissesse "não me culpe". Ele se levantou do sofá e passou por Leandro, encarando-o com uma expressão séria.
"Escute aqui, Leandro", Marcelo começou, sua voz carregada de seriedade. "Eu sei que a minha irmã decidiu dar uma segunda chance a você. Mas se você machucá-la de novo, você vai ter que lidar comigo. E eu não sou tão paciente quanto ela."
Leandro pareceu levemente intimidado pela atitude do irmão mais velho de Helena, mas ele assentiu com respeito. "Eu entendo, Marcelo. Eu não vou repetir os mesmos erros."
Marcelo pareceu satisfeito com a resposta e deu um tapinha amigável no ombro de Leandro antes de sair da sala. "Bom mesmo. Agora, se me dão licença, eu tenho coisas melhores para fazer."
Helena olhou para Leandro após a saída de Marcelo, um misto de emoções em seu olhar. "Ignore meu irmão, ele não aceitou muito bem o que aconteceu em nosso casamento."
Leandro olhou para Helena com um sorriso animado e perguntou: "Pronta para pedalarmos?"
Helena o encarou com uma expressão frustrada e respondeu: " Acho que não rolar, pois eu não encontrei os trajes."
Leandro riu suavemente. "Sem problemas. Compraremos no caminho."
Nesse momento, Regina apareceu na sala com um enorme sorriso no rosto. "Ah, escutei a voz do meu genro preferido."
"Mãe!" Helena olhou para a mãe, os olhos semicerrados, repreendendo-a por dizer algo daquele tipo.
Leandro, no entanto, não pareceu se incomodar. Ele sorriu e respondeu com brincadeira: "Ah, Regina, você sempre me faz sentir especial. Minha sogra preferida."
Regina riu e se aproximou, dando um leve tapinha no braço de Leandro. "Esse é o espírito! Acabei de fazer um café preto, venham para a cozinha."
Helena rapidamente interveio, explicando: "Na verdade, nós já estamos de saída."
Regina olhou para os dois com um olhar maternal. "Vocês não podem sair de barriga vazia. Deixem-me pelo menos fazer um café para vocês."
Leandro olhou para Helena com um sorriso cúmplice e depois olhou para Regina. "Bem, acho que não podemos recusar o café preto da minha sogra, não é?"
Helena revirou os olhos e suspirou, enquanto Regina se dirigia à cozinha com um sorriso vitorioso. Parecia que o plano de sua mãe de alimentar Leandro estava funcionando perfeitamente. E com alimentar, Helena não estava falando do café da manhã.
***
Os três se sentaram à mesa da cozinha, onde um café da manhã foi preparado com carinho por Regina. Ela serviu Leandro com entusiasmo, sempre atenta a agradar o rapaz. Helena observou a cena com uma expressão mista de desprezo e desconfiança. Ela tinha uma forte suspeita de que sua mãe estava tramando algo nos bastidores.
Regina deu um gole em sua xícara de café e então se voltou para Leandro, um sorriso afetuoso nos lábios. "Estou tão feliz que você tenha voltado para a vida da minha filha, Leandro."
Leandro retribuiu o sorriso, seus olhos encontrando os de Helena por um momento antes de responder. "Também estou feliz por Helena ter me dado uma segunda chance. Estamos trabalhando para as coisas funcionarem entre nós."
O sorriso de Regina se tornou ainda mais amplo. "Oh, é maravilhoso ouvir isso. Sabe, já posso quase ouvir os sinos da igreja."
Helena revirou os olhos, sabendo exatamente onde a mãe estava indo com aquilo. Ela interveio rapidamente. "Mãe, você vai deixar o Leandro nervoso."
Leandro riu suavemente, parecendo estar em sintonia com Regina. "Na verdade, Helena, eu também sinto que estamos indo nessa direção e será logo."
Helena lançou um olhar acusatório para Leandro antes de se virar para o relógio na parede da cozinha. "Olha só, está ficando tarde. Se não sairmos logo, pegaremos muito sol."
Regina sorriu, apesar de um pouco decepcionada por não ter conseguido criar um clima mais romântico. "Bem, vocês dois vão cuidar disso. Aproveitem o passeio de bicicleta."
Leandro agradeceu a Regina pelo café e levantou-se, olhando para Helena. "Vamos, então?"
Os dois saíram da cozinha, deixando Regina com um sorriso nos lábios. Ela poderia não ter conseguido criar um cenário de romance perfeito naquele momento, mas não ia desistir de escutar os sinos da igreja tocando para eles até final do mês.