Bruno pedalou com habilidade pelas ruas de Parati, com Helena na garupa, o vento acariciando seus rostos enquanto se dirigiam para o centro da cidade. O sol brilhava no céu, criando um cenário perfeito para aquele momento especial.
Ao chegarem em frente à Nilton's Bike, Bruno parou a bicicleta com suavidade e ajudou Helena a descer. Seus olhos se encontraram, e havia um misto de tristeza e carinho em seus olhares.
Helena indicou com um gesto para o carro estacionado ali e disse: "É aqui que eu fico."
Bruno a puxou delicadamente pela cintura, aproximando-a, e então selou seus lábios em um beijo repleto de emoção. Quando se separaram, ele sussurrou: "Já estou com saudades."
Helena sorriu, seus olhos brilhando de ternura. "Eu também, mas eu volto logo. Tenho resolver as coisas sobre o especialmente com relação o casamento com Leandro e minha mãe."
Bruno assentiu, entendendo a importância da jornada que Helena estava prestes a enfrentar. Ele acariciou o rosto dela suavemente e ofereceu: "Se precisar de mim, Helena, não hesite em me ligar. Eu vou até lá, se for necessário."
Helena apreciou a oferta, mas recusou com um sorriso gentil. "Obrigada, Bruno, mas é algo que eu preciso fazer sozinha."
Bruno a beijou mais uma vez, com paixão e desejo, antes de finalmente liberá-la de seus braços. Com um último olhar cheio de amor, Helena entrou no carro e partiu em direção a São Paulo, enquanto Bruno a observava, com uma sensação de saudade e esperança no coração.
***
Helena dirigiu pelas ruas movimentadas de São Paulo, sua mente repassando as coisas que teria de lidar. Ela finalmente chegou ao prédio onde morava e estacionou o carro na garagem. Subindo no elevador até o seu apartamento, ela estava nervosa e determinada ao mesmo tempo.
Quando Helena abriu a porta do seu apartamento, uma visão chocante a aguardava. Malas estavam espalhadas pela sala, e sua mãe, Regina, apareceu, usando uma expressão séria que deixava claro que ela não estava feliz com o retorno de Helena.
"Bom que você tenha voltado, Helena," Regina disse, seu tom áspero. Helena suspirou, sabendo que aquela não seria uma conversa fácil.
"Sim, eu voltei, mãe," Helena respondeu, mantendo-se calma. "Precisamos conversar."
Regina não parecia interessada em uma conversa. Sua voz era cortante quando ela disse: "A única conversa que teremos é que você vai ligar para Leandro, pedir desculpas por tê-lo deixado no altar e marcar a data do casamento. Ou então é melhor você começar a procurar outro lugar para morar."
Helena olhou para as malas com uma mistura de surpresa e choque. Ela não esperava que sua mãe fosse tão implacável. "Essas são as minhas coisas?"
Regina assentiu com firmeza. "Sim, Helena. Não vou mais tolerar suas infantilidades. Ou você se casa com Leandro, ou é melhor você pegar suas coisas e sair da minha casa."
Nesse momento, Marcelo, o irmão de Helena, apareceu na sala, claramente confuso. "O que está acontecendo aqui?"
Regina olhou para Marcelo e explicou, com uma frieza calculada. " Só colocando a situação como deve ser. Helena só tem duas opções: casar com Leandro ou encontrar outro lugar para morar.
Marcelo tentou intervir, chamando a atitude de sua mãe de loucura, mas Helena tomou uma decisão inesperada. Ela olhou para as malas, depois para a mãe, e disse com calma: "Tudo bem, mãe. Se é assim que você quer, eu vou embora."
Ela pegou as malas, decidida, e olhou uma última vez para a mãe e o irmão antes de sair do apartamento, carregando suas coisas. Regina assistiu à saída de Helena, sua expressão inabalável, enquanto Marcelo a encarava, claramente perplexo e chateado com a situação. Helena havia tomado uma decisão que mudaria completamente o rumo de sua vida.
***
Helena estava parada junto ao elevador, suas malas ao lado dela, quando a porta do apartamento se abriu e Marcelo apareceu. Ele parecia preocupado e confuso com a situação.
"O que você está fazendo, Helena?" Marcelo perguntou, observando as malas.
Helena suspirou e respondeu com calma: "Estou apenas fazendo exatamente o que a mãe ordenou."
Marcelo parecia chateado com a atitude de sua mãe. "Você sabe como a mãe é, Helena. Daqui a pouco, ela voltará atrás em tudo isso."
Helena balançou a cabeça, determinada. "Não, Marcelo. Desta vez, a mãe está certa. Já passou da hora de eu crescer e tomar minhas próprias decisões."
Marcelo olhou para sua irmã com um olhar de preocupação. "E tudo isso por causa do Bruno? Ele realmente vale tudo isso?"
Helena sorriu, mas sua expressão estava cheia de convicção. "Não é só pelo Bruno, Marcelo. É por mim, por quem eu quero ser. Eu preciso fazer isso."
Nesse momento, o elevador chegou, interrompendo a conversa dos irmãos. Helena pegou suas malas e, antes de entrar no elevador, se aproximou de Marcelo e o abraçou.
"Eu vou mandar o endereço assim que encontrar um lugar para ficar, está bem?" Helena sussurrou no ouvido de Marcelo.
Ele a abraçou de volta com força. "Cuide-se, Helena. E não hesite em me chamar se precisar de alguma coisa."
Ela assentiu com gratidão e, com um último olhar para o irmão, entrou no elevador. Marcelo assistiu ao elevador se fechar, incapaz de impedir sua irmã de partir. Helena estava determinada a seguir seu próprio caminho, mesmo que isso significasse deixar sua antiga vida para trás. Marcelo sabia que as coisas nunca mais seriam as mesmas.
***
Helena caminhou pelos corredores do escritório, tentando evitar os olhares curiosos e surpresos de seus colegas de trabalho. Ela sabia que todos tinham sido convidados para o seu casamento com Leandro, que não havia acontecido, e agora estava de volta ao trabalho, lidando com as consequências de sua decisão.
Ao chegar ao seu departamento, ela avistou Lúcia, sua amiga de trabalho, e se aproximou dela com um misto de ansiedade e esperança. Antes que Helena pudesse dizer qualquer coisa, Lúcia arregalou os olhos, claramente surpresa, e perguntou. " O que você está fazendo aqui?"
Helena suspirou e respondeu com sinceridade, "Eu preciso de um lugar para ficar, Lúcia. Minha mãe me expulsou de casa e eu não tenho para onde ir."
Lúcia parecia estar prestes a dizer algo quando Eduardo Brandão, um dos sócios do escritório, se aproximou de Helena. Ele era um homem de meia-idade, com um olhar sério e imponente.
"Helena," ele começou, "você pode vir falar comigo em minha sala agora?"
Helena assentiu, olhando para Lúcia com gratidão. Lúcia deu-lhe um aceno encorajador antes de Helena seguir Eduardo até sua sala. Ela estava prestes a enfrentar uma conversa que poderia definir seu futuro no escritório de advocacia.