A primavera estava no auge, e as flores coloridas floresciam por toda a cidade de Paraty. O sol brilhava, iluminando o caminho de Helena enquanto ela caminhava pelas ruas tranquilas da cidade, seus cabelos dançando suavemente com a brisa. Ela estava grávida de gêmeos e estava indo ao encontro de seu irmão, Marcelo, que havia viajado de São Paulo para visitá-la. A notícia da gravidez já havia se espalhado entre a família, mas Helena estava ansiosa para compartilhar todos os detalhes com seu irmão.
Marcelo estava esperando no café aconchegante que Bruno e Helena costumavam frequentar juntos desde que descobriram os gêmos. Ele estava visivelmente empolgado em ver sua irmã e passar algum tempo com ela em sua nova vida em Paraty.
Quando Helena entrou no café e viu seu irmão, seu rosto se iluminou de alegria. Ela correu para abraçá-lo, e os dois se abraçaram com força como se estivessem se reencontrando depois de anos, embora tenham se visto há apenas alguns meses quando Isabel nasceu.
"Marcelo, que saudades!", Helena disse, afastando-se do abraço, com os olhos brilhando.
Marcelo sorriu calorosamente. "Eu também estava morrendo de saudades, irmã. Como você está? E essa barriga!"
Helena riu e acariciou gentilmente seu ventre, que estava visivelmente maior. "Bem, aqui está a grande notícia."
Os dois irmãos se sentaram à mesa, e Helena começou a contar sobre sua gravidez e como ela e Bruno descobriram que estavam esperando gêmeos. Marcelo ouviu com atenção, seus olhos se iluminando à medida que sua sobrinha e sobrinho a caminho eram mencionados.
"Gêmeos! Isso é incrível, Helena!", Marcelo exclamou. "Tenho certeza de que eles serão tão especiais quanto você."
Helena sorriu, sentindo-se grata por ter um irmão tão carinhoso e solidário. "Nós estamos realmente animados, e isso nos pegou de surpresa, mas de uma maneira maravilhosa."
Marcelo pensou por um momento e então disse: "E vocês já escolheram os nomes para os bebês?"
Helena hesitou por um momento antes de responder. "Na verdade, ainda não decidimos. Estamos considerando várias opções."
Marcelo parecia intrigado. "Bem, eu tenho algumas sugestões para vocês, se quiserem ouvir."
Helena e Bruno estavam sempre abertos a sugestões, então ela assentiu com um sorriso. "Claro, Marcelo, adoraríamos ouvir suas ideias."
Marcelo tirou um pedaço de papel e começou a escrever. "Para dois meninos, eu gosto dos nomes Antônio e Emanoel. São nomes fortes e clássicos."
Helena e Bruno trocaram um olhar e, depois de um breve silêncio, Helena disse: "Eles são nomes lindos, Marcelo. Nós definitivamente os consideraremos."
Marcelo assentiu com satisfação. "Fico feliz que tenham gostado das sugestões. O importante é que vocês escolham nomes que se conectem com o coração de vocês."
Eles continuaram conversando sobre a gravidez, compartilhando histórias e planos para o futuro. Helena se sentiu grata por ter seu irmão ao seu lado durante esse momento especial em sua vida.
À medida que o dia se transformava em noite, Marcelo e Helena caminharam pelas ruas de Paraty, a cidade iluminada pelas luzes suaves dos postes e das casas. Eles compartilharam risadas, memórias e sonhos para o futuro.
Quando Marcelo finalmente teve que partir, Helena o abraçou com carinho. "Obrigada por vir, Marcelo. Significou muito para nós."
Marcelo deu um beijo na testa de sua irmã e acariciou sua barriga. "Estou ansioso para conhecer meus sobrinhos. Cuide bem deles, Helena."
Helena sorriu e acenou enquanto seu irmão se afastava. Ela se sentia abençoada por ter sua família ao seu lado durante essa jornada de gravidez, e as sugestões de nomes de Marcelo eram uma lembrança constante de que havia muito amor e apoio em sua vida enquanto ela se preparava para receber os gêmeos.
***
A tarde estava calma em Paraty. O céu estava claro, pintado com tons suaves de laranja e rosa, enquanto o sol começava a se pôr. Helena estava no sétimo mês de sua gravidez de gêmeos e estava aproveitando um momento tranquilo em casa com sua filhinha, Isabel. Aquela tarde parecia ser igual a tantas outras, até que Helena começou a sentir algo diferente, algo que a fez se preocupar. Contrações.
Ela tentou manter a calma e, com cuidado, colocou Isabel em seu cercadinho com brinquedos para que pudesse monitorá-la enquanto lidava com o que estava acontecendo. Em seguida, pegou o telefone e ligou para Bruno, seu marido, que estava no trabalho na Nilton's Bike. Ele atendeu imediatamente, preocupado com a voz tensa de Helena.
"Amor, estou sentindo contrações. Elas estão ficando mais frequentes", disse Helena, tentando manter a calma.
Bruno, do outro lado da linha, respirou fundo. "Estou indo para casa agora mesmo, Helena. Mantenha a calma, vou chegar o mais rápido que puder."
Enquanto aguardava a chegada de Bruno, Helena tentou se concentrar em sua respiração e cronometrar as contrações. Elas estavam vindo a cada poucos minutos, e ela sabia que precisava se preparar para a chegada dos bebês prematuros.
Loreta, a mãe de Bruno, estava na sala, mas não estava lúcida naquele dia, devido ao Alzheimer que a afetava intermitentemente. Helena tentou explicar a situação a ela, mas Loreta parecia confusa e desorientada. Helena sabia que não podia contar com sua ajuda naquele momento.
Finalmente, Bruno chegou em casa, com os olhos cheios de preocupação. Helena correu para seus braços quando ele a abraçou, aliviada por tê-lo ao seu lado.
"Helena, você está bem?" ele perguntou, olhando-a ansiosamente.
Ela assentiu, apertando a mão de Bruno. "Estou, mas as contrações estão ficando mais fortes e frequentes. Acho que os bebês querem vir mais cedo."
Bruno assentiu, consciente da gravidade da situação. "Vamos levá-la ao hospital agora mesmo. Não podemos arriscar."
Helena assentiu, e os dois começaram a reunir suas coisas. Bruno correu para pegar a bolsa dela e a dela, enquanto Helena verificava se tudo estava em ordem com Isabel.
O carro já estava estacionado na frente da casa, pronto para levá-los ao hospital. Bruno ajudou Helena a entrar no carro com cuidado, garantindo que ela estivesse confortável. Isabel estava em sua cadeirinha ao lado dela.
A viagem até o hospital foi tensa, com Helena segurando a mão de Bruno durante cada contração, enquanto ele dirigia o mais rápido que podia, mantendo os olhos na estrada.