Como Adrian disse, chegamos na hora do almoço na fazenda da família da namorada do seu pai, ele insistia em chama-la dessa forma. Saímos do carro e fomos recebidos por uma alegre e sorridente Bea. Ela abraçou Adrian rapidamente depois me prendeu em uma abraço apertado e caloroso, algo que eu já esperava vindo dela.
— Como foi a viagem? Estão com fome? Posso levar vocês para o quarto se quiserem descansar, deve estar cansados, não é? Talvez seja bom um banho? O que acha? - nos bombardeou de perguntas, e eu nem sabia qual responder primeiro.
— Calma aí, Bea. - uma voz masculina surgiu atrás dela. — Vai acabar assustando a menina.
Vi então um homem alto com Linsey no colo se aproximar de nós. Soube de imediato que era o pai de Adrian, os olhos eram idênticos, assim como o tom castanho dos cabelos e a pele dourada. Ele era mais jovem e mais bonito do que eu imaginava. Adrian e ele eram igualmente bonitos. Não havia nenhuma diferente.
— Eu e Madie somos amigas, Harry - Bea se explicou pegando a filha no colo. A pequena menina sorria para Adrian, soltando gritinhos animada, assim como ela fez quando viu o irmão mais velho no shopping. A garotinha de cabelos claros era apaixonada pelo irmão mais velho.
— Harrison Mendonza - o homem se apresentou de forma educada e formal - Pai do seu amigo.
Abri um sorriso amarelo.
— Sou Madeline Baudin, senhor Mendonza. - me apresentei tentando conter o nervosismo.
— Pode me chamar apenas de Harry, Madeline - disse amigável abrindo um pequeno sorriso, parecia com os de Adrian — Você é quase da família.
— Pai... - Adrian tossiu forçado alargando o sorriso do mais velho. Harry estava o provocando.
Eu pensei que ele seria alguém muito sério e centrado, por tudo que Adrian me contou esporadicamente, e por claro, ele ser um advogado.
— Vamos crianças. Adrian guarde as coisas de vocês no quarto, eu vou levar Madie para comer e conhecer o resto do pessoal. - Bea disse devolvendo Linsey para o pai, deixando um selinho nos lábios dele, me puxando em seguida para entrar na casa, que eu nem havia tido tempo de olhar direito.
Bea como disse, ela me apresentou as outras pessoas que estavam na casa, apenas familiares dela, que, eram muitos. Sua mãe, Rouse, que assim como ela me tratou super bem, a sua irmã mais velha, Amie, que não pareceu ir muito com minha cara, mas mesmo assim foi simpática, e a sua outra irmã Chloé, que era sua irmã gêmea, também mãe de gêmeas.
Embora fossem gêmeas, Bea e Chloé não era idênticas, permitindo facilmente que eu soubesse de cara diferenciar-las. Enquanto Bea exibia um belo e comprido cabelo loiro, os cabelos de Chloé eram negros e cortados acima do ombro com uma franja no estilo chanel.
Bea também me apresentou a algumas crianças que estavam ali, todos sobrinhos de Bea. Eram cinco ao total e todas tinham nomes começados por "L", era engraçado.
O mais velho era Liam, seguido pelas gêmeas Lolla e Lillian, depois Layla, Luke, por último Liza, era mais nova que a irmã de Adrian alguns meses e era criada pela mãe de Bea, já que a mãe dela, acabou morrendo no parto e o filho dela não tinha como criar uma criança na cidade grande. Eram muitas crianças, e não podemos esquecer de Linsey, com ela eram seis ao todo. Eu não lembrava a última vez que havia visto tantas crianças juntas.
Depois Bea me apresentou seu pai, Lucian, e seu irmão, Ian, pai de Liza. Todos foram muitos gentis e eu me senti acolhida por eles.
Bea me disse que ainda faltavam alguns de seus irmãos chegarem e também os familiares dela e de Harry, que viriam só amanhã de manhã para a festa de Linsey, que seria ao ar livre.
Minha cabeça estava uma bagunça, era muita gente, eu provavelmente não conseguiria lembrar do nome de todo mundo ali, mas isso não me impediu de sorrir e ser simpática.
Adrian apareceu na sala onde estávamos e cumprimentou a todos, que o trataram muito bem também, mas eu pude perceber que ele não parecia muito avontade entre eles.
Eu entendia ele. Devia ser difícil, apesar de fazer muito tempo da separação dos pais, não era fácil aceitar uma nova família, principalmente com tantas crianças!
— Vamos comer então! - Rouse disse se levantando da cadeira onde estava com Liza em seus braços. — Ian, leve ela para o quarto. Ela precisa dormir. - ordenou e o homem obedeceu sumindo ao subir as escadas. — Madie, querida. - ela se aproximou. — Se não gostar da comida, eu faço algo que você goste, não sinta vergonha em me pedir ou dizer, tudo bem?
— Não se preocupe senhora, eu não tenho problemas com comida. - sorri tentando agrada-la e pareceu fazer efeito já que ela me retribuiu um sorriso enorme me arrastando até a sala de jantar enorme.
O almoço foi ótimo comi bem como não comia em muito tempo, comida típica, comida de panela, como dizia minha mãe, era realmente uma delicia, e eu repeti algumas vezes sem vergonha nenhuma.
Enquanto eu estava ocupada comendo por três, assim como Adrian que só tinha atenção para seu prato, os resto das pessoas conversavam animados, me deixando feliz por estar ali, apesar de serem desconhecidos pra mim, eu estava me sentindo mais em família do que com minha própria família.
— E seus pais Madie? - uma das irmãs de Bea perguntou, Chloé, se não me engano.
— Sabina mora com os tios. - Adrian respondeu lançando um olhar mortal a mulher que o olhou confusa.
— Meus pais morreram em uma acidente de avião faz quase dois anos. - expliquei concentrada na comida.
— Oh, me desculpe, querida. - pediu a mulher me olhando com remorso.
— Não se preocupe. - abri um sorriso pra ela — Não tinha como você saber.
— Sentimos muito, Medie. - o pai de Bea quem disse e eu assenti.
— Obrigada. Não fiquem m*l por mim. - pedi vendo que o clima estava ficando pesado. — Não quero estragar o clima de vocês.
— Não estragou, Sabina. - Ian disse olhando para a irmã. — Foi Chloé e sua boca grande.
— Ora seu...!
Uma discussão generalizada começou e eu voltei a prestar atenção na minha deliciosa comida.
Eu já tinha me acostumado com as pessoas me perguntando sobre meus pais e olhares de pena que eu recebia após dar a eles a resposta, não é que não doesse mais, ou que eu tivesse superado, já que era tudo muito recente, eu só tinha aprendido a lidar com a dor de ter perdido eles, minha mãe não permitiria que eu sofresse sempre que tocasse no nome deles, ela queria que eu me orgulhar-se de quem eles haviam sido e que eu desse orgulho a eles também.
Percebi o olhar de Adrian em mim, ele me olhava preocupado, eu acenei com a cabeça, afirmando que estava tudo bem, mas ele não pareceu acreditar.
Após a sobremesa, um bolo de morango com limão, as crianças foram dormir, assim como a maioria dos adultos, essa foi a oportunidade perfeita para Adrian me puxar pela mão, me guiando pelas escadas até chegarmos a uma porta.
— Vamos dividir o mesmo quarto. - ele disse abrindo a porta. — Isso é coisa de Bea, com toda certeza. - fingiu estar bravo. — Espero que não se importe. - me lançou um olhar nada sutil me fazendo sorrir.
— Nenhum pouco, se quer saber.