Capítulo 1

977 Words
Belo Horizonte , Dezembro de 2016 Larissa narrando Era sábado. Aqui em BH fazia frio nessa manhã, acordei com uma vontade louca de permanecer na cama, ainda mais por hoje ser fim de semana e esse friozinho lá fora.. - Garota, acorda. - ouvi as batidas na porta do meu quarto. Era ela, a mulher que fazia da minha vida um inferno. Melyssa, a mulher de meu pai que mais parecia o capeta em forma de gente. Levantei emburrada calçando minhas pantufas , o chão estava gelado por conta do frio que fazia hoje. - O que é ? - disse ao abrir a porta. - Você têm que me ajudar com a limpeza! Tá pensando que tem empregada aqui ? - ela disse com a voz de taquara rachada que ela têm. Idiota. - praguejei ao ver que ela saiu. Fui para o banheiro da casa , tomei um banho vesti uma roupa confortável e um casaco de tecido por cima , calcei minhas botinas e estava pronta. Isso mesmo, eu moro quase na "roça". Não é uma roça , é uma fazenda, que meu pai herdou do seu pai. Aqui é até confortável.. Temos comida, roupas e um teto isso já me basta. Mesmo assim , preferia qualquer lugar do que essa droga de vida ao lado de Melyssa. Eu a odeio, e meu pai sempre à favorece. Fui para cozinha, comi um pedaço de bolo que eu havia feito ontem porque a "bonita" não sabe cozinhar, e bebi uma xícara de café. - Amor , eu preciso ir comprar algumas coisas na cidade . - ela falou para meu pai e eu revirei os olhos. - O quê Melyssa? - Comida, coisas que necessitamos Luís. - Tá, o que eu não faço por você minha linda. - ele deu dinheiro à ela e a mejera deu um beijo nele. Nojo, eu tenho nojo deles! - Bom dia Larissa.- meu pai falou assim que passou por mim. - A benção pai... - falei ainda comendo o pedaço de bolo. - Deus lhe abençoe. Ficamos em silêncio, até que meu pai falou. - Vou ter que sair , ir na cidade resolver uns problemas. Fica na ordem, e cuida da casa. - ele disse se retirando sem ao menos me dar tchau. Eu já estava acostumada, toda atenção do meu pai era pra Melyssa. m*l sabe ele que ela é uma bruxa, mejera, v***a. Ela me odeia pelo simples fato de minha mãe ter tido um filho com meu pai, enquanto ela não consegue e nem nunca vai conseguir pois ela é estéril. Mas bem feito... Cada um paga o seu preço! Comecei a limpar a casa, já que não quero reclamações pro meu lado. Limpar a casa me ajudava à me distrair de uma certa forma, eu cresci na fazenda e não tenho medo do trabalho pesado, não que aqui não houvesse nada pra fazer eu tinha celular, e a tecnologia aqui é ótima. -Eu estou indo Larissa, quero essa casa limpa quando eu voltar da cidade, entendeu? - Melyssa disse ordeira. - Olha só. - a olhei de cima a baixo. Você acha que têm o poder de mandar em mim? Essa casa é minha também. Você é só uma mulherzinha com quem meu pai resolveu se casar para minha infelicidade era para eu ter tocado fogo em você no dia do casamento.- disse brava. - Garota inútil, eu só não discuto contigo agora porque tenho coisas mais importantes pra fazer. - empinou o nariz e saiu rebolando. Meu Deus, como posso suportar isso? Como posso viver no mesmo teto com alguém que me odeia, e que eu odeio na mesma intensidade.. Limpei mais algumas coisas da casa, e fui até o meu quarto arrumar. Iria ver Bruno, era um bom momento pra sair sem ser questionada pela bruxa, ou por meu pai. Bruno é meu namorado, escondido mas é. O pai dele é um grande dono de fazendas em Belo Horizonte, e meu pai não permite que eu fique com ele apenas por uma richinha que teve com o pai de Bruno à séculos. Coloquei um vestido rodado e um casaco, e coloquei uma sapatilha . Deixei meus longos cabelos loiros soltos, e peguei minha bolsa. Mandei mensagem pra Bruno avisando do nosso encontro, fazia tempo que não nos víamos. - Meu amor. - corri para abraça- lo atrás de uma árvore que havia aqui. - Boneca. - Ele selou nossos lábios. - Que saudade. - sorri ao toca-lo depois de tanto tempo. - Eu também estava, vêm eu preparei um lugar pra gente se ver mas a vontade. - ele segurou minhas mãos e me levou até o tal lugar. Era um lugar que me parecia ser uma quitinete. - É a casa de um amigo meu.. Ele liberou pra gente se ver. - ele disse e eu sorri. - Você é um fofo, pensa em tudo. - acariciei seu rosto. - É , Lari agora que pudemos nos ver. Você vai me dar o que prometeu né? Fiquei um pouco pensativa, até me lembrar do que tinha prometido meses atrás à Bruno. O clima entre a gente esquentou, só que eu estava com medo de me entregar. - Lembro sim.. Bruno eu te amo, e acho que já está na hora de darmos esse passo. - ele sorriu em resposta. - Obrigado por confiar em mim.- ele envolveu suas mãos em minha cintura. - Eu.. Estou com medo. - mordi os lábios, não pra tentar sensualizar mas sim de nervoso. - Você não precisa sentir medo. Me deitei e ele foi todo gentil comigo. Não sabia que era tão bom eu tinha certeza que amava Bruno, estava feliz por te me entregado ao homem que eu amava. O que eu m*l sabia, era que o meu pesadelo começaria a partir daí.
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