Eles chegaram cedo na quinta-feira, ali conheceram a senhora Juliana que Violet tanto tinha ciúmes e seu filho Bruno, o brasileiro era negr0, alto com cabelos escuros, não parecia muito forte e Ítalo já havia informado ao sogro que ele nem sonha com a existência da organização.
Depois das devidas apresentações, Daisy se juntou a Carlos e Bruno em uma conversa animada.
- Senhor Carlos o futebol brasileiro sempre será melhor! Temos isso no sangue...
- É uma pena não ter homens o suficiente aqui pra te mostrar que também sabemos jogar, eu então! Tenho sangue brasileiro também, levo a melhor dos dois lados.
- Ah Carlos, no esporte não vejo ninguém melhor que eu aqui, mas tenho que admitir, a beleza Inglesa é realmente esplêndida. - Bruno disse olhando para Daisy, ela estava distraída no celular.
- Daisy? Falando com alguém importante?
- Oh, senhor Carlos, eu estava falando com a florista que fará o buquê da Violet, ela queria substituir as violetas, minha irmã ficaria louca!
- Esse é Bruno, ele é filho da senhora Juliana, ele vivia no orfanato, ela o adotou anos atrás. - Carlos disse.
- Prazer, me chamo Daisy, sou a cunhada do Ítalo.
- O prazer é todo meu Daisy... Soube que são da Escócia, espero um dia conhecer lá, tem Pubs famosos...
- Ah, sim... É lindo lá e você de onde é no Brasil?
- Moro em São Paulo, mas já viajei o país todo, é um lugar ótimo!
Bruno é farmacêutico, se formou com maestria na profissão, teve ajuda de Carlos e Ítalo para montar sua primeira farmácia, sendo ele hábil nos negócios, expandiu e hoje tem uma pequena rede de farmácias, ele dá palestras e cursos para jovens empreendedores, se tornou um homem honesto e próspero.
Irving ficou um tempo observando eles conversarem, Bruno a fazia sorrir contando histórias e falando das belezas do país.
Depois de jantar resolveram ir para a casa de Alexsander, já haviam muitos hóspedes ali.
- Gostou do brasileiro filha?
- Oh, é mesmo Daisy, eu vi você falando com o tal Bruno, ele até que é bonito... - Disse Violet.
- Ai gente, ele é gentil, mas não faz parte do nosso mundo, as coisas lá são diferentes, teria que haver um interesse, um namoro e talvez um casamento.
- Ué... comigo foi assim, eu namorei Ítalo e depois das burradas que eu fiz ele poderia ter me deixado, mas vamos nos casar.
- Violet é diferente, vocês se conhecem a vida toda, eu só conversei com Bruno e ele vai embora após o casamento.
Daisy gostou da companhia de Bruno, ele era alegre como ela e gentil, cuidava da senhora que hoje chama de mãe.
No dia do casamento, Daisy ajudou Violet e as outras mulheres a se prepararem, fez a maquiagem da irmã, de Marcela e de Megan, riu muito no quarto com Kate, a esposa de Alexsander e irmã de Lucius era tão descarada nos comentários quanto o marido, um par perfeito.
O casamento foi bonito e emocionante, Daisy entrou com Lucius, Irving notou o interesse nos olhos da filha, ela estava deslumbrante, mas Lucius não era sua primeira escolha, sabia que ele teve interesse pela hoje chamada de senhora Hill, não queria que a filha vivesse com a sombra de um antigo amor do soldado. Depois da cerimônia Daisy sentou-se com Kate e o marido, Marcela se juntou a eles, tinham um plano para junta-la com Lucius, este passou a maior parte do tempo com o bebê Hill no colo, Kate deu um jeito de pegar a criança e Marcela conversou com ele, enquanto Daisy dançava com Carlos.
- O que estão tramando? - Carlos perguntou.
- Ideia de sua esposa... Eu ainda nem entendi direito.
Enquanto isso, Scott acompanhava os movimentos da família, notou a dança entre a moça ruiva e Carlos e depois a moça foi passada para os braços de outro homem, Irving notou a presença de Scott e foi falar com ele.
-Está a um bom tempo apenas olhando os convidados rapaz...
- Boa noite senhor, não conheço ninguém aqui, sei que é o pai da noiva, mas não sei seu nome.
- Me chamo Irving Boyd, e o senhor quem é?
- Sou Scott Jhonson, vim a pedido de meu pai, representando a família.
- Jhonson? filho do americano Drake Jhonson?
- Sim, sou eu.
- Pensei que fosse mais velho... Convidei especificamente o filho mais velho dos Jhonsons.
Scott não entendeu a troca, mas preferiu não falar, achou que seria inconveniente e o pai ainda o repreenderia, provavelmente imaginou que aquela era apenas uma festa chata que o irmão não queria comparecer.
- Scott, quantos anos tem?
- Tenho 30 senhor Boyd, mas por que a pergunta?
- Sou pai, tenho outra flor em casa, convidei seu irmão mais velho por causa dela...
- Nem precisa me dizer, a madrinha que está na pista de dança? Ela também é sua filha?
- Isso mesmo, minha flor Daisy, tem exatamente a sua idade.
- Se me permite dizer, é muito bonita a moça.
- Agradeço o elogio, venha comigo, vou lhe apresentar a Carlos e Ítalo, são os homens da família Hill.
Irving chamou o chefe inglês George Smith para participar das apresentações.
Enquanto Carlos conhecia Scott, Daisy encerrava a dança com Lucius e foi se sentar ao lado da irmã.
- Dançou com Lucius!... - Violet disse com um sorriso travesso.
- Para Violet, só dançamos, ele é legal, não tem uma personalidade tão diferente da irmã, mas não é descarado como ela ou Alexsander.
Bruno ouvia a conversa, queria ter sua chance de conhecer melhor Daisy.
- Me permite uma dança?
- Claro...
Eles foram para a pista de dança e Scott acompanhou Daisy com os olhos, a achou realmente bonita e parecia estar sendo disputada na pista de dança.
- Scott, Scott!
- Ahn, o que?
- Carlos lhe fez uma pergunta...- Disse Irving.
- Desculpe, não ouvi.
- Eu perguntei sobre sua família, não tenho contato com vocês desde que sua tia foi mandada para o Brasil, eu fui atrás dela lá, se vocês não fossem tão radicais na punição ela teria se tornado minha esposa.
- Entendo senhor Carlos, mas na época o chefe americano não deu muita brecha, e de verdade eu nunca soube a história toda, só que ela viveu seus últimos anos no Brasil.
- E você rapaz? Tem família?
- Não senhor Hill, sou solteiro, moro com meu irmão mais velho e tenho uma irmã também mais velha que eu, ela sim já é casada e logo nasce meu sobrinho.
- Vou chamar Ítalo, ele vai gostar de te conhecer.
Daisy dançava com Bruno, ele fazia comentários sobre a formalidade das pessoas, ela ria a todo momento.
- Bruno, você é uma figura...
- Daisy, já pensou em visitar o Brasil?
- Se meu pai permitir, eu vou...
- Daisy, é uma mulher adulta, precisa da permissão de seu pai?
- Bruno, sabe que a família do Ítalo e a minha são diferentes do que conhece, eu não tenho controle da minha vida, enquanto mulher solteira dependo de meu pai para tudo, se ele disser não, é não!
- É uma moça obediente... Gostei disso.
Daisy sorriu, pensou que seu jeito recatada afastaria alguém tão espontâneo como Bruno, mas parece que o efeito foi contrário.
Com o fim da música eles foram sentar, Ítalo falava com Scott e Violet estava ao lado dele, viram o abraço que Scott deu no noivo.
- Pronto, meu menino vai bater no rapaz. - Disse Juliana.
- Calma senhora Juliana, se soubesse o poder que Violet tem sobre ele... Ela consegue faze-lo manter o controle.
Depois Ítalo voltou a mesa com Violet, Scott ainda ficou um tempo conversando com Irving.
- Senhor Boyd, o rapaz com quem sua filha tanto conversa, quem é?
- Aquele é um amigo de Ítalo, a senhora mãe do rapaz, cuidou dos dois no orfanato em que viveu, ele nem mesmo sabe da organização.
- Interessante...
- Se quiser falar com minha filha, tem a minha autorização...
Scott tomou coragem, deixou a taça com champanhe na mão de Irving e foi até a mesa de Daisy.
- Primo, a bela ruiva é sua cunhada, certo?
- Sim...
- Ela é casada ou tem algum compromisso com algum desses homens com quem dançou?
- Ela é solteira...
- Será que posso ter uma dança com ela?
- Se ela aceitar...
Scott se dirigiu a Daisy e estendeu a mão em um convite discreto.
- Senhorita, me permite uma dança?
Daisy apenas sorriu e aceitou a mão de Scott.