*** Colton ***
(…)
*** 7 anos depois ***
(…)
Estou tomando meu uísque, como de sempre, amargo, e forte, e olhando pelo vidro do prédio, a cidade.
Sete anos se passaram, desde que eu me mudei para NY, aqui eu tive oportunidade que mudaram totalmente minha vida, e todos os meus pensamentos, principalmente meu jeito de ser. Aquele Colton, de antigamente, calmo, de bem com a vida, que estava sempre ajudando a todos, morreu, morreu desde o dia em que eu comecei a trabalhar com pessoas acima de mim, e que me deram muitos ensinamentos, um deles eu levo para vida “você nunca pode demonstrar seus sentimentos a alguém”.
Dessa forma, com isso, eu me tornei um homem frio, arrogante, irritado, e totalmente autoritário. Tudo tem que ser MEU, principalmente negócios, investimentos, empresas e até mesmo mulheres.
Onde eu começo eu sempre término, e se eu vejo que não vai para frente eu nem tento, eu aprendi a ser assim, quando comecei a quebrar a cara no mundo dos negócios.
(…)
Hoje eu tenho uma empresa que ganha bilhões, de dólares por mês, e até trilhões por ano, e muito mais. Sou CEO da empresa, e faturamos muito. Meus negócios alavancaram depois de dois anos que eu já estava aqui, e até então, levo uma vida de negócios como exemplo para todos.
Tenho tudo o que um dia sonhei, larguei tudo para viver esse sonho é hoje, tenho orgulho de dizer que consegui. Porém eu precisei mudar, ser frio, e esquecer tudo o que tinha acontecido comigo, para eu poder subir na vida, as únicas pessoas que eu jamais esqueci, foi meus avós, nona Chica e nono Francisco, esses dois eu jamais esquecerei.
(…)
- Senhor, telefone para você! - Ana minha secretária avisa.
- Pode passar! - ordeno.
Ligação on
- Alô! - falo.
- Filho! - era a voz da minha nona, e pela sua voz, eu sentia que algo não estava bem.
- O que aconteceu nona? - pergunto.
- Ele se foi filho! - no momento em que ela lança essas palavras do outro lado da linha, o meu coração se rasga.
- Não fazem nada até eu chegar aí! - falo e desligo o telefone.
Ligação off
(…)
- Ana!!! - Prepare meu jatinho, estou indo para a Itália! - Quero que tome conta de tudo aqui e qualquer coisa, estou com meu celular! - falo pegando meu terno, chaves do carro, celular e saindo.
Em minutos já estou dentro do meu jatinho, indo em direção a Itália.
De uns anos para cá, nono vinha tendo bastante dificuldade para andar, precisamos comprar cadeiras de rodas, e até mesmo uma cama hospitalar, com muita frequência ele ia para o hospital com dificuldade para respirar, e com a investigação que o melhor médico do país fez, descobrimos que nono tinha uma doença rara chamada ELLA, ela atrofia o corpo com o tempo, e então, nós sabíamos que tudo poderia piorar, mais mesmo assim não perdemos a esperança, eu fiz tudo, tudo, tudo o que eu podia, eu paguei os melhores médicos, nos melhores hospitais, os melhores remédios, mais todos sempre me diziam o mesmo, uma hora ele vai ter que ir, e realmente, ele estava sofrendo de mais com isso.
(…)
Chego na residência de nona e nono, com meu coração em mil pedaços, vejo ela sentada de costas para a porta.
- Nona! - a chamo e ela levanta com seu lenço secando os olhos.
- Ele se foi! - ela me abraça chorando, infelizmente eu não consegui chorar, parece que minhas lágrimas secaram com o tempo.
(…)
- Senhor, precisamos fechar o caixão! - o homem fala.
Com certeza essa foi uma das coisas mais difíceis que precisei fazer em toda minha vida, dar adeus a quem eu amava muito.
(…)
Com toda certeza desse mundo, foi difícil perder meu avô, mas, mais difícil ainda foi conviver sabendo que ele não está mais aqui, para me dar aqueles conselhos dele.
Resolvi ficar um tempo na Itália, já que nona precisava de mim por perto neste momento difícil, e também fazer alguns exames, incluindo o do coração que nesse momento é muito importante.
(…)
Saímos do exame dela, e vamos até uma Doceria, nona ama doces, e eu resolvi levar ela para comer, já que está deprimida e triste com a morte do nono.
(…)
- Boa tarde senhor e senhora, o que gostariam de comer? - uma moça pergunta.
- Quero uma torta daquelas bem recheada - nona pede.
- E você senhor? - ela pergunta.
- Bom, vamos ver, quero um brigadeiro - falo.
- Ok, eu já trago o pedido de vocês! - ela fala e sai.
Eu e nona comemos com tranquilidade, assim que terminamos, vou ao banheiro, depois que saio, acabo batendo de frente com uma mulher.
- Oh meu Deus, me perdoe senhor! - ela fala calmamente.
- Não foi nada senhora! - falo - Eu e que peço desculpas, estava desatento - concluo.
A ajudo a tirar as coisas do chão, e então olho em seus olhos, e parece que lembro de alguém.
- Sinto que já vi você! - ela fala de um modo estranho, ficamos nos olhando alguns segundos e ela volta a si - Me chamo Ruby, sou a dona da Doceria, bom, lhe darei um doce de cortesia, pelo incidente! - ela fala.
- Não precisa se preocupar, eu tenho outras camisas e ternos como este! - falo.
- Como se chama? - ela pergunta.
- Me chamo Colton! - falo.
Ela abre um sorriso enorme.
- Foi um prazer conhecer você Colton! - E me desculpa mais uma vez! - fala.
- O prazer foi todo meu, aliás, seus doces são ótimos, e assim que eu voltar, vou trazer nona aqui! - falo.
Me despeço de Ruby, e saio direto para o meu carro, e voltando para casa.
(…)