Capítulo 03

1726 Words
*** Colton *** *** 9 anos antes *** (…) Meus pais morreram quando eu ainda era muito pequeno, eu tinha uns cinco anos eu acho, a perda deles me fez tornar-se uma pessoa extremamente revoltada. Depois que eles faleceram eu fiquei algum tempo sendo cuidado pelos meus avós paternos, porém, eles eram cruéis comigo e eu sofria muito na mão deles, apanhava direto, de cinta e até de vara, sem ao menos ter feito nada. Em um dia quando eu estava na escola, a diretora viu que eu estava machucado, e então ligou para os meus avós, perguntou sobre o que estava acontecendo comigo, naquele dia, lembro-me que apanhei tanto, que uma costela minha foi quebrada e acabou perfurando meu pulmão, eu fiquei cerca de dois meses internado no hospital, eu estava até desnutrido, pois meus avós não deixavam eu comer a comida que eles comiam, e sim, os restos que sobrava para dar aos cachorros e os porcos. Assim que ganhei alta do hospital, veio uma mulher alta, de cabelos longos pretos, ela veio sorrindo em minha direção. (…) Lembranças on. - Oi querido! - Como se sente? - ela pergunta. - Bem! - falo olhando em seus olhos verdes. - Me chamo Ana, sou detetive, e gostaria de saber o que realmente aconteceu com você? - pergunta. - Nada - falo com medo. - Colton, eu estou aqui para lhe ajudar! - Eu sei que você não caiu da cama, como seus avós falaram! - ela fala segurando minha mão. Lembro-me que eu tremia muito, e olhava para ela com os olhos marejados. - Me fale querido, eu vou lhe proteger! - ela fala. - Meu avô me bateu, e minha avó também, eles me bateram titia, eu tentei correr, mais não consegui! - falo com dificuldade - Eu, eu sentia fome, muita fome, eles não me davam comida, eram restos, restos para os cachorros e porcos - Eu não sei o que eu fiz para eles titia, eles me odeiam, eu não quero voltar para lá - falo com a voz de criança e com as palavras de uma, chorando, e implorando. Lembro-me que ela chorou junto comigo e me abraçou fortemente. - Eu amava tanto o vovô Francisco e a vovó Chica, mais eles sumiram, sumiram depois que meu papai é minha mamãe viraram estrelinha - falo chorando. - E por isso mesmo que estou aqui querido, eles não sumiram, eles só foram impedidos de ficar com você, você ainda é muito pequeno para entender as decisões de nós adultos, porém, visto tudo o que você me falou, eu acredito em você querido! - Você não vai mais voltar para la! - ela fala me abraçando - Titia vai chamar seus avós! - ela fala passando a mão em meus cabelos que na época eram longos, pois meus avós nunca me levaram para cortar. Lembranças off. (…) Desde este dia, eu fui morar com meus avós maternos, Francisco e Chica, que me deram amor, carinho, afeto, eu tinha tudo, tudo. Mais infelizmente tudo que vivi ficou marcado na minha memória, e me tornou um homem frio, e sem coração. Com o tempo eu fui crescendo, comecei a trabalhar na vinícola com meu avô, mais sempre com um sonho de sair daquela cidade, morávamos mais afastados da cidade. Eu tinha o sonho de ser Ceo de uma grande empresa, e então eu lutei para esse sonho acontecer. Meu avô e minha avó me ajudaram muito, me deram forças, e também eu recebi uma parte da herança que os meus pais deixaram para mim. E ao fazer 18 anos eu receberia o restante. (…) Com o tempo passando eu comecei as aulas na faculdade, e foi onde eu conheci Mia, no começo eu não liguei muito para ela, mais depois de um tempo ela começou a me chamar a atenção. Eu não fazia ideia de quem ela era filha, mais eu sabia que ela era filha de alguém muito rico, pois vivia bem arrumada, e muito bem perfumada, sim, aquele cheiro doce dela eu nunca tirei da minha cabeça. (…) Começamos a estudar juntos em uma das cadeiras da faculdade, e um dia precisamos fazer um trabalho em dupla e a professora escolheu nós dois, como eu morava mais para o interior da cidade, eu tinha um carro meio antigo, velho, que era do meu avô, pois eu não tinha condições de comprar um carro bom, eu queria investir nos meus estudos, carro são coisas materiais, já os estudos e o nosso conhecimento nao. (…) - É sério? - Esse e seu carro? - Mia pergunta assim que paro em frente ao meu carro. - Porque? - Não gostou? - Não e para lhe agradar mesmo!!! - Então ou você entra nessa p***a e vai comigo fazer o trabalho, ou fica aí, e perde a cadeira! - falo rispido - Ah, claro, você não se importa não é? - Pois e filhinha de papai, ou seja, não precisa nem estar estudando - falo rispido. - Cala sua boca garoto! - Você nem sabe do que está falando, eu vou sim! - Mais não por você, por mim! - fala alterada. Ela entra no carro com uma cara de nojo, e seguimos para minha casa. - Meu Deus, onde você mora? - ela pergunta assustada. - Eu moro mais distante da cidade, ah, e não se preocupe, não vou matar nem sequestrar você! - falo - Não perderia meu tempo! - falo com sarcasmo. - Voce, você é muito i****a! - ela fala revirando os olhos. - Você que e toda nojenta! - falo alterado. - Sério eu não preciso disso! - ela fala alterada - Para esse carro! - ela pede mais continuo dirigindo - Para a p***a desse carro agora COLTON - nesse momento ela me olha com os olhos mais irritados do mundo. - Eu não vou parar! - falo - Você está no meio do nada Mia, e está longe da cidade, você não tem como ir embora, então, por favor, se acalma e deixa eu dirigir - falo - Eu quero ir embora agora, você sabe de quem eu sou filha? - Com apenas uma ligação, meu pai acaba com a sua vida - ela fala alterada. Continuo dirigindo, mais Mia acaba pondo a mão na porta e eu dou uma freiada brusca no carro, a fazendo bater com a cabeça no vidro. - p***a Mia, olha o que você fez! - falo alterado vendo ela com a testa cortada. - Culpa sua Colton, sua! - ela fala gritando em minha face. Rasgo um pedaço da minha camisa, e passo em sua festa. Meu avô sempre tem o costume de deixar um kit de primeiros socorros dentro do carro, pois de vez enquanto ele se machuca na vinícola. - Você vai ficar queta aí! - Vou limpar isso - falo. Mia apenas bufa várias vezes e acabo achando graça disso. - Você sabe sorrir, que milagre! - ela fala. - Já mandei ficar queta! - falo limpando sua testa - Segura - falo entregando um curativo a ela. - O que é isso? - ela pergunta. - Um curativo! - Para seu ferimento - falo pegando e colocando na testa dela. - Pronto! - Até que não ficou tão r**m - falo. - Realmente, até que você presta para alguma coisa! - ela fala dando de ombros. Trinco meu maxilar nesse momento. - Você quer ir embora ainda? - Se quer, terá que ir de ape, ou mandar seu papaizinho vir lhe buscar, pois a minha gasolina está acabando - falo rispido. - Você é um grosso! - ela fala bufando. Mia desce do carro e começa a procurar sinal do celular, como eu sei que aqui não tem sinal quase, eu apenas fico esperando no carro. - Droga!!! - ela grita - Que merda!!! - Não tem sinal aqui! - reclama E para ajudar começa a chover, Mia está com um vestido claro, e fica transparente ao molhar com a chuva. - Mia entra no carro! - falo - Eu vou ficar aqui! - ela fala batendo o pé comigo - Entra na p***a do carro Mia, você vai ficar doente, se ficar na chuva! - falo - Ah você se preocupa comigo? - pergunta. - Não, é claro que não! - Mais eu preciso que você entre no carro, é perigoso estar aqui! - falo Mia bufa de raiva. - Não! - ela fala em minha face. - Ah, não? - pergunto. Trinco meu maxilar e pego ela no colo. - Me solta Colton, agora!!! - Me solta! - ela grita batendo em meu ombro mais não sinto nada. - Senta aí c*****o! - E bota a p***a do seu cinto! - falo colocando ela no banco do carona. Mia cruza os braços e me olha com ódio no olhar. Ligo o carro e sigo para casa, eu construí uma casa atrás da dos meus avós, eu queria ter um pouco de privacidade. - Entra! - falo a Mia enquanto ela olha com um olhar mortal para mim. - Senta, vou preparar um café forte para você se esquentar, pode tomar um banho se quiser, tem toalha limpa no banheiro, e a camiseta pode por uma minha, creio que irá servir em você, até as suas secarem - falo Mia me olha e vai para o banheiro, vejo sua bun** linda e grande dentro daquele vestido que está todo molhado. - Se controle Colton! - digo a mim mesmo. Faço o café e lembro do bolo que fiz, sim, eu sei cozinhar, aprendi com a minha avó. Enquanto estou preparando a mesa, sinto o cheiro dela, que mesmo de banho tomado, ainda sim toma conta do ar. - Sente-se - Preparei café, e um bolo de chocolate. - falo Mia senta meio sem jeito. - Até que ficou boa em você - falo olhando para ela vestida com a camisa. - i****a! - ela fala comendo um pedaço de bolo e tomando um gole de café. - Que bolo bom! - Aposto que comprou! - fala dando de ombros. - Não, eu mesmo fiz, mais isso não é da sua conta, agora come logo, e vamos estudar! - falo rispido Ouço sua respiração pesada. Sei que as vezes exagero de mais com minha grosseria.
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