Capitulo 14

1031 Words
*** Mia *** (...) - Mia, porque voce nao ... - interrompo-a. - Mae me deixa, que saco!!! - falo alterada e subindo as escadas com pressa. Entro em meu quarto e bato a porta com toda a força que consigo, me sento no chao, e lembro-me das palavras que li a pouco tempo, aquilo me doeu profundamente, como assim Colton vai embora? (...) Ponho minha cabeça entre as pernas, enquanto as lagrimas banham meu rosto. - Mia, esta tudo bem? - Mamae disse que voce chegou nervosa! - ouço a voz de Joana. Limpo minhas lagrimas, e destranco a porta, para que ela entre. - Mia!!! - ela fala ao me ver com a maquiagem toda borrada, apenas a abraço e meu mundo se desmorona, mais uma vez. Depois de longas horas chorando, creio que perdi litros de lagrimas chorando. - Quer conversar? - Joana pergunta, segurando minha mao. - Colton vai embora - falo com os olhos marejados. - Como assim? - Mas porque? - pergunta. - Ele ganhou uma bolsa integral na universidade de NY, e ele ira morar la - falo. - Mas Mia, isso nao é o fim do mundo, meu deus, voce é igual o papai, exagerado - Joana reclama. - Exagerada? - pergunto levantando da cama e andando de um lado para o outro - Joana, ele vai MORAR la, ele nao ira mais voltar, voce esta entendendo isso? - pergunto alterada. - E dai? - ela pergunta olhando em meus olhos - Que m*l tem isso? - Mia voces podem continuar juntos, e voce pode visitar ele nos finais de semana e ele tambem vir para ca - fala. - Isso é IMPOSSIVEL Joana - falo alterada. - Impossivel, porque voce nao quer, Mia, se voces se amam, isso dara certo - fala. - A claro, namorar a distancia voce acha que dara certo? - pergunto. - É so voce que nao ve isso Mia, se voces dois se amarem o bastante, é obvio que dara certo, voce precisa pensar, é tudo muito recente, e acalme seus nervos com a mamae, ela nao tem culpa de nada - fala. Inspiro profundamente. Joana sai do meu quarto, decido tomar um banho e pensar. Estou deitada em minha cama, quando ouço uma batida em minha porta. - Entre! - falo. Era meu pai, como sempre, com o seu pijama de listras, preto e branco, é uma graça ver um homem do seu tamanho vestindo um pijama desses, porem, por ser a mamae quem deu, ele usa, sem se preocupar. - Posso saber porque voce nao foi comer conosco? - pergunta. - Nao estou muito bem papai - falo. - Esta naqueles dias? - pergunta. - Ah, sim, muitas colicas - falo. - É uma pena, mas faz parte, porem querida, voce nao me engana, seus olhos estao inchados e quero saber o que aconteceu - fala. - Nao é nada de mais papai - falo. - Mia - ele fala sentando-se nos pes de minha cama - Ja fui adolescente, ja tive sua idade, ja tive amores, que pensei que erao amores da minha vida, ja sofri por mulheres, uma delas foi sua mae, mais, nao tente me enganar, sei tudo que voce faz, onde voce fica, e com quem, ou esqueceu, que sou dono de cada canto da Italia? - pergunta de um modo sinico. - Entao porque nao esta brigando? - pergunto. - Porque nao adianta brigar, nao adianta querer segurar voces, ou melhor, deixa-los dentro de uma bolha de proteção, porque de fato voces precisam viver suas vidas, quebrarem as suas caras, se decepcionarem com pessoas, amigos ou em relacionamentos, porque isso faz parte da vida, da maturidade, voce vai criando força, coragem, e o mais importante, juiso - ele fala de um modo tranquilo e sereno. - É de fato isto é verdade - falo. - Ha uma frase, que meu pai dizia, seu avo, que eu trouxe para minha vida, de uma forma, boa - "Deixe-a ir, se ela voltar, é porque sempre foi sua, e se nao voltar, é porque nunca foi" - Isto minha filha serve de aprendizado, para amizades, pessoas, relacionamentos, tudo, tudo em sua vida, nunca peça para alguem ficar na sua vida, deixe-a ir, e lembre-se sempre desta frase que eu lhe disse agora!!! - ele fala me olhando com os olhos marejados. - Eu te amo pai - falo o abraçando enquanto as lagrimas escorrem em meus olhos. Papai sai do meu abraço, me olha e passa suas maos sobre meu rosto. - A primeira vez, que voce disse que me amava, voce tinha quatro anos, lembro-me como se fosse hoje - ele fala com os olhos marejados - Voce tinha caido na rua, e voce voltou chorando para dentro de casa, e eu peguei voce no colo e voce disse "papai machucou a pena" e eu olhei para sua perninha e tinha ralado, eu corri te coloquei encima da ilha da cozinha, peguei um kit de primeiros socorros e fiz o curativo e quando eu acabei, voce me olhou com aqueles olhinhos que brilhavam mais que as estrelas e disse "eu te amo papai", naquele dia eu me senti o homem mais feliz deste mundo, eu nao sei decifrar o que eu senti naquele momento e acho que voce so entendera no dia em que tiver filhos - ele fala sorrindo - Mais a verdade disso tudo filha é que, nao importa para onde voce ira, seu pai e sua mae, sempre serao os mesmos e sempre estaram aqui, de braços abertos para te acolher, em TODOS, os momentos de sua vida, nao importa a idade que voce estiver - ele fala e me da um abraço. - Voce é incrivel pai - falo emocionada - Mamae teve sorte de ter voce - falo. - Eu é que tive sorte, de ter ela, pois foi ela, quem me reconstruiu das cinzas que eram minha vida - ele fala sorrindo. Saimos do quarto e descemos para a cozinha, todos ja estao dormindo e como sempre tem bolo de chocolate da mamae na geladeira, eu descidi comer ao lado de papai, como fizemos sempre. (...)
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