Capítulo 50

1924 Words
ELLA. Entrei no elevador e desci ansiosa para ver o que tem nesse andar. As portas metálicas abrem-se assim que o elevador chega e humn... - Isso condiz mais com eles. - eu comento comigo mesma, saindo de dentro do elevador, olhando para o meu lado esquerdo. A decoração do corredor em si, porque tem várias portas aqui, é mais moderna do que clássica, e é mais escuro comparado ao resto da casa que é toda iluminada. Eu dou um passo para frente querendo ver o que tem em cada um dos cômodos, tem homens em cada porta daqui, coisa boa, com certeza não é. Mal dei três passos eu sinto a presença de alguém bem atrás de mim. - Sabe que não devia estar aqui. - os pelos no pescoço arrepiam e eu fecho os olhos frustrada após escutar a voz do cão de guarda do Alexander fazendo-me virar. E a minha frustração é sanada ao ver o pequeno estrago que fiz no seu rosto, e a cara dele está menos amigável do que antes. Bem, ele pediu essa cicatriz, eu estava quieta até ele mesmo provocar-me, a sorte dele, é que eu literalmente tenho todos prontos para apontar uma arma e disparar contra o meu crânio se eu ousar os encostar. Porque com certeza eu também não vou com a cara de nenhum deles. - Eu não vi nenhum sinal que me impede de estar aqui, inclusive, nenhum dos seus companheiros se manifestou. - eu falo o encarando nos seus olhos, quando a sua mão vai para o meu braço onde ele aperta, mas aperta como se estivesse a tentar espremer uma pedra, eu senti a força dele chegar no meu osso, e a minha reação não foi outra para além de me defender. E foi o básico, porém rápido o suficiente para eu acertar o meu joelho no meio das suas pernas com a mesma força sem que ele impedisse o golpe. - Orgh... - ele arfa de dor, ficando vermelho e se dobrando minimamente, quando para além de eu desenvencilhar o meu braço do seu aperto eu o dou a bela de uma chapada no rosto, nervosa. - Eu já disse mil e uma vezes para não colocar a merda da sua mão em mim. - eu falo nervosa e ele me encara com o mesmo sentimento, misturado com dor. - Saia daqui. - ele fala entredentes, me observando puto e com a mão fazendo sinal para os homens que vieram na nossa direção para se afastar. - Ou? - eu questiono-o e ele sorri, voltando a posicionar-se bem. - A cura para pessoas, garotas selvagens como você é extremamente merecida. - eu o observo, sentindo a minha testa franzir tentando compreender que merda ele está a falar. - Selvagem? - eu o questiono e ele me olha de cima a baixo. Sassy igual o dono. - O que acha que é? - ele questiona. - Tudo, exceto igual a vocês. - eu falo para ele e sorrio. - Chega a ser engraçado que quem comete as maiores atrocidades do mundo são vocês, vocês me trouxeram para cá e me provocam constantemente, e simplesmente porque eu não me sucumbo as vossas merdas, eu sou selvagem. - eu falo meio indignada pela audácia deles. - Seja como for, devia ter se comportado melhor. - porque esse desgraçado está falando em enigmas. Tem a ver com o tal passeio misterioso mencionado pelo Alexander? Eles estão a armar para mim? Isso seria muito burro, não seria? - Devia ter me matado enquanto podia. - eu o respondo o analisando. - Humn... - ele balbucia sorrindo. - Nós ainda podemos, caso ainda não tenha assimilado onde está. - ele fala e eu estou s sentir mensagens soltas no ar. Mas nada está a fazer muito sentido. Eu acho que roubar uma faca novamente será uma boa ideia. - Agora saia daqui e saiba o seu lugar. - ele diz literalmente me empurrando para dentro do elevador e por mais fula que eu esteja, eu inspiro fundo e permaneço no elevador. A minha cabeça e as minhas costas ainda estão a doer imenso, depois do que aconteceu lá em cima. - Enfim... - eu suspiro fundo, passando as minhas mãos pelos meus cabelos. Se eu não posso ficar lá, é porque tem coisas que eu não devo saber, e se eu não devo saber... EU DEVO SABER. Eu dou um jeito. Sai do elevador assim que volto ao andar e decido subir para o quarto, não está ninguém aqui, ficar com a Chiben não é uma solução. Que saudades dos meus amigos, todos aqui são uns filhos da mãe, chatos para caramba. Oh... Será que o senhor Smith já sabe de tudo isso? Eu só me importo se ele achar que eu estou aqui por vontade própria. Eu entro no quarto e ele está como se tivessem colocado um novo dentro dele, deslumbrante. Lençóis trocados, o chão belo, o lugar onde estava o terrário voltou a ter os seus quadros, um belo quarto eu devo afirmar, e com certeza, menos repugnante sem aquele bicho aqui. - Eles deram uma bela limpada aqui. - eu comento sozinha me sentando no sofá. Eu amava quando a Heyoon ia lá e decidia fazer tudo dentro da minha casa por vontade própria, arrumar a minha cama, e cozinhar coisas mais saudáveis. Eu claramente arrumava a casa, a minha cama pelo menos, passar um aspirador de pó, o resto só ficava desarrumado por causa dos meninos, e eu isentei-me dessa responsabilidade de arrumar a bagunça deles faz tempo. A Heyoon ficava com as loiças, porque ela insistia em cozinhar coisas mais elaboradas e sujava as coisas, já eu, sempre me contentei no eficaz, uma bela caixa de pizza, ou um take away de comida que posso facilmente jogar na lata de lixo, e me poupar tempo, e uma chávena para o meu chocolate quente e as minhas latas de energético. Saudável? Não. Mas não é como se eu exatamente me importasse com a minha vida, eu não me lembro de me importar com ela, desde que eu tinha sete anos de idade e vi o meu pai ser brutalmente morto, sem que eu pudesse ao menos arfar vendo o meu pai, o meu pai, o único que eu sabia que morreria por mim e que eu amava incondicionalmente, o meu... literalmente, super-herói ser assassinado de forma escarnecedora enquanto eu não podia fazer nada, eu tive de assistir silenciosamente. O meu único combustível até agora, era sair do controle do tio Smith e da FBI, e fazer o que eles não conseguiram fazer, vingar a morte do meu pai, e acabar com essa organização. - Se acalme, Ella. - eu falo comigo mesma, levantando-me e caminho em direção à sacada, onde fico mexendo o celular sem muito o que fazer, porque eu realmente preciso de um computador para conseguir tirar o controle deles daqui, literalmente qualquer coisa que eu fizer enquanto não descodificar isso, será do conhecimento deles. - Apenas pense. - eu falo comigo mesma olhando para esse lugar aqui onde eu estou literalmente presa. O meu cérebro está me trazendo ideias como se eu estivesse no meu loft ainda, e para piorar a merda da minha cabeça está doendo. Eu despertei dos meus pensamentos com o celular a tocar e no mesmo instante eu vejo o portão na entrada ser aberto. Humn, Kassandra. - Ella! - ela fala enquanto eu volto a adentrar no quarto. Eu fiquei muito tempo aqui fora. - Desça se já estiver pronta. - ela fala. - Tudo bem. - eu respondo-a encerrando a ligação logo em seguida. São onze horas... - Tomara que fora daqui, o meu cérebro pense em alguma coisa, viável. - eu comento comigo mesma pegando uma bolsa e saindo do quarto colocando o celular nela. Eu desci, e encontrei a Chiben mexendo no celular na sala de estar e levantou o seu olhar para mim com desdém quando me viu passar por ela. - Cuidado para não esbarrar com a Giovana! - ela exclama e eu sorrio de volta. - Cuidado para não ficar sem a perna de vez. - eu falo e passo pouco ligando para essa moça. É porque não se casou com o Alexander? Que moça chata! - Tenha um bom passeio, senhorita. - o Gerado que aparentemente me aguardava aqui na porta. - Obrigada. - eu agradeço-o com um meio sorriso e ele assente, enquanto eu vou para o carro parado cá na entrada. Entro no carro similar ao que entrei após aquele maldito casamento com o Alexander, e encontro não só a Kassandra, mas a Natalie também. - Olá! - eu as saúdo, me sentando, tentando agir o mais normal possível e ignorar o fervor dentro de mim. - Ella, que bom vê-la. - a Natalie diz sorrindo na minha direção, e eu ofereço-a um mínimo sorriso. Ela parece genuína, pelo menos mais que a Chiben. - Os meus parabéns pelo seu casamento. - eu digo e ela sorri, ela parece genuinamente animada, e pelo semblante da Kassandra, ela também. - Muito obrigada! - ela agradece e eu assinto, olhando para o celular na mão dela. Humn, Ella… Não é boa ideia, mas é uma ideia. Provavelmente o celular dela também está sendo trackeado. - A senhora Ginevra? - eu questiono a Kassandra. - Ela teve outro compromisso para atender. - ela diz e eu assinto. Eu não vi a Clarisse, e eu realmente estou curiosa para saber onde ela está. Me investigando? O meu instinto diz que muito provavelmente, afinal, depois de ontem, se eu fosse tão calculista quanto ela, e eu tivesse ficado com uma pulga atrás da orelha, isso seria o que eu faria. Bem, eu sumi do mapa no mesmo dia que o meu pai morreu. Ela não encontrará absolutamente nada, do que ela entregou e deixou pelo Salvatore Riina. - Nós faremos a prova do vestido hoje. - a Kassandra comenta e eu assinto. - Eu gostaria de ter escolhido o seu pessoalmente, porém, foi tudo muito corrido. - ela comenta, e eu sei que ela tem inúmeros pontos de interrogação na sua cabeça, mas está procurando disfarçar em questões que parecem inofensivas. - Eu também gostaria que tivesse sido com mais tempo, mas eu adorei o vestido. - detestei. Ela sorri, e a Natalie também. - O vestido era lindo e você realmente é extremamente linda. - a Natalie comenta. - Eu questionava-me quem tinha atraído a atenção do Alexander, até ver você. - ela diz e eu sorrio. É, eu o atraí tanto, que ele cavou o que estava sumido no mapa, somente para me achar. Conversas superficiais onde eu dava as mais rasas das respostas, chegamos ao shopping. Onde como eu deduzi, eles chamaram paparazzis. Mas enfim, eu fiquei decepcionada, pois, para além de ser um shopping que eu não tenho contacto algum confiável, eu reconheci os cem homens, com ironia, mas estão todos espalhados por aqui, e metade deles são do Alexander e estão observando cada movimento meu, até dentro do ateliêr eles estão. Ou seja, foram as horas mais improdutivas e tediosas da minha vida. Eu almocei, e eu morria de fome, porque eu simplesmente não consigo comer naquela mansão, mas depois disso retornamos ao ateliê e outros assuntos que eu apenas fingi prestar atenção ou me importar. Eles são como pulgas rabugentas, não saem da minha cola. - Caramba… - eu murmuro fula, sentada aqui entediada para um c*****o. Impossibilitada de nada, e entediada.
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