Laços Infinitos

Amor e Traição. O Peso das Palavras Ditas. ?

Chiara

Chiara já esperava a reação da amiga. Dizer que estava apaixonada por Théo foi como cravar uma faca no peito de Verônica. No instante em que as palavras saíram de sua boca, Chiara viu os olhos de Verônica se encherem de uma mistura de surpresa e dor. Verônica ficou imóvel por alguns segundos, como se estivesse processando a traição silenciosa que acabara de ouvir.

Sem dizer uma palavra, Verônica se levantou abruptamente, derrubando a cadeira atrás de si, e saiu da cafeteria com passos rápidos e decididos. Chiara ficou ali, atônita, observando a porta se fechar com um estrondo que parecia ecoar em seu coração.

O silêncio que se seguiu foi sufocante. O som das xícaras tilintando e das conversas ao redor parecia distante, abafado pela sensação de vazio que tomava conta de Chiara. Ela sabia que havia magoado profundamente a amiga e a imagem da decepção nos olhos de Verônica continuava a assombrá-la. Chiara abaixou a cabeça, se sentindo perdida, sem saber como consertar o que havia acabado de destruir.

Chiara amava Verônica, seu primeiro amor verdadeiro, e vê-la magoada a machucava profundamente. Sentiu o coração se apertar !

As lágrimas rolaram pelo seu rosto enquanto o silêncio sufocante tomava conta do ambiente.

Chiara limpou as lágrimas que insistiam em cair, respirou fundo e, com um esforço tremendo, se levantou. Pagou a conta e saiu da cafeteria, tentando se recompor. Precisava seguir em frente, mesmo com o coração em pedaços, pois ainda tinha um longo dia de trabalho pela frente.

Veronica Santoro

Wilson levou Verônica para mansão . Ela entrou sem dizer uma palavra, caminhando direto para o quarto. Wilson a seguiu, preocupado. Verônica se jogou na cama, o rosto marcado pela dor e decepção.

Com cuidado, Wilson fechou as cortinas, escurecendo o ambiente para dar a ela um pouco de paz. Aproximou da cama e, sentando ao seu lado, tocou suavemente seu rosto.

- Descanse, Verônica ...

Ele disse , com voz suave.

- Não pense em nada agora.

Verônica soltou um suspiro trêmulo e fechou os olhos, tentando afastar a confusão e a tristeza que a consumiam. A presença reconfortante de Wilson ao seu lado oferecia um consolo silencioso, um apoio incondicional que ela sabia que poderia contar, mesmo nos momentos mais difíceis.

Théo Taylor

Théo estava em seu escritório no centro, mergulhado em relatórios e planilhas, quando o seu celular tocou. Atendeu rapidamente, vendo o nome de Wilson na tela.

- Wilson?

- Taylor , preciso que se prepare para o que está por vir...

Théo franziu a testa, confuso.

- Do que está falando?

Wilson respirou fundo antes de continuar.

- Verônica encontrou Chiara hoje na cafeteria. Chiara contou que está apaixonada por você. Verônica está devastada.

As palavras de Wilson foram como um choque. Théo imediatamente entendeu a gravidade da situação. Levantou de sua cadeira, a mente já trabalhando rapidamente.

- Fique de olho na Verônica. Não a deixe sozinha !

Instruiu Théo com firmeza.

- Pode deixar, já estamos cuidando dela.

Respondeu Wilson, a preocupação evidente em sua voz.

Desligando o telefone, Théo pegou suas coisas com pressa. Precisava encontrar Chiara e tentar consertar o que pudesse antes que a situação piorasse. Saiu do escritório com passos rápidos, determinado a enfrentar as consequências do que acabara de descobrir.

Assim que Théo chega ao escritório da Chiara, ele segue direto para a sala dela, sem permitir que a secretária o anuncie. Abre a porta com determinação e entra, encontrando Chiara sentada à sua mesa.

Chiara olha surpresa para ele e sorri ao vê-lo entrar.

- Théo... aconteceu alguma coisa?

Ela percebe nos olhos dele a fúria contida. Théo se aproxima dela, a raiva evidente em cada passo. Quando está suficientemente perto, fala baixinho, quase sibilando.

- Você não tinha o direito...

Chiara fica sem palavras, o sorriso desaparecendo instantaneamente. Théo se afasta, dando as costas para ela, tentando controlar suas emoções antes de continuar.

- Você não tinha o direito de falar com Verônica. De contar a ela sobre seus sentimentos por mim. Sabe o que isso fez com ela?

Chiara sentiu o peso das palavras de Théo, e lágrimas começaram a se formar em seus olhos. Ela tentou se explicar, mas a dor e a raiva dele a paralisavam.

- Théo, eu...

Começou Chiara, a voz trêmula.

Mas Théo não esperou por uma resposta. Se afastou mais, precisando de distância para não perder o controle.

- Nada do que você diga vai mudar o fato de ter traído sua melhor amiga. Nunca toquei em você...

Chiara tenta ser forte, a voz tremendo.

- Eu deixei bem claro para Verônica que nada aconteceu entre nós!

Mas Théo não queria ouvir. Ele se aproxima novamente e soca a mesa dela, a fúria finalmente transbordando.

- Exatamente! Nada aconteceu! NADA!

O som do impacto ecoa pela sala, e Chiara recua instintivamente. A tensão no ar é quase palpável, e as lágrimas finalmente escapam dos olhos de Chiara. Ela tenta falar, mas as palavras parecem fugir dela.

- Théo, eu sinto muito...

Théo respira fundo, tentando se recompor. Ele olha para Chiara, a decepção e a raiva ainda presentes em seu olhar.

- Sinto muito não é suficiente, Chiara. Você precisa entender o que fez. Eu preciso voltar para Verônica. Ela precisa de mim agora.

Sem mais uma palavra, Théo se vira e sai da sala, deixando Chiara sozinha com a dor e a culpa que agora a consumiam.

Chiara

Assim que Théo saiu da sala, Chiara desmoronou. As lágrimas que antes tentava conter agora escorriam livremente pelo seu rosto. Ver a raiva transbordar de Théo a deixou ainda mais abalada. Sentiu o peso de suas ações como nunca antes.

Ela se levantou, caminhando de um lado para o outro na sala, tentando acalmar a mente confusa e o coração dolorido. Os soluços vinham incontrolavelmente, e cada pensamento sobre a situação a fazia se sentir ainda mais culpada.

Chiara se apoiou na mesa, tentando respirar fundo, mas a imagem da fúria nos olhos de Théo e a dor que causara em Verônica a esmagavam. Sentia perdida, sem saber como consertar o que havia destruído.

Ela pegou o telefone com mãos trêmulas, mas não sabia quem chamar. Não havia palavras que pudessem desfazer o estrago. Sentou de volta à cadeira, se sentindo completamente derrotada.

Entre os soluços, murmurou para si mesma, tentando encontrar algum consolo.

- Eu só queria ser honesta... eu não queria magoar ninguém...

Mas a realidade era implacável, e Chiara sabia que as consequências de suas ações seriam difíceis de superar. Sozinha em seu escritório, ela chorava, sentindo o peso do amor não correspondido e da amizade destruída.