Mônica
Mônica observa as crianças dormindo tranquilamente no quarto delas, um sorriso terno se formando em seus lábios ao ver a serenidade em seus rostinhos. Ela decide procurar por Théo pela casa, sabendo que ele provavelmente estaria precisando de um momento de relaxamento após um dia agitado. Encontrando-o no jardim dos fundos, ela se senta ao seu lado, notando a expressão cansada em seu rosto enquanto ele fuma e bebe whisky.
-Dia agitado...
Mônica diz.
Mônica percebe a distração nos olhos de Théo, um indício de que ele está mergulhado em seus próprios pensamentos. Ela decide respeitar o silêncio dele, compreendendo que há momentos em que as palavras não são necessárias, apenas a presença silenciosa é suficiente. Ela olha para o jardim à sua frente, se permitindo se perder nos detalhes tranquilizadores da natureza noturna. Uma brisa suave acaricia seus cabelos, trazendo um sentimento de calma e serenidade ao ambiente. Enquanto o silêncio os envolve, Mônica sente a força dos laços que os unem, mesmo nos momentos mais silenciosos e introspectivos.
Mônica compreende a complexidade dos sentimentos de Théo, sabendo que Veronica ainda ocupa um lugar importante em seu coração. No entanto, ela também reconhece que a vida continua e que é possível encontrar felicidade em novas relações, mesmo que as lembranças do passado persistam. Ela permanece ao lado de Théo, oferecendo apoio e compreensão, pronta para ajudá-lo a encontrar o equilíbrio entre o passado e o presente. Para Mônica, o amor é uma jornada contínua, e ela está determinada a caminhar ao lado de Théo, independentemente dos desafios que possam surgir.
Théo Taylor
Théo está imerso em seus próprios pensamentos, tão profundos que m*l percebe a aproximação silenciosa de Mônica. Sua mente está envolta em uma névoa de preocupações e memórias, obscurecendo sua percepção do mundo ao seu redor. Quando Mônica fala algo, suas palavras parecem distantes, como ecoando de uma outra realidade. Ele apenas balança a cabeça em resposta, sem realmente registrar o que foi dito.
Ao sentir o peso do corpo de Mônica se sentando ao seu lado, Théo finalmente volta um pouco à realidade. Ele a observa brevemente, percebendo sua presença reconfortante ao seu lado. Por um instante, ele se permite desfrutar da calma que ela traz consigo, mesmo que seus pensamentos continuem turbulentos.
Enquanto Théo termina seu whisky e seu cigarro, ele sente um misto de alívio e melancolia. O álcool e a fumaça não conseguem dissipar completamente as sombras que o assombram. Com um suspiro resignado, ele se levanta, pronto para enfrentar mais uma vez os labirintos de sua mente.
Théo olha para Mônica, sua expressão carregada de gratidão por sua presença constante ao seu lado. Ele se sente reconfortado pelas palavras dela, sabendo que, mesmo nos momentos mais sombrios, ele pode contar com seu apoio inabalável. Um sorriso triste se forma em seus lábios enquanto ele absorve a promessa silenciosa de Mônica de estar ao seu lado.
- Obrigado por ficar..
Théo murmura, suas palavras carregadas de emoção.
- Sozinho eu não conseguiria.
Mônica sorri gentilmente em resposta, seus olhos transmitindo uma sinceridade inabalável.
- Sempre estarei ao seu lado, Théo. Você é importante para mim.
Com um último olhar de gratidão, Théo se afasta, deixando Mônica no jardim enquanto ele entra na casa. Embora os desafios ainda possam estar à frente, ele se sente fortalecido pela presença de Mônica e pela certeza de que não está sozinho em sua jornada.
Théo entra no quarto dos filhos, onde a tranquilidade da noite envolve os pequenos em um sono sereno. Ele observa seus rostinhos angelicais, sentindo um misto de amor e saudade transbordando em seu coração. No entanto, mesmo na presença reconfortante de seus filhos, ele não consegue escapar do vazio que sente dentro de si.
Ao entrar em seu próprio quarto, Théo é envolvido pelo silêncio que parece ecoar em cada canto. O ambiente, que deveria ser cheio de vida e alegria, agora parece sombrio e vazio, refletindo a ausência de Veronica. Ele se depara com a falta dos objetos pessoais dela, um quarto sem memórias ou emoções, fazendo ele sentir , tristeza e melancolia. Um sentimento avassalador de solidão o envolve, fazendo se sentir perdido em um mar de desespero.
Théo suspira pesadamente, lutando para conter as lágrimas que ameaçam brotar. Ele se sente impotente diante da dor que o consome, desejando poder voltar no tempo e corrigir os erros do passado. Mas, no fundo, ele sabe que não pode mudar o que já foi feito, e essa consciência só aumenta o peso em seus ombros.
Com um nó na garganta, Théo se deita na cama vazia, sentindo mais sozinho do que nunca. Ele fecha os olhos, desejando encontrar algum consolo no sono, mesmo que seja fugaz. Mas, enquanto as horas passam, ele continua a lutar contra a tempestade de emoções que o consome, sabendo que a jornada para superar a perda de Veronica será longa e árdua.
Théo demora a pegar no sono, sua mente turbulenta lutando contra as memórias e os arrependimentos que o assombram. Finalmente, à medida que a exaustão o envolve, ele começa a relaxar, quase mergulhando no reino dos sonhos.
Um toque suave em seu corpo o faz sorrir, e por um instante, ele acredita estar sonhando. Com um murmúrio sonolento, ele chama por Veronica, seu coração palpitando com a expectativa de vê-la ali, ao seu lado novamente. Ele puxa a mão dela para o peito dele, sentindo-se envolvido pelo calor de seu toque, seus lábios roçando delicadamente em seu rosto. "Eu te amo...", ele sussurra, as palavras escapando de seus lábios em um murmúrio de esperança e desejo.
Mas então, a voz de Mônica irrompe em sua consciência, e Théo é arrancado abruptamente de seu devaneio. Num reflexo instintivo, ele salta da cama, seu coração acelerado enquanto ele acende a luz do abajur na mesinha de cabeceira. Seus olhos se arregalam ao ver Mônica sorrindo para ele, deitada em sua cama, vestindo apenas uma minúscula camisola preta.
Théo fica sem palavras, sua mente atordoada pela súbita mudança de cena. Ele se sente desconcertado, sem saber o que dizer ou fazer diante da presença inesperada de Mônica em sua cama. Seu coração está dividido entre o desejo e a confusão, enquanto ele luta para compreender a situação que se desenrola diante dele.
Théo sente um turbilhão de emoções conflitantes dentro de si enquanto tenta processar a presença de Mônica em sua cama. Ele fecha os olhos com força, desejando desesperadamente que tudo não passasse de um sonho fugaz, mas ao abrir os olhos novamente, a realidade continua diante dele.
As palavras suaves de Mônica, pedindo para ele voltar para cama, acompanhadas pelo leve toque no colchão, trazem Théo de volta à realidade de forma abrupta. Ele se esforça para se recompor, lutando contra a confusão e a tentação de se entregar às ilusões de sua mente.
- Eu... preciso que você volte para seu quarto, Mônica.
Théo responde, sua voz soando fraca e incerta.
Ele se sente desconfortável com a situação, desejando encontrar uma maneira gentil de lidar com a presença indesejada de Mônica em sua cama. No entanto, antes que ele possa dizer mais alguma coisa, a situação se complica ainda mais com a chegada de Henricco, choramingando na porta do quarto.
Théo se vê preso em um dilema angustiante, dividido entre suas próprias emoções conflitantes e a necessidade de lidar com a situação delicada de forma sensata. Ele sabe que precisa agir com cuidado para não magoar ninguém, mas as circunstâncias parecem conspirar contra ele, tornando tudo ainda mais difícil de enfrentar.
Théo sente um aperto no peito ao ver Henricco na porta do quarto, e imediatamente ele se move para proteger seu filho. Ele caminha atravessando o espaço entre ele e Mônica com determinação. Com um gesto firme, ele pega Henricco no colo, envolvendo com carinho e preocupação.
- Shh, está tudo bem, filho.
Théo murmura suavemente para Henricco, sentindo seu coração se acalmar com a presença reconfortante do menino em seus braços
Enquanto Théo cuida de seu filho, ele sente a necessidade de lidar com a situação que se desenrolou. Com um olhar significativo para Mônica, ele pede quase cochichando para ela sair do quarto. Ela imediatamente obedece, saindo sem dizer uma palavra, deixando Théo e Henricco a sós.
Com um suspiro de alívio, Théo fecha a porta do quarto, isolando do mundo exterior. Ele concentra-se em acalmar Henricco, dedicando todo seu cuidado e atenção ao seu filho. Apesar do turbilhão de emoções que o assalta, Théo sabe que sua prioridade agora é garantir o bem-estar de Henricco, protegendo-o do caos que ameaça invadir suas vidas.