Veronica Santoro
O trio se despediu das crianças ainda dormindo. Veronica deu as últimas instruções a Mary e à senhora Bianchi, enquanto Vic deixou claro que ajudaria com as crianças sempre que necessário.
Agora, o trio e Wilson estão a bordo do jato de Théo. A aeronave luxuosa, com poltronas confortáveis de couro e janelas panorâmicas que proporcionam uma vista deslumbrante do céu. Assim que o vôo decolou, Veronica decide quebrar o silêncio com um anúncio importante.
- Eu queria avisar para quem ainda não sabe , a senhora Bianchi e Vic são um casal.
Houve um momento de silêncio no avião. As reações variaram, alguns olhares trocados e sorrisos contidos. Mas a surpresa de Théo era evidente.
- O que foi que eu perdi?
Théo perguntou, com as sobrancelhas erguidas.
Théo olhou preocupado para Wilson, procurando algum sinal do que isso poderia significar. Wilson, percebendo a inquietação de Théo, fez um gesto sutil com a mão, um sinal de que estava tudo em ordem.
Veronica sorriu para Théo, tentando dissipar qualquer tensão.
- Achei que era o momento certo para contar .
Explicou ela.
- E achamos que você deveria saber.
Théo assentiu, ainda um pouco atordoado, mas tentando processar a informação. Ele lançou um último olhar para Wilson, que apenas sorriu em resposta, garantindo que a viagem continuaria sem problemas.
Enquanto a conversa continuava, Veronica tentava manter a calma, mas a ansiedade era evidente em seus olhos. Sentada ao lado dela, David percebeu sua inquietação. Ele sabia o que a esperava no destino final, o reencontro com Ivanov. Com a intenção de distraí-la, ele começou a falar sobre coisas triviais, pequenas histórias de viagens passadas e anedotas engraçadas que a fizeram sorrir.
- Lembra daquela vez em Paris, quando de dentro do jato você confundiu a Torre Eiffel com uma torre de rádio?
David brincou, arrancando uma risada de Veronica.
Ela agradeceu silenciosamente por sua tentativa de aliviar a tensão. Por alguns momentos, as histórias de David conseguiram afastar os pensamentos sobre Ivanov. Veronica respirou fundo, tentando focar na viagem e na companhia ao seu redor, sabendo que logo teria que enfrentar o que vinha evitando.
O avião continuava sua rota, e todos estavam imersos em seus próprios pensamentos, preparando-se para o que viria a seguir.
Théo Taylor
Théo conhecia seu amor em cada detalhe. Ele notava as nuances que passavam despercebidas aos outros. Mesmo enquanto ela sorria com as histórias que David estava recontando, Théo percebia a tensão oculta nos olhos dela. Havia algo que a perturbava, algo que apenas ele conseguia ver. A felicidade aparente não conseguia mascarar a preocupação subjacente, e Théo sabia que Veronica apesar de passar confiança estava com medo da reação do Ivanov.
Finalmente, Verônica decidiu ir para a cabine descansar. Théo a observou enquanto ela se afastava, o sorriso que ela mantinha na presença deles agora se esvaindo lentamente.
Todos acabaram relaxando, pois seria um voo longo. As conversas diminuíram, e o jato ficou mais silenciosa. Théo continuava preocupado com Verônica, mas decidiu dar o espaço que ela parecia precisar. Enquanto o jato cortava as nuvens, ele fechou os olhos, tentando acalmar seus próprios pensamentos. Sabia que, ao chegar, teria tempo para conversar com ela e e acalma-la.
A Chegada a Rússia
Finalmente, eles pousaram na pista do aeroporto em Moscou! A equipe do Half os aguardava na pista com três carros pretos reluzentes, as portas já abertas e motoristas uniformizados de pé ao lado, prontos para recebê-los. O ar frio da capital russa os envolveu assim que saíram do avião, e a excitação de finalmente estarem em terra firme se misturou com a antecipação do que estava por vir.
Théo observou Verônica enquanto ela descia a escada do avião. Mesmo cansada, ela mantinha uma postura graciosa. Seu olhar, porém, ainda carregava a mesma tensão que ele havia notado durante o voo. Ele decidiu que, assim que tivessem um momento de privacidade, falaria com ela.
Os membros da equipe do Half os cumprimentaram com sorrisos calorosos e apertos de mão firmes. As bagagens foram rapidamente carregadas nos carros, e todos se acomodaram nos assentos de couro macio. Enquanto os carros começavam a se mover, deixando o aeroporto para trás, Théo observava a paisagem moscovita pela janela, o coração batendo mais rápido com a expectativa do que aquela nova etapa lhes reservava. Verônica, sentada ao seu lado, olhava para fora em silêncio, os pensamentos dela parecendo tão distantes quanto a linha do horizonte.
A cidade de Moscou se desenrolava diante deles, uma mistura vibrante de história e modernidade, e Théo sabia que, além das paisagens deslumbrantes, havia desafios a serem enfrentados e mistérios a serem desvendados. E, mais do que nunca, ele estava determinado a estar ao lado de Verônica em cada passo desse caminho.
Desta vez, Théo alugou uma casa. Ivanov havia oferecido uma propriedade, como da última vez, mas por questões de segurança, os três acharam melhor ficar em um lugar neutro. A decisão foi unânime! Melhor prevenir do que remediar.
A casa, situada em um bairro tranquilo de Moscou, tinha uma fachada discreta e um amplo jardim cercado por árvores altas, proporcionando a privacidade que eles precisavam. Half e sua equipe já estavam com tudo em ordem. Os seguranças estavam posicionados estrategicamente pela propriedade, garantindo que nada fosse deixado ao acaso.
Ao chegarem, Théo notou a eficiência e a discrição com que a equipe de segurança trabalhava. Eles eram quase invisíveis, mas suas presenças eram inegáveis, oferecendo uma sensação de proteção que todos precisavam naquele momento.
Enquanto descarregavam as malas, Théo percebeu que Verônica parecia mais tranquila, talvez confortada pelo ambiente seguro. Ele se aproximou dela e, com um sorriso, disse baixinho...
- Vamos descansar um pouco e depois conversamos, certo? Quero ter certeza de que você está bem.
Ela assentiu, agradecida pelo cuidado dele. Depois de se instalarem, Théo olhou ao redor da casa, satisfeito com a escolha. Sabia que, apesar dos desafios que poderiam surgir, estavam preparados e seguros, prontos para enfrentar o que viesse pela frente.
Irina Petrov
Irina recebeu a mensagem de que seu irmão acabou de desembarcar. Ela sabia que estava sendo vigiada há meses, mas não sentia medo. Sua determinação e coragem superavam qualquer temor que poderia surgir. Ela estava disposta a enfrentar qualquer desafio para proteger aqueles que amava, e seu irmão era sua prioridade máxima. Ela não gosta e não confia na Veronica.
Com calma e determinação, Irina começou a traçar um plano para encontrar seu irmão e garantir sua própria segurança. Ela sabia que não podia contar com ninguém além de si mesma e estava preparada para enfrentar qualquer obstáculo que aparecesse em seu caminho.
Irina enviou algumas mensagens e aguardou ansiosamente pela resposta. Rapidamente, recebeu a confirmação da casa onde eles estavam hospedados. Com um leve suspiro de alívio, ela sabia que agora tinha um alvo claro para sua próxima ação.
Sem perder tempo, Irina começou a traçar seu plano, calculando cada movimento com precisão. Ela sabia que precisava agir rapidamente para garantir a discrição e a execução do plano.
Com determinação e foco, Irina partiu em direção à casa, preparada para enfrentar qualquer desafio que pudesse surgir em seu caminho.
Irina estava determinada a tirar Verônica da vida de Théo, custasse o que custasse. Do outro lado da rua, sentada em seu carro alugado, ela observava atentamente a movimentação da casa. O sobretudo preto e o gorro eram sua armadura contra o frio da tarde, enquanto ela se preparava para agir.
Irina sai do carro e caminha calmamente, em frente à casa alugada pelo seu irmão.
Com mãos habilidosas e disfarçadas, Irina colocou uma minúscula câmera no muro da casa, garantindo que cada movimento fosse capturado. Era mais uma peça em seu plano meticulosamente planejado para desestabilizar a relação entre Théo e Verônica.
Enquanto lá fora o vento gelado soprava, Irina mantinha os olhos fixos na casa, sua mente trabalhando rapidamente para calcular os próximos passos. Ela estava determinada a alcançar seu objetivo, não importando quais obstáculos surgissem em seu caminho. Para Irina, a vitória valia qualquer sacrifício.
Irina retornou ao seu apartamento e ligou seu computador, ansiosa para observar a movimentação da entrada e saída da casa onde Théo e Verônica estavam hospedados. Enquanto o sistema carregava, ela preparou um chá, deixando a água ferver enquanto escolhia suas ervas favoritas.
Enquanto o chá infundia, Irina se dirigiu ao seu computador, seus olhos fixos na tela, buscando por qualquer sinal de atividade na casa . Cada clique do mouse era um passo em direção ao seu objetivo, cada imagem capturada uma peça no quebra-cabeça que ela estava montando.
Enquanto observava, a raiva fervilhava dentro dela. Os meses sem contato com Théo apenas aumentaram sua determinação em tirar Verônica de sua vida. Cada vez que a via nos registros das câmeras, a raiva de Irina se intensificava, alimentando sua determinação em alcançar seu objetivo, não importando o custo.