Capítulo 2

855 Words
JULIA Toda a animação que eu estava sentindo para fazer essa redação se foi num piscar de olhos quando vi que o CEO das Empresas Simon's é ninguém menos que o babaca que me salvou de se atropelada hoje mais cedo. O Senhor i****a e ignorante começa a falar seu discurso perfeito sobre a empresa e de sua família, tento ao máximo não olhar para ele. Tento prestar atenção em outra coisa mas meus olhos não obedecem e olho para Gabriel, me assusto desviando o olhar quando percebo que o par de olhos azuis claro estão fixos em mim. Me sinto estranha com sua presença, não sei explicar o motivo, seu olhar em mim não está ajudando, respiro fundo para tentar controlar o nervosismo, mas não consigo. Mas que droga! Coloco meus cadernos na bolsa e saio dessa sala que está me sufocando, o bom de estar numa Universidade é que você pode sair a hora que quiser de uma sala de aula sem dar nenhuma explicação. Fico perdida entre os corredores, bufo de irritação e tento voltar pelo caminho de onde vim, mas logo bato com força numa parede de músculos e só não caio no chão pois sou segurada a tempo. Olho para a pessoa e bufo quando vejo Gabriel, me solto de suas mãos e passo por ele sem dizer nada. — A senhorita é sempre desastrada assim ? — paro de caminhar e me viro irritada. — Isso não lhe interessa Senhor Simon! Ele se aproxima e prendo a respiração, não sabendo o real motivo para isso. — Sempre argumentativa. — essas palavras me deixam estranha e me viro querendo sair daqui. — Porque saiu da aula senhorita? — me viro e não o respondo. — Me responda! Mas que homem grosso dos infernos! Nunca fui de perder a paciência fácil, mas com ele perco facilmente. — O senhor não é o meu pai, e nem o meu professor, então não te interessa, mas vou ser educada, não aguentava mais te ver falando! — sorrio debochadas. — Se eu fosse seu pai, a senhorita mereceria umas boas palmadas. Fico de boca aberta quando ouço essas palavras, me aproximo e o provoco: — Desculpe, mas eu não curto s************o! Deus, ele me tira do serio! Ele me olha estranho e logo saio dali, o deixando parado me olhando sumir pelos corredores. Volto para minha sala e o professor avisa que a prova e a redação será daqui a dois dias, perdi a total vontade de fazer, mas se eu conseguir passar posso ajudar meus pais em casa, eles estão precisando e faço qualquer coisa por eles. Saio da sala e encontro Sam me esperando, vamos juntas para o estacionamento. — Como foi o seu primeiro dia Julia? — ela me pergunta e logo respondo: — Foi bom! — não conto sobre todo o resto da história. — Decidiu o que vai cursar? — pergunto tentando mudar de assunto e focar apenas nela. — Decidi fazer algo relacionado a teatro, e você vai continuar fazendo administração mesmo? — ela faz cara de tédio me fazendo sorrir. — Não vou desistir de algo que gosto! — destranco meu carro e entro. Mesmo que eu passe e vire Assistente daquele babaca, se eu for aceita, eu poderia derrubar café quente nos meios de suas pernas ou em seu terno caro feito sob medida, como nos livros, com certeza eu seria demitida. Me despeço de Samanta e dirijo de volta para casa, o caminho não é muito longo pois chego rapidamente. Estaciono, e entro encontrando meu pai no sofá e minha mãe na cozinha. — Como foi o primeiro dia querida? — minha mãe vem em minha direção secando as mãos num pano. — Ah, foi ótimo. — respondo. — Tem certeza filha? Parece desanimada. — franzo o cenho e coloco um sorrio tentando amenizar meu desanimo. — Sim, só não gosto de acordar cedo nesse frio! — sorrio e subo para o meu quarto. Deixo minha bolsa na cama, e vou tomar banho para tentar me aquecer nesse frio congelante. A água quente alivia o frio, e meus pensamentos voltam para aqueles olhos azuis.... Deus! Ele me faz perder o controle como ninguém foi capaz de fazer, não me arrependo nenhum pouco de ter falado daquele jeito, ele mereceu. Bufo, e me enrolo na toalha, pego roupas quentes e me visto. Trabalho na confeitaria que meus pais construíram, ajudando minha mãe, o lucro não é muito alto mas minha mãe sempre divide entre nós. Meu pai trabalha numa empresa de segurança, onde só sai a noite para trabalhar e passa a madrugada toda fora, as vezes nem dorme em casa pois trabalho não permite. Hoje minha mãe decidiu não abrir a confeitaria pois eu iria para a faculdade e não teria ninguém para ajudá-la, e não temos condições de pagar outra pessoa para ajudar ela na loja. Pego meu notebook e me deito na cama, resolvo estudar para essa prova e redação, vou tentar passar, e tento não pensar que o babaca do estacionamento poderá ser meu futuro chefe. Deus, me der forças para aguentá-lo.... 
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD