Limites

1453 Words
No fim das contas, Taehyung acabou indo. Talvez o seu senso de responsabilidade tivesse falado um pouco mais alto. Quando chegaram acabou se lembrando da primeira vez que estacionou em frente a casa de Jeon, aquele dia em que foi beijado pelo alfa e mesmo que por um instante havia gostado e queria mais. - Não precisa ficar nervoso. – Jungkook falou com um sorriso nos lábios – Meus pais são bem compreensivos. – bagunçou então os cabelos do outro. - Para de me tratar como um dos seus amiguinhos, porque eu não sou. – o Kim falou sério. Odiava o fato de Jeon não respeita-lo como seu professor, afinal era assim que deveria ter sido desde o começo, algo que nunca aconteceu. - Está certo, você não é um dos meus amigos. Você é o meu ômega! Será que eu devo te dar beijinhos antes de entrarmos na minha casa? – soou pensativo e Taehyung o olhou com desdém – Por que está me olhando assim? É a verdade, então não se esqueça disso. - Me esquecer do que? – questionou e desta vez o alfa lhe olhou com seriedade, o mesmo olhar que havia recebido por ele durante a aula. - Que você é apenas meu. – um vislumbre escarlate nos olhos de Jeon acabou fazendo com que o Kim se encolhesse. Jungkook vendo isso acabou se afastando – Vamos, prometo que não iremos demorar. Taehyung entrou na casa apreensivo, se perguntava o que os pais de Jungkook deviam pensar de si. Assim que chegou na sala se deparou com alguém no sofá, pelo cheiro era sem dúvidas um alfa. - Oh, chegaram. Boram, eles chegaram! – disse entusiasmado. Se levantou para cumprimentar o Kim – Estava ansioso para conhecê-lo, Kim Taehyung. Eu sou Jeon Daeho, pai do Jungkook. – Taehyung o cumprimentou meio sem graça. - Pai, espaço. – disse o alfa olhando sério – Desculpa pelo meu pai, ele é um pouco invasivo com os outros. - Filho, olha como fala! – advertiu a ômega ao aparecer na sala – Me desculpe pelos dois. – tinha um sorriso acolhedor em seu rosto – Eu sou a mãe, Jeon Boram. Por favor, sente-se. E assim o fez. Taehyung estava um pouco surpreso, não esperava que fosse ser acolhido desse jeito. Achava que os pais de Jungkook fossem ser do tipo sérios, ou algo parecido. Acabou ficando mais relaxado. - Então Jungkook não mentiu quando disse que era tão bonito. – dizia a progenitora – Não concorda Daeho? - Sim, mas estou um pouco envergonhado. O meu próprio filho acabou sendo um irresponsável de ter feito o que fez... – Taehyung sorriu meio sem graça – Por favor, nos diga se ele passar mais dos limites, e também se precisar de alguma coisa. - Eu e o meu marido tivemos uma conversa muito séria com o nosso filho, claro que isso não irá mudar o que aconteceu, mas... Nos desculpe. Tenho certeza de que o Jungkook deve ter pedido desculpas pelo erro dele também- - Não. Eu não pedi desculpa. Por que eu deveria? – no mesmo instante a feição doce que a ômega tinha mudou para uma séria, dava até para sentir que sua aura havia mudado – Acabaria acontecendo uma hora ou outra, o meu lobo queria isso. - Você não se desculpou? – assentiu. Então se aproximou do filho e o segurou pela orelha – Peça desculpas agora! – Taehyung não sabia se ficava com medo da aura ela tinha, ou se segurava o riso por estar achando graça de Jungkook. - Não! - Para de agir como um pirralho e peça desculpas! Você é o errado da história Jungkook! – a mais velha aumentou um pouco o seu tom de voz, parecia até rosnar para o filho. - Eu já disse que não! – falou mais alto. Nisso as orbes de ambos mudaram a cor e antes que Taehyung pudesse dizer alguma coisa, o alfa mais velho começou a rir alto. - Eles são engraçados, não acha? Vamos, se acalmem um pouco temos visita presente aqui. – o Kim ficou confuso – Nos desculpe novamente. A nossa família as vezes se deixa levar um pouco pelas emoções. - Entendo... Após se acalmarem voltaram a conversar. Taehyung acabava se abrindo conforme conversava com eles, enquanto isso Jungkook apenas acompanhava nos risos quando algo soava engraçado, não falou muita coisa. Já era noite e o Kim recebeu uma mensagem de Jimin, havia se esquecido completamente que havia marcado de se encontrar com os amigos. - Me desculpem, mas eu preciso ir agora. - Mas já? Fique mais um pouco e coma conosco. – a ômega dizia. - Quem sabe uma próxima... - Entendemos, provavelmente deve ter seus assuntos para resolver. Muito obrigado por ter vindo hoje. – Daeho falou sorridente – Jungkook irá te acompanhar até a porta. - Eu que agradeço. Jeon o acompanhou em silêncio, não até a porta mas sim até o carro de Taehyung. - Vá direto para casa. – foi o que disse. - Nossa, estava tão bom enquanto não dizia nada. E por que eu escutaria o que diz? Você não manda em mim Jungkook. - Estou dizendo isso porque está tarde. Não me importo se não vai estar sozinho, me preocupo pelo fato de que não estarei perto caso aconteça alguma coisa. - Hã? Jungkook, você está passando dos limites não acha? Não. Na verdade já passou há muito tempo. Seria bom que parasse de agir desse jeito. Já aceitei o fato de que me marcou, mas não fique pensando que por isso agiremos como um desses casais que vê por aí. - Você ainda não entendeu... – suspirou. O alfa então puxou o Kim para perto de si quase pronto para beija-lo e foi o que fez. “Eu te amo” Taehyung escutou aquela voz, mas não a mesma de antes. Confuso se afastou daquele beijo . - Por que eu estou escutando isso? - É o que eu sinto. O que nós dois sentimos... - Do que você está falando? – novamente a mesma coisa que da outra vez. Foi apenas um beijo e estava ofegante, o coração batia rápido, mesmo que tivesse separado o corpo dele ansiava por outro e isso para Taehyung era assustador. - Preciso te contar algo importante, eu- o ômega então se afastou de Jungkook, rapidamente entrou no carro e logo deu partida. Cada vez mais tinha certeza de que ficar perto dele não era bom. ... - E então, o que vocês acharam dele? – Jungkook perguntou para os pais que ainda estavam na sala. - É como você disso filhe, Taehyung é um lúpus. – disse o pai de Jungkook – Mas confesso que estou surpreso com isso, achei que nessa região houvessem apenas nós como lúpus... - Então isso talvez explique a tal atração que Jungkook teve por Taehyung, certo? – a ômega falou – Por esse motivo os inibidores não estão servindo de muito- - Não. Se os supressores não estão controlando seu instinto animal, significa que o lobo dele esteja ficando mais forte. E se for mesmo isso, teremos que voltar para os Estados Unidos e procurar outro que faça efeito. - Eu não pretendo voltar para lá e passar por todos aqueles testes de novo. – Jeon interveio – Não agora. - Se ficar será arriscado. Já se esqueceu o que aconteceu da última vez que perdeu o controle? Naquela época tinha 13 anos e alguém acabou se ferindo. Agora está perto dos 19 e se desta vez for mais forte e você machucar aquele ômega? - Isso não vai acontecer! Eu nunca machucaria o Taehyung! - E como sabe disso? - Eu não sei! - Daeho, voltar para os Estados Unidos de novo é uma ideia muito precipitada, ainda mais agora que ele está ligado a alguém. Sabe que para nossa espécie a questão da marca é mais delicada. – a ômega dizia – E se a gente tentar falar com a sua mãe? Ela talvez possa entender o que se passa com o Jungkook. - Aquela velha é louca! Vive escrevendo aquelas histórias estranhas dela... - Mas ela ainda é a mais sábia e foi graças à ela que a gente conseguiu resolver toda aquela situação há quase seis anos atrás. – o alfa suspirou – Nem começa com esses seus suspiros. - Tá, tá. A gente pode fazer uma visita. - Ótimo! A vovó mora por perto, está decidido. Agora eu preciso ir. - E onde você pensa que vai? – perguntou a mãe – Já passam das 22 Jungkook. - Sair. - Vai atrás dele, isso sim. - Bom, se já sabe estou indo.
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