CAPÍTULO DOIS Durante um segundo que parecia não acabar, Ceres sentiu todos os olhos em cima dela enquanto ela permanecia ali sentada, entorpecida pela dor e descrença. Mais do que as repercussões que estavam por vir, ela temia o poder sobrenatural que se escondia dentro de si e que havia matado o omnigato. Mais do que todas as pessoas à sua volta, ela temia enfrentar-se a ela própria – um eu que ela já não conhecia. De repente, a multidão, atordoada em silêncio, rugiu. Ela demorou algum tempo até perceber que eles estavam a aclamar por ela. Uma voz interrompeu os rugidos. "Ceres!", gritou Sartes, ao lado dela. "Estás magoada?" Ela virou-se para o seu irmão, ainda ali deitado no chão do Stade, também, e abriu a boca. Mas não saiu uma única palavra. Estava sem fôlego e sentia-se tonta.