UM

2493 Words
É incrível como tudo na sua vida pode mudar em um passe de magica, como se em um momento você vivesse uma vida e no outro a vida de outra pessoa. A minha foi bem assim. Vivia feliz e realizada, até meu pai declarar a maldita falência, perdi amigos, festas, popularidade. Tudo na minha vida estava se tornando mais duro, mais difícil, e quando finalmente estava dando um jeitinho, pronto lá veio a gravidez, não vou mentir no início eu odiava, não queria ser mãe, não tinha vocação pra isso, Eu queria terminar minha faculdade de moda, viajar pelo mundo, trabalho em Paris, não ficar presa dentro de uma casa cuidando de uma criança, ainda mais assim nessa situação de um homem casado. Pois é casado! O cara com quem eu tinha um caso, era o reitor da faculdade, sempre fui afim de dar uns pegas nele, depois que não tinha como pagar a faculdade se tornou conveniente, e no final cometi o maior erro de toda amante. Me apaixonei. Contar pra ele sobre a gravidez, foi umas das cenas mais dolorosas que vivi na minha vida, eu não queria ser mãe, mas achei que com ele ao meu lado, as coisas pudessem mudar... - Vicente temos que conversar. - Hoje não vai dar ursinha, tenho um jantar com a minha esposa e a família dela, não da para adiar. - Você não disse que ia pedir o divórcio, como não pode faltar a jantares de família com ela. - Ursinha, não é assim, as coisas são complicadas, eu tenho dois filhos com ela, se ela descobrir que estou com você ela me ferra no divórcio. - Eu estou ouvindo essa história a meses Vicente. Não da para esperar mais... Eu. Bem, Eu estou gravida. - Seu rosto fica sem cor, ele parece entrar em transe. - Vicente? – depois que se recupera do choque. A raiva toma conta do seu semblante. - Como você deixou isso acontecer Isadora! - Eu deixei? Não fiz esse filho sozinha. - Como não. Você deveria estar se cuidando. - E eu estava Vincent, não sei o que aconteceu. Mas podemos fazer isso amor podemos criar esse bebê juntos. - Eu não quero essa criança! Você só pode estar louca garota, em que mundo você vive acha mesmo que vou largar minha esposa para viver um sonho feliz com você Isadora. Acorda! - Mas... - Mas o que? Deixa de ser ingênua eu jamais quis de verdade largar a Cleide, eu amo a minha esposa os meus filho, minha família. Você era só um passatempo. Acha mesmo que foi a primeira? - E esse filho? - Não sei da para adoção, cria sozinha.. Tira! Você nunca quis ser mãe mesmo. Sempre me disse isso. Agora quer me dar o golpe da barriga? - Não é isso, eu realmente nunca quis, mas aconteceu. - Então agora se vira. Eu não quero nem saber! - Seu cretino, eu confiei em você no seu amor... - Que amor garota? Acorda! Você nunca passou de um brinquedo. Você não é criança Isadora. Eu estava te usando o tempo todo. E não se finja de santinha por que você também estava me usando. Me a próximo dele e dou um tapa tão forte que deixo as marcas dos meus dedos no seu rosto. - Babaca! Quando sai do seu escritório tinha plateia e tudo, provavelmente todos ouviram a nossa discussão. Aquele foi o último dia em que falei com ele, depois disso evitava todos os lugares em que ele estava. Foi quando tive uma pequena chance de sair dessa miséria que a minha vida havia se tornado, a oportunidade perfeita de tirar esse bebê e me casar com um homem milionário. Papai roubou milhões, Alexander Garcia, e ele para reparar a divida queria uma de nos duas eu ou a minha irmã como esposa, um homem arrogante eu sei. Mas era rico e bonito, eu só precisava tirar o bebê durante o noivado e pronto me casar com ele, de quebra ainda faria algo pela minha família que só me viam como a patricinha mimada. Mas infelizmente ele exigiu alguns exames, mesmo eu tentando contornar para não fazer, não teria jeito ele ia descobrir. Foi uma loucura papai queria me matar, mas ele não tinha a mínima moral para isso depois do que fez com a nossa família depois do roubo. Garcia desistiu do casamento e iria por meu pai na cadeia, mas... “A salvadora da pátria Isabelle, salvou o mundo mais uma vez”. Foi assim que pensei quando soube que ela se casaria. Não me entendam mau eu não estou com raiva dela, pra falar a verdade no início acho que fiquei, achei que ela me tirou a oportunidade de me casar com ele. Mas depois cai na real e vi que quem tirou isso fui eu mesma, e quer saber foi melhor assim eles vivem felizes agora. Alex e Belle foram feitos um para o outro. E não imagino algo diferente disso. Eu fiz coisas bem feias para atrapalhar esses dois, me aliando a Adriana e ao André. Me arrependo tanto do que fiz que se pudesse voltar no tempo, tudo seria diferente. Totalmente diferente! O lado positivo dessa história meu amigo Juliano, ele é filho da dra. Ana amiga do Dana Júlia e também madrinha do filho mais velho que faleceu e dona Júlia também é madrinha de Juliano. Alex e Juliano meio que são primos de consideração. Que mundo pequeno não. O dia em que conheci Juliano foi o pior dia da minha vida. Dia em que minha Gabriela, minha linda estrelinha foi brilhar no céu. Esse foi o pior dia da minha vida. Saio do hospital tão irritada com Isabelle, como ela teve coragem de ficar do lado dele e não do meu, lá dentro por um segundo havia me arrependido do que fiz, para ajudar Adriana e André a separar ela do Garcia, mas pensando bem. “Pensou bem no que Dora sua louca, Belle esta certa, Alexander esta ajudando papai custa pelo menos uma vez se sentir grata a alguém em vez de ver defeito em tudo”. Estava tão perdida em meus pensamentos que atravessei a rua sem olhar o sinal. Um carro veio na toda. Não deu tempo para nada apenas por as mãos sobre minha barriga, já evidente de cinco meses e rezar para Deus proteger a minha pequena Gabriela. Lembro de quando acordei no hospital, logo procurei pela minha barriga. Quando me deram a notícia de que ela não havia sobrevivido ao acidente, meu mundo caiu. O vazio que se apoderou sobre meu ser, me assombrava, era doloroso demais imaginar que eu perdi meu bebê assim, como se perdesse um chaveiro ou algo do tipo. Chega a ser ridículo a fato de se perder um filho. Eu achei que não iria resistir a tanta dor, sozinha, e sem meu bebê que estava se tornando a coisa mais importante na minha vida. Conhecer Juliano nesse dia foi bom, lembro de ter visto em seus olhos uma coisa boa, algo que pudesse me salvar não sei. No incio fiquei com raiva dele, por me despertar alguma coisa. Mas depois as coisas foram mudando e hoje não posso, não quero e não gosto de passar um dia se quer sem falar com ele. Um verdadeiro amigo de verdade! Minha irmã também ficou ao meu lado, Isabelle foi tão carinhosa e amiga comigo, não sei como tive coragem de aprontar com ele depois dela ter ficado do meu lado no momento mais difícil da minha vida. A parte boa nisso tudo é que Belle me perdoou apesar do que fiz ela teve o bom coração de não guardar magoas, me chamou para ser madrinha do seu casamento que acontecerá em dois dias e para ser madrinha de um dos trigêmeos. No início foi duro de aceitar, como ela estava grávida de três bebês enquanto eu não consegui segurar apenas um. Felizmente meu coração se aquietou e hoje acho sensacional ser tia de trigêmeos e madrinha de um deles. Meu telefone começa a tocar me arrancando dos meus pensamentos, era Juliano ele sempre me ligava para me desejar boa noite, uma mensagem de bom dia sempre vinha também. - Oi! – atendo animada. - Oi. – sua voz estava triste meio mecânica. - O que aconteceu? – dou um salto da cama me sentando. - Nada linda, só um dia exaustivo. - Ju somos amigos não somos? - É. Somos... - Me conta? - Eu perdi uma paciente hoje. – eu não sabia o que dizer à ele, minha voz sumiu por alguns segundo. - Er... Ju eu sinto muito por isso. É nossa eu nem sei o que dizer.. Quer que eu vá até aí? - Não precisa linda. Estou indo para casa, Eu vou tomar um banho e dormir. Só queria ouvir sua voz mesmo antes de ir. Boa noite. - Boa noite Ju. Ele desliga o telefone, eu me encosto na cama novamente pensando no quão difícil para os médicos deve ser perder um paciente, posso imaginar o tão arrasado ele esteja. Juliano esteve do meu lado quando ninguém mais esteve, quando eu fiz besteiras em cima de besteiras e ainda assim ele não me virou as costas, não posso fazer isso com ele agora abandona-lo. Me levanto novamente. Vou até o meu closet escolho um vestido vermelho costura reta soltinho de alças e decote de coração que pegava até o meio das minhas coxas, me troco depois de um banho rápido. Uma olhada no espelho e eu estava bem, gostei do resultado, uma maquiagem leve, deixo meus cabelos soltos jogados para o lado. Finalmente pronta! E eu gosto do que vejo. Eu era uma garota bem bonita na verdade, e vivia me admirando, sempre tão magra não engordei nem na gestação, pelo contrário minha barriga só foi aparecer no final do quarto mês e era bem pequena, agora eu voltei ao corpo de antes. Meus olhos eram castanhos, minha boca bem desenhada, nariz também bem desenhado. Eu era linda sempre me achei linda. E nem ligo em parecer narcisista. Eu realmente admiro minha beleza. Belle e eu nos parecíamos muito a única diferença é que eu sempre tive menos corpo que ela apesar de ser a mais velha. Mais como mamãe diz eu vivo controlando meu peso e Belle não liga nem um pouco come de tudo. Confiro tudo direitinho pego minha bolsa, quando estava saindo do quarto dou de cara com Belle, ela está passando seu últimos dias de solteira aqui conosco, eu é as meninas pedimos, e também por que Alex esta viajando a negócios. - Belle. - Vai sair? – ela olha o relógio. - Sim, vou ver o Ju. Ele me ligou ainda agora está meio triste perdeu uma paciente. - Hum... - “Hum” o que Isabelle? Não começa de novo, somos só amigos. - Mas eu não disse nada. - Eu te conheço. - Tá bom... Diz ao Juliano que mandei um beijo. Desci as escadas correndo não quero encontrar com meus pais agora e ter que explicar onde vou, e por que estou indo. Vou até a adega de papai e pego uma garrafa de vinho, pego o celular e ligo para pizzaria e peço uma pizza marguerita era a nossa preferida. Pego o carro de papai já que estou sem carro, preciso providenciar um, agora que estou trabalhando na loja de flores da Belle. Ela me ofereceu o cargo de gerencia no mês passado e eu e claro não poderia recusar. No caminho passo na pizzaria, pego a pizza e aproveito para comprar sorvete de chocolate. Assim que chego ao portão do seu condomínio aceno para o porteiro, ele já me conhece então libera a passagem, Juliano tem três vagas de estacionamento, uma delas era para o seu carro e as outras duas para visitas, fora as vagas rotativas que tinha, especifica para visitantes, eu paro em uma das dele mesmo. Não sei o por que mas ultimamente tenho sentido borboletas no estômago quando vou encontrar com ele, acho que se deva ao fato de sermos grandes amigos, sempre conto sobre minha vida pra ele, e ele sabe que pode sempre contar comigo. Depois que esclarecemos que seríamos só amigos as coisas ficaram muito bem. Toco a companhia e aguardo, nada dele me atender, insisto novamente. Mas que droga será que ele saiu? Não, ou do contrário o sr. Adolfo, porteiro teria me avisado. Então continuo a insistir. finalmente ele me responde. - Já vai! – ele abre a porta, eu o saldo com um sorriso, ele estava enrolado na toalha, provavelmente no banho por isso a demora. - Oi. - Isadora? – ele parece meio nervoso, olhando para dentro de casa com cara de espanto. - Bom você disse que não estava bem, então achei que seria bom conversar um pouco. Posso entrar? - Er... - Eu sei que você queria ficar sozinho, mas eu trouxe pizza, sorvete de chocolate, e vinho. - Dora – ele engole seco – Er... - Quem é Gatinho? Você não vai voltar para cama não. – uma voz irritante melosa e chata vem do quarto. - Me desculpe, achei que queria ficar sozinho. – digo com amargura. Estava virando as costas para sair quando a ruiva com cara de p**a aparece ao seu lado na porta. - Quem é ela? - Eu não sou ninguém, desculpe incomodar. – começo a andar rápido em direção ao elevador. - Isadora! Espera, vamos conversar. - Não temos nada para conversar Juliano, eu sou só sua amiga esqueceu? Não sou sua namorada nem nada do tipo então não precisa de estresse. – tento entrar no elevador mais ele me segura. - Não encosta em mim! – dou uma de histérica, se controla Isadora se controla – Isso e nojento, vai saber onde suas mãos estavam a poucos minutos. Ele afasta suas mãos, não sei por que estou tendo essa reação somos apenas amigos, por que essa ruiva i****a me incomodou tanto, ela nem é tão bonita assim. - Me desculpe... - Eu não me importo Juliano! – entrego a pizza, o vinho e o sorvete para ele – E de marguerita sua preferida, bom apetite. Entro no elevador, mas não me viro não quero olhar para ele novamente não agora. - Se não se importa, por que esta chorando? Fecho meus olhos com tanta força que ficam doloridos, eu não sabia que estava chorando até ele me dizer, isso sim me deixou com mais raiva. Vou para casa rezando para não encontrar com ninguém, e felizmente assim que chego reparo que todas as luzes já foram apagadas, subo o mais rápido possível para não correr o risco de esbarrar em alguém, arranco minha roupa e me deito só de lingerie mesmo. Acabo por ceder ao sono rápido o bastante para não pensar mais naquela cena ridícula.
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