No dia seguinte sou acordado por Patrícia. Sua voz é baixa e delicada e por um momento penso que é minha mãe me chamando. Lembro-me de um tempo há muito esquecido, quando nossa família era completa e feliz. Ainda tenho lembranças de quando eu tinha apenas quatro ou cinco anos. Lembro-me de como meus pais eram unidos, se amavam e amavam a mim e a meu irmão. Mas tudo mudou quando ele se foi... E agora eu estou sendo acordado pela a empregada – que praticamente é uma desconhecida – do que pela minha mãe, que está trancada dentro de sua casa. Com seus demônios internos. – Max, acorde – diz ela mais uma vez ainda de maneira suave. – Bom dia, Patrícia – digo depois de um tempo. Coço os olhos, levanto sentando-me na beira da cama e me espreguiço, jogando os braços para trás. A noite foi mais