CARMIN — Comprei esse lugar para ter um lugar para mim, um pouco de privacidade. Saí da casa do meus pais com dezoito anos, não é fácil estar lá o tempo todo. É apenas um galpão, mas acho que vai ser útil. — Ele tenta iniciar uma conversa novamente. Evito olhar para ele. — Então você vai mesmo continuar sem falar comigo? Deixe de birra, Carmin. Você não tem mais doze anos de idade. — Reclama, voltando a sentar do meu lado. — Então não me trate como se eu tivesse. Sou eu que devo escolher com quem e onde eu estou, sem precisar que alguém me jogue no ombro como um saco de batatas e leve para onde bem entender. — Retruco. Posso imaginar Romeo revirando os olhos. Ele toca meus cabelos de leve, acariciando devagar. Fecho os olhos tentando me acostumar com a aproximação, respiro fundo e afa