Capitulo I- Onde estou?

3226 Words
Abro meus olhos ainda me sinto tonta, ergo minha cabeça tentando reconhecer o lugar,  é totalmente escuro passo a mão no meu rosto devagar sem muita firmeza nas pernas procuro algo para me equilibrar. Estou descalça, o lugar parece úmido e frio, sinto umidade e água no chão, toco o meu corpo percebendo que agora não uso mais o macacão de seda que usava na recepção do meu aniversário de dezoito anos, passo a mão nos meus cabelos estão soltos.  - Odeio lugares escuros! - prendo  o cabelo num coque igual a minha mãe vou tateando o lugar até achar uma mesa em seguida sinto algo parecendo uma luminária grande sobre a mesa, não fazia ideia de como acender.  Enquanto faço isso a porta abre de repente cegando minha visão com a claridade que veio do lado de fora, uma mulher de meia idade de vestido  comprido colorido amarelo com dourado entra juntamente atrás dela um pilha de mulheres totalmente cobertas, a mostra apenas os olhos usando tecido branco em volta de todo o corpo, rosto todas silenciosas pareciam nem mesmo respirar. - Onde estou? - Pergunto fazendo com que todas as mulheres atrás da primeira usando roupa extremamente colorida se assustasse, por acaso eu era alguma assombração? Me perguntei.  - Finalmente! - A primeira fala de braços abertos como se me esperasse por um século, vejo uma das criadas colocar uma bacia e outras duas despejar água dentro após fazer isso todas elas saem, restando apenas a primeira ali dentro comigo. Ela se aproxima de mim, pega em meus ombros como se examinasse alguma coisa com suas mãos que é meio morna, macia e bastante lisa. - Hum... você me parece ser diferente das outras... hum...Eu vou te chamar de Jasmine.- olhei para seus olhos castanhos, eu estava trêmula de frio ouvir o barulho pela milésima vez de uma goteira atrás da gente - Me chamo Helena dos Santos Rodrigues Samartini, filha de Juliana Rodrigues e  Ricardo Samartini. - Falo trincando os dentes um nos outros com muito frio, ela me olhou fixamente. - Apesar de estar imunda você é muito bonita Helena, vejo que ele vai ficar louco por você.- Notei seu entusiasmo acompanhado por um breve sorriso. - Ele quem? Quem é ele? - Pergunto vendo a mulher me girar de costas em sua frente abrindo os botões do vestido que estava usando. - O meu senhor, ele vai adorar você.- Ela abriu o vestido ficou me conferindo de costas como se fosse um animal bom para alguma coisa, chegou as minhas nádegas apertando com as mãos quando menos esperava recebi um tapa numa delas, por sorte sua mão era pequena, fina e macia, não senti tanta dor quanto imaginava pelo tapa. - Nossa você foi bastante abençoada, Alah te abençoe com muitos filhos. - Neguei com a cabeça eu não queria ter filhos, certo que eu já tinha nascido e era grata a minha mãe pelos sacrifícios por nós manter vivos e bem após tantos problemas, mas não queria abrir mão de minha vida por ninguém, principalmente por pessoas vindos de mim, não queria ter obrigações com mais ninguém, não que eu achasse terrível a ideia de ter filhos, mas com certeza não era para mim, era a música ou a construção de uma família e evidentemente seria a música em primeiro lugar. - Que ele abençoe você, eu não quero ter filhos!- Ela se afastou de mim como se estivesse com as mãos queimando, olhei para seu rosto que me repudiava. - Não diga bobagens garota, agora vá para água.- Ela apontou para a bacia e eu fui a água estava quente e deliciosa, com certeza porque eu estava com muito frio. - Isso é um sequestro? Meus pais podem pagar, minha mãe tem dinheiro ... meu pai também tem, até o meu tio, meu avó é um... é um... um embaixador. - Vi a mulher meio que rir de mim enquanto passava algo gelatinoso nas minhas costas. - Não se trata de um sequestro Helena, você ira morar aqui!- Virei meu rosto para ela com medo, ninguém definia a minha vida desse jeito, as lagrimas começaram a descer eu não podia ficar sem minha família ali, não imaginava minha vida sem eles. - Eu sei o número de cabeça da minha mãe e de casa, se quiser posso anota-lo. - Levantei da água ela me empurrou pelos ombros para dentro novamente, falou algo que não entendi. -  Aqui você não pode falar com sua família ou melhor com ninguém pelo menos não por enquanto. - Onde estamos?- Perguntei ela ficou quieta, mas eu sabia que não era mais o Brasil ou Chile onde estávamos, quando terminou o banho ela falou alto em língua estranha e logo as mulheres voltaram para dentro parecendo que estavam atrás da porta escutando e observando tudo. Uma delas trouxe o balde e as outras ajudaram a colocar a água suja dentro dela. Umas delas estava com uma toalha nas mãos, logo me envolveu nela enquanto a outra arrumava uma cama. Imaginei que ia dormir ali naquele lugar frio novamente. Após arrumar tudo e me colocar um vestido esquisito igual ao das beatas da igreja em que a vó Conça ia aos domingos, as mulheres saíram, ficando somente eu e a mulher de meia idade dentro do quarto. Logo a porta abriu novamente finalmente trouxeram algo numa bandeja inox prateada, a mulher com apenas olhos a mostra colocou sobre a mesa me olhando com curiosidade, no inicio pensei que era disfarce para não mostrar seus rosto. Sentei comi as frutas, os pãezinhos estranhos, todas elas saíram e eu fiquei ali pensando a vida e mil maneiras de sair dali, logo a chama da lâmpada se apagou eu fiquei novamente no escuro. Passei a noite em claro, escutei gritos de mulheres a noite inteira pareciam mulheres em idiomas diferentes. O máximo que consegui entender foi uma delas falando em inglês enquanto gemia alto.  - More, please, more Mrs. - Levantei da cama fiquei girando no lugar escuro, nunca enxergava bem o escuro mesmo, me bati em alguma coisa que não sabia o que era. Rodei o quarto a noite inteira, conseguindo dormir apenas de madrugada. Passei mais ou menos duas semanas acompanhando aquela rotina sem saber se era noite ou dia, comecei a observar os horários das refeições, mas quando elas traziam de dia eu estava dormindo e a noite ouvia-se gritos de mulheres, não sei se elas eram atacadas por vampiros ou pelo o quê ainda não sabia, comecei a identificar pelos gritos da que falava inglês, depois da que falava em francês, e assim fui percebendo que duas falavam em inglês, uma mais fluente enquanto a outra parecia ser algo derivado, o sotaque era diferente, era um homem que as atacavam enquanto elas pedia por mais, sempre  por mais por favor, senhor!- Senhor para lá e para cá, até mesmo em espanhol e italiano, calculei que era mulheres bilíngues, estremecia de medo ouvindo seus suplícios e gritos, se fosse para eu ter que alimentar algum vampiro falando em vários idiomas ele estava totalmente ferrado, definitivamente nós iriamos quebrar na porrada um ao outro. Quando comecei a me acostumar com as rotinas deles, duas semanas depois a mulher de meia idade me levou para um quarto na casa, tornando a minha nova prisão pelo menos era bonito nas cores rosa e dourado, a cama de madeira  escura com um modelo muito diferente do que era no meu mundo, as cabeceiras iam até o teto e o mosquiteiro de seda prendiam nelas. O colchão muito macio enquanto o tecido muito bem alinhado, toquei cada detalhe daquele lugar e logo notei a mulher que me acompanhava me observado pelas costas, virei para ela rapidamente a assustando. - Quando eu vou sair daqui?- Ela me olhou meio curiosa. - Você já esteve com ele não esteve?- seus olhos pareciam arder por algum motivo - Esta apaixonada também que nem elas?- Eu não estava entendendo sobre o que ela estava falando, mais neguei rapidamente. - Não, eu não o conheço.- Falei com a voz meio rouca, sem saber sobre o quê dizia. Por um momento pensei que ela era a mulher do homem que atacava as mulheres a noite, mas nunca ouvi gritos em sua voz, ah não ser que ela não gritasse. - Não, eu nunca estive com ele e nunca vou estar.- Ela riu e o brilho em seus olhos veio imediatamente. - Tudo bem, é assim mesmo que eu quero. - Ela ficou no quarto enquanto vi as mulheres  de branco arrumar umas roupas num cabides, será que eram elas que gritavam a noite? Me perguntei, franzi o cenho pensativa vendo arrumar os vestido no cabide eu preferia os vestidos de alças e não aqueles estranhos que eu usei enquanto estive no calabouço, parecendo mulçumanas. Ela gritou algo com as criadas que saíram rápido do quarto e ela mesmo começou a arrumar as roupas neles, comecei a lhe ajudar tentando me aproximar dela, parecia que ela era a que mandava tudo ali. - Eu quero que você seja a melhor!- Ouvir falar enquanto me encarava com seus olhos fixos e arrumava as roupas. - Você tem que se destacar entre todas, principalmente porque você é a mais bonita de todas.- p***a onde me meti agora? Continuei calada apenas ouvindo ela falar pensando em tudo, poderia ter sido sequestrada por ela para um homem? - Coma pouco, mantenha esse corpo perfeito. Sempre que tomar banho passe o óleo do pote transparente no corpo, escove os cabelos esteja sempre arrumada, dentes escovados, sempre ereta e alinhada. - Ela pegou algum tipo de varinha começou a passar em meu corpo.- Pronto ferrou, estou com uma bruxa, pensei comigo, - mãe venha me buscar logo! - Pedi em língua castelhana- Ela franziu o cenho me observando, percebi que não entendeu o que eu falei, se ela fala em língua estrangeira eu também posso falar na minha, pensei enquanto queria irrita-la. Chegou na minha b***a, me deu uma varada que doeu até a alma.- Empina o bumbum, se ele te trouxe é porque gosta de bumbum e isso você tem por você e pelas outras.- Não ousei olhar o meu traseiro, claro que não, empinei a b***a e com ela foram os p****s para frente. Me senti uma pata, só faltava fazer o quack quack quack. Após seus vários ensinamentos sentei na cama muito dolorida, tinha apanhado a beça, só não bati nela, porque era mais velha que eu, ela me olhou com um sorriso esnobe na boca parece uma bruxa do bem, seus olhos brilhavam. - Perfeita! Ele vai ficar louco. - Como é o seu nome? - Ela me olhou parou para pensar por alguns segundos. - Me chamo Hortência, sou a governanta desta casa, vou cuidar de você, cuido das outras também, mas minha atenção será especial a você. - Pegou em meu queixo, avaliou o meu rosto, não perguntei mais nada depois daquilo fiquei sozinha no quarto, olhei para a janela e lá estava um lindo jardim de tulipas abaixo da minha janela, e logo a diante um portão escuro grande de ferro. Tive a impressão que o inferno podia ser bonito, mas não para mim. Olhei varias vezes para o lugar de onde estava parecia ser bastante alto, imaginei se pulasse poderia quebrar uma perna ou um braço, mas poderia sair com vida olhei ao redor do quarto em cima da penteadeira de madeira uma escova de cabelo, com certeza ouviria seu tombo lá embaixo peguei, atirando em seguida pela janela, nada de som vindo de retorno.  Continuei olhando o lugar, após alguns minutos apareceu um homem forte, branco cabelos loiros no portão, com um vestido todo marrom, - Droga, é claro que ia ter segurança.- Enquanto observava a janela a porta se abriu lá estava a mulher chamada Hortência com a escova que joguei nas mãos. - p**a que pariu e eu ainda estou aqui ainda esperando sua resposta escova.- Pensei vendo a escova nas mãos.  Ela me olhou de cima a baixo.- Pensei que fosse mais inteligente, não fez escândalos, não gritou, não chorou, nem mesmo gemeu e agora isso Helena? - Ela levantou a escova no ar, para mim mostrar mas eu ignorei, claro já tinha visto. - Eu ia pentear meus cabelos e caiu da minha mão.- Expliquei, ela nem mesmo riu para mostrar que eu estava mentindo, o cabelo estava preso no coque eu os soltei para fazer acreditar no meu álibi. - Se fizer novamente, ele irá puni-la e acredite nesse momento será muito doloroso para você.- Ela colocou a escova de volta a penteadeira, uma mulher usando branco entrou com uma bandeja, colocou sobre a mesa do quarto e saiu em seguida, comi sendo observada por ela, seus olhos atentos ao que eu comia ou não, percebi que desde o dia em que eu cheguei comia com as mãos, era super estranho, eles não conheciam talheres? - Helena eu não estou aqui para ser sua inimiga, quero ser sua amiga.- Olhei para ela e rir, balancei a cabeça desdenhando, a sequestradora querendo ser minha amiga era loucura.- Se é minha amiga me ajuda a sair daqui, minha mãe deve estar sem dormir, sem comer, eu tenho família tenho irmãos, pai, avós, tios que com certeza devem estar loucos com o meu desaparecimento. - Não posso te ajudar em relação a isso, sou apenas uma serva.- Voltei a comer, talvez ela não tivesse culpa realmente, não poderia me ajudar. - Me leve até o seu patrão e eu o convencerei a me libertar.- Ela me olhou de cima a baixo como se estivesse desdenhando de mim. - Você não pode ir até ele, se ele quiser, quando ele quiser ele virá até você. - Cara escroto do c*****o- Resmunguei, ela me olhou julgando com os olhos. - Não fale palavrões, aqui é proibido. - E se eu falar o que vocês vão fazer comigo? Prefiro morrer a viver longe da minha família. - Ela saiu do quarto me deixando sozinha, eu parei de comer e sentei na janela, logo ela retornou com uns papeis nas mãos. Começou a ler algumas regras que confesso engolir em seco tudo estava sempre relacionada a senhor no começo ou no final, eu tinha que ser sua p**a e ainda ficar quieta. - O que? Ele não esta pensando que vai fazer isso comigo está?- Ela sorriu para mim, arqueando uma das sobrancelhas.- Sim isso e tudo que ele quiser.- Peguei os papeis de suas mãos quando fui ler, era um monte de escrita diferente, parecia árabe.- Você são árabes? - Ela meio que manejou a cabeça de um lado para o outro. - Pois, pode dizer para esse árabe filho da p**a que ele não vai tocar em um fio de cabelo meu, ah ah se meu pai souber disso, ele derruba essa casa toda e ... e .... e mata esse escroto dos infernos. - Helena se acalme, não é do jeito que você esta pensando, não será tudo de uma vez, ele vai testando aos poucos até onde você aguentar. - Ele vai testar na p**a da mãe dele, então... então é isso que ele faz com as mulheres que gritam a noite inteira pedindo mais?- Ela assentiu, pegando os papeis nas minhas mãos e voltando a ler. Terceira Regra: Não falar, não olhar para ele, não beijar sua boca nunca, nem mesmo se parecer que ele vai te beijar. Quarta Regra: Não chegar ao êxtase sem sua permissão, se ele permite você pode, se não, castigo. Quinta Regra: Não gritar não falar seu nome nunca, mesmo se alguém falar cubra os ouvidos. Sexta Regra: Lembre-se você é uma submissa e não tem vontades nem desejos, seus desejos são os que seu dono quiser. - Que p***a de regras são essas Hortência? - Cobri minhas orelhas, ela continuou lendo a merda do papel, tomei e rasguei de suas mãos. - Helena não faça isso, você tem que aprender tudo isso, se não será brutalmente castigada. Fechei meus olhos chateada. - Pois ele que me castigue! Eu não vou cumprir suas exigências, nenhuma delas.- Hortência me olhou com advertência nos olhos e saiu do quarto, voltei a sentar na janela, se o tal patrão queria uma submissa ele estava ferrado comigo, dei psiu a tarde inteira para o segurança que me olhava uma vez ou outra, sorri largamente para ele que abaixou a cabeça ao me ver, ficou vermelho, depois saiu e outro ficou em seu lugar, me recostei no parapeito da janela.- Covarde! - Gritei ao vê-lo sair, uma das criadas entrou, esperei Hortência e ela não veio, a mulher entrou muda e saiu calada. Comi a metade do que estava no prato, deitei na cama para nada como sempre e logo a porta foi aberta. Era ela, a criada recolheu o prato cheio de comida eu só comi as frutas estranhas. - Me conta mais sobre ser uma submissa.- Pedi para ela que riu satisfeita tirou outro papel do bolso e me entregou eu olhei estava em inglês. - Eu tenho que ler para saber? Coisa chata, você não pode me contar? - Ela negou com a cabeça sentou na poltrona, e eu comecei a ler o que estava no papel, enquanto lia conversávamos nos riamos, era cada regra absurda, eu estava curiosa para ver ele praticando aquilo nas outras, em mim definitivamente não funcionaria. - Você parece ser mais interessante do que eu pensei, Helena, menos encrenqueira que as outras.- Sorri para ela um pouco mais leve.- Eu sempre fui assim, eu sou a mais tranquila dos meus irmãos, Heloise, Saulo e Helena e o Saymon, pelos menos da parte de mãe, só quem ganha para mim é o Bryan filho do meu pai. - Você tem uma irmã que tem o seu nome? Diferente isso- Sentei na cama para explicar para ela porque duas Helenas. - Na verdade Helena é apenas no documento eles me chamam de Helen, e eu gosto disso, e a Helena é filha do tio Júlio, minha mãe a cria como se fosse sua filha, na verdade não há quem prove que não é, ela são muito grudadas.- Revirei os olhos enquanto falava, Helena era tão filha da minha mãe quanto nós. - Helen, cada vez mais que te conheço mais gosto de você!- E aquilo me fez ver a Hortência diferente de antes, passamos a conversar sobre tudo e os dias passavam fáceis. Eu continuei a assediar o segurança embaixo da minha janela, que agora todos os dias ficava olhando para baixo, os gritos a noite ficaram alternados entre dias sim ou dias não. Agora também ouvia-se música a noite, parecia ter alguém que gostava de tocar, eu não podia sair do quarto para saber quem era.  Passou-se um mês e eu não conheci o tal Senhor Escroto que a Hortência tanto falava, não sabia como ia ser esse negocio de submissa, estava ansiosa com medo ao mesmo tempo para saber como ia ser quando ele me visse, na verdade eu ia tentar fazê-lo me libertar. Aquilo só poderia ser um engano, disso eu tinha certeza, já tinha lido coisas sobre o assunto e só era permitido quando as mulheres queriam também, isso não era meu caso, não tinha quem me fizesse mudar de ideia.
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