Episódio 19

1195 Words
Talvez esta não seja uma frase que deveria ter sido dita, e não deveria ter sido dita tão diretamente. Mas esta é exatamente a proposta que eu queria fazer. A oferta é bastante adequada. Mas ela olha para mim como se... — Você é louco? Conclusão interessante. — Não. — Não posso dizer o valor da transação em voz alta, então entrego o meu telefone para ela. Ela olha provavelmente por um minuto. Aparentemente ela não entendeu completamente. Ela faz uma pergunta estranha. — O que é isso? Realmente? O que é isso? Bilhete para uma vida melhor, é isso que é. — Valor do contrato. É o que eu digo. Ela olha para mim, vejo ironia nos seus olhos. — Por que de repente? — Você não acha que é muito pouco? Você não esqueceu zero em algum lugar? Não vou nem comprar um apartamento em Moscou com esse dinheiro! Portanto, continuarei sendo uma pobre. Sim, é muito engraçado. Ela realmente não entende que tais transações não são contadas em rublos? É verdade, agora olho para ela e penso: talvez eu seja um idi*ota? Talvez essa história pudesse ter me custado menos? Bem, não dez milhões de rublos, é claro. Que tal cem, por exemplo? Cem milhões? Sim, ela teria organizado a sua vida decentemente com esses cem. Pagaria a sua hipoteca, compraria um carro... O que mais ela precisa? Eu a vejo sorrir. Ela ainda não está acreditando. Droga, será que eu deveria ter falado diferente? Arqueio uma sobrancelha. Preciso explicar para essa Branca de Neve que os seus sorrisos não são muito apropriados. — Você não entende, Anastácia. Não está em rublos. — Uau! Ela continua rindo. Então, eu não entendo o que está acontecendo aqui. Talvez ela tenha pensado que era uma piada? Mas não pareço muito com um palhaço. Ok, é hora de, de alguma forma, colocar tudo em ordem. Eu não gosto de jogos. — Vou te dar tempo para pensar. Pese tudo. Na verdade, provavelmente ela só precisa entender isso... — Vá embora. — O que? Não entendi. Ela me mandou embora? Olho para ela e vejo o seu rosto mudando. Estou tentando descobrir o que fazer para evitar que ela tenha um ataque. Sim, provavelmente não deveria tê-la trago ao café. Bastava pedir ao Sagitário que a levasse ao escritório. A situação lá é profissional e não há testemunhas desnecessárias. É verdade que aqui também não. A garota atrás do balcão nos preparou café e se escondeu na sala dos fundos, num pequeno café com apenas duas mesas e ninguém. Algo precisa ser feito. — Anastácia, acalme-se. — Vou me acalmar! Caramba, parece que sou um idi*ota quando pronunciei a frase-gatilho, o que faz todo mundo começar a ficar “inquieto”. — Eu vou me acalmar agora mesmo! Quando você estiver longe de mim. Sim, subestimei as capacidades do lado neg*ro. Ok, você só precisa deixá-la gritar e depois explicar o que é realmente isso. Ela faz exatamente isso. Exatamente. Ela está falando alguma bobagem sobre a polícia, o chefe do departamento de polícia. O que o departamento de polícia tem a ver com isso? Mesmo que o vizinho dela seja algum tipo de policial, o que isso importa para mim? Vejo a garçonete olhando para ela gritando. Não, definitivamente não precisamos de testemunhas. — Anastasia Lvovna. Chega. Você precisa realmente se acalmar. — Eu estava calma. E aqui está você... — Sou irmão do Félix. É interessante observar como a sua expressão facial muda. Só que ela estava cheia de uma raiva nobre, e então já estava branca como giz e congelada, como uma estátua. Sim, sim, querida Anastasia Lvovna Romanova! Sou irmão de Felix Vishnevsky, pessoalmente. Eu vim pela sua filha. Então... você terá que me ouvir e aceitar a oferta. Olho para ela, percebendo que provavelmente ainda não consigo tratá-la com indiferença e condescendência. Mesmo assim, ela é mãe da minha sobrinha, embora não seja a melhor e mais digna, mas mãe. Sim, aconteceu que as coisas não deram certo com Felix, mas agora ela é, na verdade, o único elo para salvar a minha família. Caso contrário, para que serve tudo isso? Por que estou tentando, ganhando capital, desenvolvendo a empresa? E se eu não tiver ninguém para quem repassar tudo isso? Sim, ultimamente tenho pensado que ainda deveria me casar e sossegar. É possível encontrar uma mulher com filhos, de preferência homens, para que em algum momento eu possa entregar a eles a gestão da minha empresa. Eu poderia adotar crianças de um orfanato. Ou use um doador anônimo, então ninguém saberá que a minha esposa está grávida, não de mim... Muito provavelmente, farei tudo isso no futuro. Mas, por enquanto, aquela criaturinha que funga no carrinho é minha única herdeira direta. E preciso pensar no futuro dela. — Não conheço nenhum Félix. Deixe-me em paz ou irei denunciar à polícia. Interessante. Ela não conhece? Ela acha que estou brincando? Eu a vejo se levantar e se arrumar freneticamente. Ela conseguiu desabotoar a jaqueta, desenrolar o cachecol, tirar o chapéu... Mer*da. De alguma forma, tudo não sai conforme o planejado. E... talvez a minha proposta realmente pareça ilógica e selvagem para ela? Ela deveria entender, não? Eu decido continuar. — Anastácia, espere. Espere. Félix é... Vejo como ela morde os lábios, como se tentasse conter as lágrimas. Talvez… Talvez ela estivesse realmente apaixonada pelo meu irmão? Ele a deixou grávida? Esta não foi uma conexão casual? Estou me culpando por não forçar o meu pessoal a desenterrar melhor toda essa história. Nunca se sabe. Mas devo explicar! — Repito, não sei... Ela quase rosna de indignação, e eu preciso reverter isso de novo. — Ele morreu. Digo assim. Apenas duas palavras. Anastacia congela. Ela apenas tentou me provar que não conhece Felix. Mas a notícia da morte dele definitivamente a afeta. Acontece que ela conhece ele perfeitamente! E não importa que eu tenha apressado um pouco as coisas. O meu irmão ainda está vivo. Sim, o estado dele ainda é estável e grave. Ele não sai do coma. As opções de tratamento selecionadas não ajudam. Existe esperança? Por alguma razão, tenho certeza que não. Mas não conto isso a ninguém. Um médico de Dubai está constantemente em contato comigo e, para ser sincero, estou cansado das suas ligações e conversas diárias. Talvez porque toda vez que atendo, espero com horror pelas palavras de que o meu irmão morreu? Anastácia está parada à mesa, congelada. Curvando a sua cabeça. — Farei qualquer coisa para conseguir a filha do meu irmão, você me entende? Ela se senta numa cadeira. Soluços. Ela está chorando? Luto por amor? Ele a deixou? Eu sei que as mulheres geralmente odeiam quem faz isso com elas. O que está acontecendo aqui? Anastácia ficou em silêncio por muito tempo. Mas assim que abro a boca para continuar e descrever a minha proposta com mais detalhes, ela levanta a cabeça. Eu vejo o seu olhar cheio de determinação. — Eu também farei de tudo para não dar ela a você. Fui clara? ‎ ‌​​​‌‌ ​‌‌​‌​‌​ ​​
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