Episódio 9

1010 Words
Anastácia. — Esposa, olá, querida! Como eu esperava que Gena tivesse me deixado em paz! Mas, aparentemente, ainda não resolvi todo o meu carma. De vez em quando eu pensava, onde foi que pequei tanto? ​‌‌​‌Em geral, provavelmente sou uma fatalista. E penso da mesma forma que os clássicos: o que não deveria ser não pode ser, e o que deveria ser não pode ser evitado. ​​Mesmo assim, houve muitas coisas boas na minha vida. Bem, agora não estou numa fase muito boa. Embora, por que não estão boas? O principal é que as minhas meninas tenham saúde! — ​​O que você quer? A voz de Gena ao telefone é atrevida e alegre, alegre demais. Então ele respondeu. — Por que você é tão cru*el comigo, esposinha? — Eu não sou sua esposa. — Você está errada! Não houve divórcio, querida, então... Sim, é verdade. Não houve divórcio. Eu estava com medo de que, se eu me divorciasse dele, ele estabelecesse a tutela contra mim. E, em geral, envenenará a minha vida. Eu estava com medo de que os meus filhos fossem tirados de mim. Em princípio, provavelmente, até certo ponto, era até conveniente para mim ficar casada. Ele não reivindicou a minha propriedade. Fiz uma hipoteca quando era esposa de Leo. Ele também não tem nada a ver com o apartamento das meninas. O meu carro é velho, ele também não o reivindicou. É verdade que tenho que pagar um empréstimo para comprar o carro de Gena, mas não é muito, segundo algum programa, cerca de cinco mil por mês. Às vezes eu sento e penso, existe alguma mulher inteligente? E lá estou eu. Anastácia Lvovna. Em alguns lugares deve exisitir. Porque aqui, só existe uma tola como eu. — Tacha, preciso de dinheiro. Ele me chamou assim de propósito, sabendo que o nome Tacha me enfurece! Eu sou Anastácia! — E? O que eu tenho com isso? — O quê e? Vamos! — Por que você está assustado? Você andou se envolvendo com pessoas que não deveria, não é? Eu não tenho dinheiro. — Foi quase isso minha querida. Eu não preciso de muito. Dez no total. Milhares Rublos, nem mesmo dólares. Ele relincha repugnantemente ao telefone. Senhor, lembro-me de como eu pude estar apaixonada por ele?! Eu estava nisso como uma idio*ta. No entanto, como quase metade das meninas do meu instituto. Gena tocou no nosso teatro estudantil, ele é três anos mais velho que eu, acabei de entrar e ele já era uma estrela. Ele falou. Cantou músicas com um violão. Parecia tão romântico naquela época! Durante dois anos olhei para ele como... quase como uma divindade. Bem, ou melhor, ele era como algo inatingível. Tipo... DiCaprio. Ou Keanu Reeves. Estrela distante. No terceiro ano, também vim para o teatro estudantil, tocamos juntos e cantamos. O próprio Gena sugeriu tocar a música em dueto. Cantou clássicos do rock, The m***s & The Papas, California Dreamin. Ele mesmo escolheu e trabalhou comigo. Além disso, naquela época eu já havia superado um pouco o meu amor. Tentei me comportar normalmente com ele. E depois de um ensaio fomos passear no parque, ele com um violão. De repente ele começou a cantar. E eu realmente adorei. Aí Gena cantou outra coisa e mais alguma coisa... E aí ele disse: venha até mim, querida. E me beijou. Não foi o meu primeiro beijo, mas... Eu estava tão apaixonada. E estava tudo bem. Caminhamos muito e nos beijamos. Conversamos sobre tudo que existe sob o sol. Aí os pais do meu amigo foram para o campo e... Ele foi o meu primeiro. Tudo aconteceu. Sinceramente, não me lembro como foi. Eu realmente não me lembro. Tudo bem. Não houve efeito “uau”. Embora eu tenha esperado. Naquela época, Gena já havia concluído o mestrado. Terminei os meus estudos. Começamos a falar sobre o casamento. Ou melhor, ele começou. Parece que deveríamos nos casar. E então... então sopa com gato. Então ele me trocou por uma caloura que revelou ter um soprano incrível. Ela não foi levada para Gnesinka porque havia clientelismo lá. E também não me levaram ao programa de TV, por algum motivo incrível. Ele estava preparando o próximo show com ela e me disse: desculpe, querida, estamos ensaiando, desculpe, querida, estamos ocupados hoje, desculpe, querida, estou ocupado. E depois de algum tempo descobri que ele a carrega para todos os lugares, todos os seus amigos já sabem que ele está com ela. E eu… — Desculpe amor... Eu não desculpei. Quando ele mais uma vez veio até mim porque... simplesmente porque precisava de companhia feminina, em certo sentido, ele a tinha como um cordeiro inocente, mas eu não tinha mais... Em geral, acertei bem na cabeça dele com um dos troféus de música que eu tinha na entrada. E mandei ele para longe. Mas... foi tudo mentira, claro. Eu fingi que não me importava. E à noite eu agarrava o travesseiro com os dentes e uivava. Porque doeu. Muito. E então... então conheci Leo... — Ei, por que você está em silêncio aí? Transfira-me dez mil, com urgência. Senhor, como eu poderia ter problemas como este novamente após a morte de Leo? Entrar em contato com esta nulidade? E, em geral, como eu poderia permitir que ele arruinasse a vida não só de mim, mas também das minhas meninas? Ele não roubou de mim! Ele as roubou! É por causa dele que é tão difícil para nós agora! E ele agora exige dinheiro! Serio? — Quer saber, vá para o infe*rno! — Tudo bem, Romanova! Você vai se arrepender... eu vou... Eu não esperei para ouvir o que mais ele tinha para falar. Eu desliguei. Estou cansada de ter medo dele! No fim… Afinal, tenho todo direito as minhas filhas! Sim! Elas são minhas! Maria é minha há muito tempo e de acordo com a lei! E Alice é minha também! Na sua certidão de nascimento, Anastasia Lvovna Romanova está listada como mãe! EU! É assim que é!
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