ROMEU
Por que achei que ela concordaria?
Droga, eu vi perfeitamente que ela... Por alguma razão, apenas uma palavra me vem à mente. Ela não é mercenária, é quase uma santa. O dinheiro não importa para ela.
Assim como ela recusou a minha ajuda no primeiro dia, ela decidiu recusar ainda mais, certo?
Está bem. Esta é apenas a nossa primeira conversa. Como empresário, posso avaliar o resultado como positivo.
Exatamente, positivo.
Sim, ela recusou a minha oferta. Mas ela se comportou de maneira bastante adequada, desta vez. Em algum momento tive medo que ela derramasse café na minha cabeça.
Não gritou muito, só assustou um pouco a garçonete do café e só. Ela não se apressou em chamar a polícia.
Ela também aceitou com dignidade a notícia da morte de Félix. Ela se entregou e começou a ficar nervosa. Bem…
Estou nervoso também. O primeiro passo foi dado. Agora precisamos calcular o resto.
Voltando para casa. Há duas pessoas esperando por mim.
Paulo, que provavelmente sabe alguma coisa sobre a minha conversa com esse Romanova, pelo menos vejo que ele está cerrando a mandíbula de desgosto.
E Ilona. Ela voltou de uma viagem que paguei. Ela estava em algum lugar nas Maldivas. Não tenho nada contra encontrá-la.
Sei que vou discutir com Sagitário agora e atividades na cama, depois de todo esse stresse séria o ideal, não seria? Sim, acho que não me faria m*al relaxar agora.
Mas primeiro o mais importante: Paulo. Depois irei até Ilona e as suas carícias persistentes, que deveriam me convencer de que nas ilhas ela só pensava em mim e era fiel.
Eu sorrio com os meus próprios pensamentos. Eu não me importo, certo? Absolutamente.
O principal é que ela esteja limpa, pego o meu celular e verifico as mensagens da clínica. Ilona teve que fazer o teste depois de retornar. Procedimento padrão que combinei com ela. Deixe que me chamem de louco e cínico. Sim, eu sou assim. As mulheres só vão para a minha cama depois de serem testadas no meu próprio laboratório.
Ilona está acostumada com isso. Sou um cavalheiro muito conveniente para ela. Então.
— Olá, Paulo, o que aconteceu?
— Você contou para ela?
— Não tínhamos combinado de esperar?
— Eu não podia esperar mais.
— Romeu, você só fez ela fugir.
Na verdade, o Paulo pode estar certo, ele conhecia toda a situação desde o início. E... na minha opinião, ele está interessado que a senhora fique sem a filha, não?
— Sim. Eu propus a ela. E não acho que ela vai fugir. Para onde ela, iria?
— E ela recusou. Sagitário afirma um fato.
— Sim. Na verdade, eu achei que ela iria me matar.
Só nesse momento, eu entendi que essa Anastácia não é como as mulheres do meu mundo. E, é claro, Branca de Neve não consegue perceber imediatamente quais perspectivas o fato de ela se tornar uma milionária em dólares abre para ela.
Mas continuaremos trabalhando nessa direção. Talvez baixemos um pouco o preço. Não vamos aumentar, mas vamos diminuir! Deixe-o ter medo de não receber nada.
Embora ela possa não ter medo.
— OK. Hoje terminei com esse assunto, voltarei à questão amanhã.
— Queria mais alguma coisa, Sagitário?
— Bem, ela bloqueou o meu telefone.
Ah-ah, problemas no paraíso? Falhas em casos amorosos?
— O que eu tenho a ver com isso?
— Eu só pensei, bem...
— Pensar é bom, Paulo. Pensar é útil. Só não venha até mim com isso agora! Afinal, uma linda garota está esperando por mim. Bronzeada e pronta.
Deixo Paulo no corredor e subo as escadas. Sei que Ilona está me esperando na sala de cima, à mesa posta.
Este é o nosso ritual. Jantar. Velas. Boa conversa. E então o quarto.
— Olá querido, estou com saudades.
Estranho. Eu não estou. De forma alguma. Nunca tive um momento de tédio com ela e agora, ela não me causa nada. A única coisa que me vem em mente é resolver as questões com uma... Branca de Neve.
Ilona é linda. Deliciosa. Suculenta.
Romeu, você precisa se animar, recobrar o juízo, você é um homem!
Durante o jantar, a minha luxuosa amante fala sobre as Maldivas, sobre mergulho, sobre ver arraias gigantes ou algum outro peixe. Não estou interessado, em nada do que ela fala.
Então ela me pergunta sobre Félix, lamentando que tal infortúnio tenha acontecido com ele. E de repente ela declara.
— Eu o encontrei uma vez, antes mesmo desse acidente. Ele me surpreendeu muito.
— Interessante?
— Bem... ah, desculpe, ele me perguntou se era possível fazer um teste de paternidade secretamente.
Uau! Isso é novidade. Então Felix ainda queria saber?
Obedecendo a um vago impulso, digo-lhe que Félix tem um filho, na verdade, uma filha e quero aceitá-la na família. Ilona sabe do meu problema e que os herdeiros de Felix podem continuar sendo meus únicos herdeiros.
— E como você vai negociar com a mãe da menina?
Estou em silêncio. Basicamente, não é da conta dela.
— Ah, Romeu! Não diga que você ofereceu dinheiro a ela!
Oferecer dinheiro por mercadorias é algo fora do comum? Não entendo a lógica das pessoas que não têm dinheiro suficiente.
— Você sabe, Romeu, que isso na verdade é crime? Na verdade, ela pode fazer com que você seja preso por isso.
— Engraçado! Então, porque eu só quero devolver o bebê do meu irmão, serei preso? Eu? Romeu Vishnevsky? Sim, p**o tantos impostos a este estado que é possível manter uma cidade inteira no balanço por mais de um ano! E serei preso por resgatar uma criança? Não me faça rir.
— Eu estou apenas te avisando, Romeu.
— Maravilhoso. Eu te ouvi.
A noite foi bastante banal e chata, considerando que realmente não via Ilona há muito tempo.
E de manhã Anastacia me ligou.
ANASTÁCIA.
Disco o número, as minhas mãos tremem... estou com medo. Na verdade, estou com muito medo porque...
Porque toda essa situação pode me atingir primeiro.
E para ele... para ele, talvez nada aconteça!
Ele não se importa. Eu entendo isso.
Ele está totalmente... congelado! Sem sentimentos ou emoções!
Pelo menos é assim que eu o vejo. E... Paulo também.
Tive que ligar primeiro para Paulo, é claro, porque não tenho o número de telefone de Romeu. Ele parecia estar tentando me passar seu cartão de visita, mas eu estava tão nervosa que nem sei se ele conseguiu ou se eu o ignorei num acesso de raiva.
— Paulo, boa tarde.
— Boa tarde, Anastacia. Tudo está bem?
Como essas perguntas me enfurecem! Está tudo errado, ele sabe disso muito bem! O chefe dele quer comprar a minha filha, que tipo de bem, existe nisso?
— Paulo, posso ir direto ao assunto?
— Bem, vamos...
— Preciso do telefone dos seus superiores. Ou seja, o seu chefe Romeu.
Estou preocupada, estou extremamente preocupada, estou tremendo toda!
— Vou te mandar o número.
— Tudo bem.
— Anastacia, espere... aqueles. Escute-me. EU…
— Sim, o que?
— Há algo em que eu possa ajudá-la agora?
O que? Interessante? O dinheiro que o chefe dele prometeu me dar? Ou ajudar a gastá-lo? Dar uma festa? Deveríamos convidar algumas dançarinas gostosas com pouca responsabilidade social?
— Não, Paulo, obrigado. Eu consigo resolver isso sozinha.
— Anastácia. Eu entendo que você... você não está em condições agora de...
— Ah, não! Eu estou muito bem. É exatamente nisso que você está errado! Sou capaz de quebrar a cabeça de alguém. Mas, no momento, só uma me interessa.
— Anastácia, eu gosto muito de você. Muito. E eu... estou pronto para estar com você nesta situação.
— Você vai me ajudar a gastar o dinheiro? Não aguento, deixo escapar, soluçando.
— Ah, você está falando sério? É isso que você pensa sobre mim? Bem, é claro que não sou tão rico quanto Romeu Igorevich, mas tenho dinheiro. E posso me dar ao luxo de cortejar uma mulher de quem gosto porque gosto dela, e não porque o meu chefe lhe prometeu uma grande quantia.
— Tudo é meio complicado, Paulo. E não estou pronta para discutir isso agora, desculpe... Quero desligar, mas ele continua falando e eu escuto.
— Anastacia, quero ajudar você. Quero encontrar você, só para te apoiar. Eu posso ir?
— Agora, você não está no trabalho?
— No trabalho, mas...
— Fique no trabalho. Caso contrário, o chefe ficará infeliz. Estou esperando o número dele. Acho que ele vai gostar da minha contraproposta.
— Anastacia...
— Adeus, Paulo.
Ele tem uma voz tão rouca e linda. Mas eu não deveria ceder! Ele definitivamente está de acordo com o chefe. Deixe os dois levarem a culpa!
Eu recebo o número. Quero ligar agora mesmo, mas... estou com medo!
Estou fazendo café. Estou segurando uma caneca quente nas minhas mãos.
Quase sempre bebo café, mas às vezes, quando... quando está tudo muito ru*im, faço o meu com leite e açúcar. E eu gosto disso. Se ainda tem um pedaço de queijo salgado em casa! É quase um banquete dos Deuses para o meu nervosismo.
Acho um pedaço de café. Vai ficar perfeito com café.
Cinco minutos para você, Anastacia. Apenas cinco minutos.
Alice brinca num tapete educacional. Maria está na escola, feliz por ir para São Petersburgo.
E tenho café doce com leite e uma missão muito importante.
Eu tenho que fazer uma oferta que ele não pode recusar!
Sinto-me como Al Capone, ou Al Pacino..., em geral, a madrinha da máfia. Corleone! Aqui! Michele Corleone...
E eu sou Anastacia Corleone. Parece bom.
Bem, vamos lá, anjo da vingança! Hora de ligar.
— Romeu... Igorevich. Eu considerei a sua proposta. E quero voltar a esse assunto novamente. Hoje. No mesmo café. Em... Olho o meu relógio, e rapidamente decido. — Em três horas. Tenho certeza de que você está interessado na nossa conversa.
Eu desligo. E exalo.
Definitivamente uma madrinha! Apenas treme muito por algum motivo. Está tudo bem!
Inesperadamente, eu pulo e danço uma espécie de dança selvagem.
Eu vou ter sucesso! É isso!
Pego o telefone novamente. Outra chamada importante.
— Sim, Vladimir Vladimirovich. Sim, eu concordei.