Anástacia.
Claro, isso pode parecer estranho. Mas imediatamente percebi que a única decisão correta seria deixar Tacia estudar.
Ela não queria ir, chorou, disse que tinha que ficar com a criança.
— Ela é minha filha, sabia? Minha! Eu a amo tanto, que...
— Eu entendo, querida, eu entendo tudo! Mas você também entende! Esta é a sua chance de uma vida normal. Talvez seja a única chance! Em um ou dois anos, ninguém lhe dará essa chance. E então... daqui a um ou dois anos, a sua garota, não vai precisar mais de você! Talvez Anástacia volte e vá viver a sua vida com a sua filha.
— Ela não faria isso. Tacia sabe o quanto tenho me doado, para que ela possa ter um futuro melhor, e já tem meses, que ela simplesmente não entra em contato. Ela deve estar vivendo a vida dela, e não precisa de uma criança para atrapalhar.
Eu sabia que talvez Tácia estivesse certa. Que no futuro, Alice não se lembraria dela, e que já sentia que ela estava sendo deixada por sua verdadeira mãe! As crianças entendem e sentem. Maria entendeu que a sua mãe não existia mais. E então eu apareci. Então Tácia, quando ela voltar, o seu bebê vai entender tudo!
Eu precisei de muito, para explicar de alguma forma a Tácia que a partida dela não era um drama para um bebê, mesmo que isso não seja inteiramente verdade.
.....
— Estúpi*da, pare com isso! Ela é apenas um bebê e não vai se lembrar de nada. Você vai voltar, e ela vai te aceitar e vocês serão felizes, com uma vida muito melhor.
— Ela vai pensar que você é a mãe dela!
— Nada disso. Eu sou avó!
— Bem, que tipo de avó você é? Temos até o mesmo nome!
— Simples! Você me chama de mãe! Então a sua filha vai me chamar de vovó.
Eu não podia deixar Tásia perder a chance.
Ela estuda em Moscou, na universidade onde Leo lecionava. E então ele e a sua amiga ganharam um grande prêmio e foi oferecido para que elas fizessem um intercâmbio para estudar em Viena. Era uma grande chance!
Tasia era uma menina que sempre foi muito estudiosa.
Ao mesmo tempo, acidentalmente ela conheceu esse Felix. Um dos seus colegas de classe o apresentou. E ele imediatamente gostou da Tásia e, como ela disse, “eles erão como fogo e gasolina”. Ele queria levá-la para algum lugar, continuou fazendo planos. Ela contou a ele sobre estudar em Viena. Mas Félix acreditou que tudo isso era um capricho, prometeu que pagaria a educação dela em qualquer universidade do mundo.
Bobagem.
Ele simplesmente não sabia que Anástacia, minha garota, era igual a mim, não só no nome. E dinheiro não significa nada para ela.
O que era importante para ela não era estudar numa universidade de prestígio, mas que ela mesma tivesse a oportunidade de ir para lá, com os seus próprios meios.
Ela amava esse Felix. Eu sei. Ela disse que ele a ama também.
E então eles tiveram uma grande briga. Felix queria fazer algum tipo de corrida, Tásia achou muito perigoso e pediu para ele cancelar tudo. Mas…
Félix não a ouviu. Eles brigaram. Tasia estava esperando que ele fosse até ela e pedisse desculpas. E ele... ele acabou não indo. Depois de algum tempo, Tásia percebeu que estava esperando um filho.
Ela escreveu para ele. E... também mandou uma foto de sua barriga. Tudo em vão.
Então, Tásia de alguma forma viu a sua foto numa revista. Ele não estava sozinho. Abaixo da foto estava escrito: Felix Vishnevsky com a sua noiva.
Ela bloqueou o número dele. E ela disse que não se importava.
Claro que importava! Por que o travesseiro fica molhado pela manhã?
Pedi para ela se acalmar e não chorar. Eu disse a ela como isso era prejudicial para o bebê.
— Tásia, pare com isso, você ainda não deu à luz ao seu bebê, mas está me ensinando... ah... desculpe... Eu não tinha o verdadeiro direito de falar nada, o que eu sabia sobre isso? Eu nunca dei a luz, e nunca seria capaz de ter um filho no meu ventre.
Os médicos me disseram que eu só poderia esperar um milagre. Claro, eu acreditava em milagres, mas... Até agora, eu nunca consegui... Bem. Para isso preciso pelo menos de um homem decente. Onde eu consigo um? Eu tentei com Leo, durante os anos em que estivemos juntos, e depois com Gena. Na verdade, não posso culpá-lo pelo que aconteceu.
Existe, Paulo, parece uma opção válida. Mas se ele sabia o que o seu chefe queria de mim, por que ficou em silêncio? Ele disse que gostava de mim. E ele escondeu essas informações.
Embora eu entenda tudo. Chefe, trabalho, dinheiro. E... uma mulher com filhos... Claro, ele escolheu o chefe!
Esse chefe também é bom!
Ele poderia ser o meu marido.
Eu estava delirando ou o quê? Que marido? Onde estou e onde ele está? Somos muito diferentes.
Por outro lado... Se ao menos eu tivesse dito “sim”. O que ele faria?
Algo me disse que Romeu teria encontrado uma saída. E eu?
Penso em tudo isso, é claro, depois que Vladimir sai do meu apartamento.
E eu explico a ele brevemente. O que aconteceu e como acabei registando Alice como minha filha.
Achávamos que a criança ficaria comigo e não haveria problemas. Se o pai pródigo do nosso bebê desistiu da gravidez de Tásia, então ele não precisa da nossa filha. Então... que problemas poderiam haver? Sou basicamente uma avó. Além disso, somos homônimos, então... não precisaríamos explicar nada a ninguém!
Alice só tem o nome mãe na certidão de nascimento.
Anastasia Lvovna Romanova.
E eu também sou Anastasia Lvovna Romanova. Então…
Temos duas Anastasia Lvovnas, mas quem se importa qual delas é a mãe?
Foi exatamente isso que decidimos.
E quem pensou que um infortúnio aconteceria com Félix, e este Romeu sentiria vontade de procurar o seu filho?
Por que Tásia escreveu para esse idi*ota sobre a sua gravidez?
E agora o que posso fazer?
Continuar mentindo para ele, dizendo que eu sou a mãe?
Vladimir prometeu pensar sobre isso. Sobre o que fazer.
Sim, eu preciso pensar... Provavelmente preciso ligar para Tásia e trazê-la aqui. Mas se ela chegar agora e Romeu descobrir que ela é a mãe, ele não irá pressioná-la ainda mais?
Outra coisa é que ela está no meio dos estudos. É improvável que ela consiga escapar, ela ficará preocupada. Ou ela largará tudo e vira correndo! E todo o sacrifício, não terá tido nenhum valor.
O que fazer? O que devo fazer?
Estou quebrando a cabeça. E ainda tenho que trabalhar.
Um pensamento vem à mente: é bom que Gena pareça ter ficado para trás. Depois daquele encontro memorável com Paulo, ele não ligou mais, não escreveu, exigindo dinheiro.
E por volta das 10 horas a campainha toca.
— Olá, esposa, você sentiu a minha falta?
ROMEU
— Não posso casar com você, sou casada... E os meus olhos estão tão assustados.
Passei a noite toda repassando essa reunião e a conversa na minha cabeça.
Garota estúp*ida. Embora, que tipo de garota ela é? Trinta e dois anos, duas crianças...
Que tipo de mulher estou lidando?
Depois de me encontrar com ela, volto para casa, Ilona me acompanha, eu não me importo. Algo me diz que o conselho dela não será supérfluo.
Entramos em casa, ela me olha com um sorriso vitorioso.
— O que?
— Desculpe, não entendi. O que você quer dizer? Os seus olhos brilham como se eu tivesse prometido a ela dez milhões.
— Do que você está rindo?
— Bem, eu te avisei. Eu merecia um presente ou não?
Ela é uma va*ca egoísta!
— Ilona, não me faça perder a paciência.
— Bem, parece que a mãe da sua sobrinha não é como as mulheres que você está acostumado, não é mesmo?! Ela assoa os lábios, fazendo uma cara de sarcasmo. Eu sei que ela está brincando e zombando de mim.
— Pare com esse “bem”, eu já disse para você o quanto isso me irrita.
— Uau! Bem... opa. Ela ri descaradamente. — Romeu, você prometeu um carro, um novo, Infinity, lembra?
— Qual é o problema do seu carro?
— Sem, problemas. Apenas o cinzeiro que está cheio.
— Você não fuma!
— Bem, é uma piada, Romeu.
— Eu não gostei da piada, e você está me fazendo perder o meu tempo.
Entro na sala, pensando em para quem ligar e consultar sobre o que devo fazer com essa Romanova.
— Romeu, eu te ajudei hoje, não ajudei?
— Ajudou. Em que? Eu ergo uma sobrancelha para olhar para ela.
— E eu vou te ajudar muito mais. Você quer um conselho?
— Qual?
— Feminino, Romeu, puramente feminino! Ela sorri. Charmosa, descarada, mas eficaz.
— O seu conselho em troca do Infinity? É isso que você quer?
— Bem, eu, claro, não sou uma psicóloga, embora o conselho dele seja mais barato, mas... o meu pode te ajudar muito mais.
— Eu estou escutando.
— Posso contar com carro?
— Estou perdendo a paciência, Ilona!
— OK então. Já te disse que seria mais fácil para você se casar com ela?
— E o que eu fiz? Você está sugerindo que eu realmente faça isso?
— Eu sugiro que você dê em cima dela.
— O que?
— Deus, Romeu! Você realmente não está bem. Não está pensando com a cabeça? Namoro! Noivado! Casamento! Depois, você pega a criança e expulsa ela da sua vida. Ela claramente está definhando sem afeto masculino.
— O quê? Na verdade, estou um pouco chocado. — A minha... amante está me pedindo para iniciar um relacionamento com outra mulher?