Capítulo 7

2045 Words
— Grávida? — Ouço o ministro sussurrar pela quinta vez. Ou seria a sexta? Parei de contar quando ele sentou na poltrona e me ignorou completamente, como se estivesse absorto em seus próprios pensamentos. Sua fisionomia estava engraçada, por mais que eu quisesse rir, eu não conseguia, eu já estava voltando a me sentir nervosa com todo esse silêncio dele. A situação fica mais cômica quando nós dois ainda nus tentava ter de alguma forma uma conversa séria, ele parecia não ligar, mas eu queria era rir de nervoso. Penso que de todas as palavras que falei, ele só assimilou a palavra “grávida”, esquecendo o “acho” antes da mesma… Quem entende? — Ministro? — O chamei e me levantei para ficar em sua frente, balancei a minha mão em sua cara e ele nem se moveu. Ele parecia não me ouvir, seus olhos se mexiam como se ele pensasse várias coisas em simultâneo, pela primeira vez desde que nos conhecemos, ele não me via, era como se estivesse em outro lugar. — DMITRI, FALA ALGUMA COISA. — Gritei balançando seus ombros, quase que esfregando meus s***s em sua cara. Seus olhos focam nos meus e eu vejo o brilho voltar a eles o tirando do transe. — Se eu soubesse que você ficaria assim não… — Não me contaria a verdade? — Me cortou com o tom ameaçador e meu coração disparou. A última vez que ele dirigiu a palavra a mim dessa forma foi no dia que nos conhecemos e na minha casa, eu não gostei nadinha. E não estou gostando agora… Não gosto de me sentir insegura perto dele, não gosto mesmo! Tento me afastar dele, mas ele é mais rápido e segura meus dois braços com firmeza, me impedindo de sair do lugar. — Eu ia contar, sim, não tem porque eu guardar algo assim. Seria ridículo de minha parte, minha barriga pode crescer e ele logo saberia. — Como você esqueceu de algo tão simples? Era só tomar uma pílula. — Esquecendo! — Argumentei. Meu tom bravo nem se igualava ao seu tom irônico. Esses homens, pensam que só eles têm direito de esquecer alguma coisa. Minha vontade era encher a cara linda dele de tapas. — Isso não é resposta, Elisa. — Diz me soltando e passando a mão direita na cabeça demostrando seu nervosismo. Agora é Elisa, a pouco estava entre as minhas pernas me chamando de minha deusa… Que horror, esse pensamento é baixo até para mim… Mas é verdade! Penso contrariada, voltando a focar em nossa conversa. Ele parecia chateado comigo e eu sentia uma irritação crescer dentro de mim que ele nem imaginava, os tapas que eu queria dá nele não me parecia mais o suficiente, agora quero é socar a cara dele. Seria só um, já que ele não me deixaria dá o segundo… Não, esse negócio de soco não daria certo, nem sei fazer isso. Penso frustrada. Sorte dele que não sou violenta, depois que assistir ao filme “Na Mira da Morte” com Kátia, eu fico me imaginando no lugar daquela bailarina russa, usando o Frappé, esticando a minha perna e dando um golpe certeiro nas fuças de alguém. Talvez naquele segurança que me parou no metrô pelo simples fato de eu ser uma n***a e está correndo, ou usar nesse momento no ministro que está merecendo e muito. Mas a quem quero enganar? Prefiro mesmo é beijar a boca do ministro, ganho mais, contudo, não farei agora porque ele não é merecedor de beijo algum. Onde já se viu? Dando-me bronca. Além disso, a violência nunca deve ser a primeira opção de ninguém para resolver uma discussão. É com esse pensamento que o questiono, cruzando meus braços em meus s***s, me sentindo exposta de repente. — E você quer que eu diga o quê? Quer que eu diga que me esqueci de tomar a pílula porque transamos muito e meu corpo ficou tão cansado que acabei não escutando o som do despertador? — Perguntei zangada. — Isso não, é algo que se diga ministro, é ridículo de se dizer. Eu não fiz de propósito caramba, eu quero que ele entenda isso, nunca que traria um filho nessa situação que estamos vivendo, ainda mais sem conversarmos antes a respeito desse assunto… Meu Deus, eu nunca me imaginei sendo mãe. Minha mente se encontrava em um turbilhão, minha vontade agora era chorar e me entupir de besteira assistindo aos filmes de Keanu Reeves, isso sempre me acalma. — Essa, sim, é uma resposta satisfatória. — Ele respondeu de repente rindo. — Qual é a graça? — Nem sei o porquê estou rindo. — Isso soa bem ridículo vindo de você, ministro. — Ele me encarou por um instante novamente com o olhar ameaçador. — Minha deusa, sua ousadia me excita, talvez seja por isso que eu permita que você fale assim comigo, mas não abuse de minha paciência, não queira conhecer o meu lado difícil. — Sua voz estava calma e o sorriso não saiu de seus lábios, mas alguma coisa dentro de mim sabia que ele falava sério. Recuei um passo, alarmada, mas ele é mais rápido e segurou o meu braço. — Não pense besteira nessa sua mente, eu não bato em mulheres, mas posso te punir usando o sexo e você me odiaria e me amaria ao mesmo tempo. — Riu ao ouvir as suas palavras. — Como serei punida por algo que me dar prazer? — E quem disse que você teria prazer? — Você não faria isso… — Você quer pagar para ver? — Não quero pagar para ver nada, chega dessa conversa e vamos voltar ao que interessa. — Rebati puxando o meu braço e sentando na ponta da cama, de frente para ele. Eu com toda certeza ficaria com raiva se ele tirasse o meu prazer e eu não duvido nada que ele conseguiria fazer isso. Ele continuava a rir, não sei se estava rindo de mim ou da situação. Eu não sei nem onde ele estava achando graça nessa situação. Eu que não estava achando graça, fiquei com a cara fechada. Ele notando minha contrariedade, desfez o sorriso, então descido voltar a nossa conversa anterior. — O que você tem a dizer, ministro? Pensa que se eu estiver grávida fiz sozinha? — Eu ainda estou absorvendo a notícia. — Se estiver cogitando, eu não vou tirar essa criança, se você não a querer, eu vou embora, posso cuidar dela sozinha, volto para o Brasil, agora que Joel está preso, estou… “Livre”. — Era o que eu ia dizer antes dele me interromper bruscamente. — Você está louca? Ninguém vai para p***a do Brasil coisíssima nenhuma. — Esbravejou, levantou e caminhou em minha direção pisando duro, parando em minha frente. — Quem disse que você vai tirar meu filho? Nunca que eu pediria isso. — Então, por que está agindo assim? — Levantei meus olhos encarando-o nos olhos, para não ficar encarando seu pênis, a minha frente, que balançava toda vez que ele falava. Mordi meus lábios suprimindo a vontade de tomá-lo em minha boca. Que loucura, parece que quando estou com ele fico excitada o tempo todo, me tornei uma pervertida… Kátia que não me ouça falar isso. — Assim como? — Perguntou com um sorriso sínico, como se dissesse: Sei o que você quer. — Eu já disse, que nem um babaca. — Coloco minhas duas mãos para trás apoiando-as no colchão, sustentando meu corpo e deixando os meus s***s exposto. Ele fitou meus s***s e seu sorriso sínico se ampliou. Descarado. Penso retribuindo o sorriso. — Ainda esperando uma resposta, ministro. — Ele desfaz seu sorriso e tornou a olhar para mim. — Porque estou nervoso, eu nunca cheguei a pensar que teríamos um filho. — Sou uma mulher jovem de vinte e três anos e fértil, claro que quero filhos, só não imaginei que pudesse acontecer tão cedo. — Sei disso, minha deusa! — Então o quê? Não estou entendendo ministro. — Eu… Estou com medo. — Medo? De quê? — Só faz poucos anos que perdi a minha filha, eu pensei que não sentiria mais a emoção de ter um filho, então conheci você e muita coisa mudou em minha vida… Um filho? Eu não quero falhar com essa criança, não dessa vez. — Posso nem está grávida, por que sofrer antecipado? — A questão não é essa, Elisa, eu estou preocupado e tenho medo de não proteger vocês. Ele parece carregar o peso nas costas, eu queria poder ajudá-lo, mas como? Sinto um fardo em mim também, mas ele meio que aliviou depois que Joel foi preso e tudo graças ao ministro, minha dívida com ele só aumenta. Ele se afastou de mim com um olhar perdido, se aproximou da porta da varanda e ficou observando o céu através do vidro e por incrível que pareça para mim, ele estava começando a ficar e******o. Sua ereção deve está o incomodando e muito, mas a sua postura rígida me dizia que a última coisa que ele pensava agora era no desconforto que o seu pênis estava causando-lhe. Já a minha cabeça parecia gostar de ser multitarefas, focava na conversa e na vontade de tocar no corpo do ministro, mas ignoro a vontade que sinto em aliviar a tensão s****l dele e a minha e foco em nossa conversa outra vez. — Talvez seja egoísmo meu, mas eu não imagino passar por tudo isso sem você. Lidar com essas ameaças, a prisão de Joel e até essa possível gravidez e tudo que seguirá. — Confessei, levantando e o abraçando por trás. — Eu nunca deixaria você sozinha, minha deusa. — Ele virou em minha direção e colocou as mãos em minha cintura, se for preciso deixo até a minha função como ministro, mas vocês serão minhas prioridades. — Foram dias difíceis. — Exprimi com a voz de choro sentindo-me cansada de repente. Eu ainda estou conhecendo o ministro e agora posso estar gerando uma vida dentro de mim, algo que nem eu e nem ele estamos preparados. — Nem me fale, mas passaremos por isso junto como qualquer outro casal normal. O problema é que não somos um casal normal. Casais normais não têm homens estranhos, tentado matá-los, mas a sua convicção era o que eu precisava, eu sei que vamos passar por isso, se estivermos juntos, eu sei… Não consigo mais segurar o choro e desabo em seus braços. Choro por um tempo, enquanto ele afaga os meus cabelos de uma forma que só ele consegue fazer, me excita e me acalma simultaneamente. É ótimo ter alguém que cuida da gente, é ótimo mesmo! — Você é alguém que toma sempre decisões difíceis, ministro. — Sussurrei. — Exatamente! Mas cuidar de você nunca foi e nunca será uma decisão difícil. — Isso já faz parte de você, se importar tanto com as pessoas. Você quer deixar de ser o ministro, mas supõe que consegue? — Sei que serei sempre ministro, vou sempre cuidar de meu povo, mas agora não posso ser apenas o ministro, não seria justo. Agora tenho você e se você estiver grávida, terei meu filho… — Ou filha. — Sugeri me afastando de seu abraço e sorrindo. — Ou filha. — Ele sorrir ao dizer. — Eu sempre coloquei o meu país primeiro, e me orgulhava disso. — Não se orgulha mais? — Não, não me orgulho! Você me ensinou que a família precisa está em primeiro lugar. — Quando foi isso? — Vejo o jeito que você e as meninas se tratam, agem como família e isso mexe comigo de alguma forma, você acolheu pessoas estranhas em sua casa, eu era um estranho para você, mas ainda assim você viu o melhor em mim. — Você é um homem bom, ministro, eu vejo isso, você é um herói para mim e as meninas, mas se fecha, não deixa as pessoas te conhecerem, como estou conhecendo e como o senhor Medvedev conhece. — Às vezes as pessoas não precisa de um herói, às vezes elas precisam de um monstro. — Você não é um monstro, não diga isso. — Peço horrorizada.
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