Nada tirava a satisfação no rosto de Ricardo enquanto ele voltava para casa, a sua raiva estava sob controle, e ele finalmente poderia dormir em paz. Assim que estaciona o seu carro ele desce até o laboratório, ele precisava conversar com Xavier, por mais que ele não quisesse fazer isso, era necessário.
Quando entra ele encontra Xavier no lugar de sempre em frente ao computador, ele aproxima-se puxa uma cadeira e se senta ao lado dele.
_ Diga chefe. - diz Xavier virando-se para Ricardo, a mesma expressão de sempre.
_ Acho que eu te devo desculpas. - diz Ricardo um pouco constrangido, Xavier o olha com a sobrancelha arqueada.
_ Em minha defesa eu só fiquei perto da sua irmã quando você pediu, e no casamento por que ela me escolheu, não eu. - Ricardo ouvia as palavras de Xavier com atenção e sabia que ele estava certo, ele tinha agido como criança naquela história.
_ Eu sei Xavier, confio muito em você, caso contrário não tinha te pedido para me acompanhar naquele dia. - Ricardo sabia que o seu ciúmes havia feito com que ele visse o seu amigo de forma diferente, algo que ele nunca faria se estivesse pensando de forma racional.
_ Eu não me vejo com alguém tão doce quanto ela chefe, na verdade, acho que nem saberia como tratar alguém assim. - diz ele com o seu olhar longe.
Ricardo suspira, ele conhecia o passado de Xavier e sabia as marcas que ele carregava, mas não era por isso que o seu amigo era menos digno de amor.
_ Não penso assim, você mais do que todos nós, sabe tratar bem uma mulher. Se lembra das crises da Síria? A única pessoa que conseguia chegar até ela era você. Por mais que me doa dizer isso, se tem uma pessoa que eu confiaria Mel essa pessoa seria você. - Xavier ouvia chocado as palavras do seu chefe, ele não esperava que ele fosse dizer aquilo, mas até aquele momento ele não tinha olhado para a pequena Mel com malícia, pelo contrário.
_ Obrigada chefe, mas eu não tenho esse tipo de sentimento por ela. - diz Xavier com sinceridade.
_ Tudo bem, agradeço a sua sinceridade, e espero que se isso mudar você fale comigo, sabe que não gosto de mentiras. - diz Ricardo o encarando serio.
_ Eu sei, e jamais faria isso. - Ricardo apenas assente e sai o deixando só. Assim que sai do elevador ele encontra com Aurélio na sua sala.
_ Bora pra farra. - chama ele sorrindo, Ricardo se aproxima e se deixa cair ao lado dele.
_ Não tô a fim. - diz ele.
_ Qual é Ricardo! Você precisa de uma distração, e eu preciso pegar alguém. - diz ele com um sorriso cínico.
_ Você nunca aprende Aurélio. - diz Ricardo balançando a cabeça.
_ Por que não aproveitar, o próximo a casar é o Xavier mesmo. - diz dando de ombros.
_ Não fala isso. - diz Ricardo. Aurélio se vira olhando nos seus olhos.
_ Acho que você está errado, já conheci algumas meninas como a sua irmã, ela não vai desistir tão fácil. - aquilo deixa Ricardo chateado.
_ Não compare a minha irmã com as suas putas Aurélio!
_ Você me entendeu Ricardo. - diz ele serio.
_ Se vai matar ele eu ajudo a sumir com o corpo. - diz Yuri entrando na mansão.
_ Não foi embora ainda Russo? - pergunta Ricardo surpreso.
_ Não, tenho algo para fazer aqui antes de ir.
_ Eu sei bem o que é, assim como sei que você é um homem morto quando ele descobrir. - diz Aurélio rindo, Yuri fecha a cara e joga uma almofada em Aurélio.
_ O que eu perdi? - pergunta Ricardo alheio ao que eles falavam.
_ Não é nada. - responde Yuri.
_ Por enquanto. - diz Aurélio o provocando.
_ Acho que vou topar aquela bebida. - diz Ricardo suspirando.
_ Eu dirijo. - diz Yuri sorrindo.
Juntos eles seguem para uma boate badalada da cidade, o lugar era neutro, então qualquer máfia ou facção podia frequentar sem problemas, era o tipo de lugar que sempre podia se esperar uma briga, e isso deixa Ricardo atento.
_ Fala sério! Sabe que isso não vai prestar. - diz Ricardo quando saem do carro em frente a boate.
_ Exatamente! Hoje eu tó a fim de bater em alguém. - diz Aurélio sorrindo.
_ Então é dois, quem sabe eu acho um j**a aí para descontar o último ataque. - diz Yuri sorrindo para Aurélio.
_ Esse é o espírito meu bom, - diz sorrindo. - Larga de ser careta Ricardo.
_ Vocês não acham que são velhos demais para isso? - pergunta Ricardo.
_ Fale por você. - diz Aurélio. Assim que eles chegam a porta um segurança entrega uma sexta a cada um.
_ Sem armas. - diz ele serio. Eles tiram as suas armas e o segurança passa o detector de metal para verificar. - Estamos de olho Don Aurélio.
_ Qual é! - diz ele chateado, Aurélio tinha história naquela boate.
Quando eles entram o som alto da boate os atinge, e como esperado havia várias pessoas de outras máfias e negócios escuros, assim que eles entram o salão para por um segundo os observando.
_ Que isso gente! - grita Aurélio. - Hoje eu só quero beber.
As pessoas voltam a se divertir e eles seguem até o bar, Ricardo sorria com o comportamento de Aurélio, ele podia imaginar que ele devia ter dado trabalho na boate algumas vezes.
_ Está sumido Don Aurélio. - diz uma garçonete se aproximando dele.
_ Oi Susy, eu não ganho um beijo de bem vindo. - diz ele puxando-a para si. Ela segura o seu rosto e dá-lhe um beijo estralado nos lábios. - Só isso!
_ Não reclame Don. - diz ela piscando para ele. - O que vão querer rapazes.
_ Cerveja. - diz Yuri.
_ Whisky - diz Ricardo.
_ Vodka pura gata. - diz Aurélio dando um tapa na b***a da garçonete quando ela passa.
_ Tó pressentindo que a noite vai ser longa. - diz Ricardo suspirando, Yuri olha para ele e cai na risada, ele imaginava o que Ricardo estava pensando, ele teria que ser babá de Aurélio aquela noite.