Estela observava Ricardo dirigir como um louco pelas ruas da cidade, o seu rosto cheio de preocupação, ela nunca o tinha visto daquela forma.
As mãos dele seguravam tão forte o volante que os seus dedos estavam brancos. Assim que para no hospital uma médica se aproxima com uma maca e um enfermeiro. Quando o enfermeiro tenta pegar Estela no carro Ricardo o pega pela camisa o arremessando longe.
_ Não toque na minha esposa p***a! - rosna ele com os punhos serrados, naquele momento Ricardo não queria saber se o homem a sua frente era um enfermeiro, ele não permitiria que outro homem toca-se Estela, ela era sua e apenas ele poderia tocá-la.
_ Senhor Algustini, precisamos atendê-la. - diz a médica se aproximando.
_ Arrume uma enfermeira, não vou permitir que outro homem toque a minha esposa. - diz ele com o maxilar serrado, a médica engole em seco vendo o seu olhar sombrio.
_ Vou providenciar. - diz ela voltando para dentro do hospital, Ricardo pega Estela com cuidado e a coloca na maca, logo a médica retorna com uma enfermeira ao seu lado. Rapidamente eles entram e levam Estela para uma sala impedindo Ricardo de entrar.
Ricardo parecia que ia ter um treco enquanto esperava por notícias de Estela, ele andava de um lado pelo outro tentando se acalmar. Alguns minutos depois a médica sai da sala.
_ Como ela está? - pergunta Ricardo.
_ As costelas dela saíram do lugar com a queda, já cuidamos disso, mas ela não vai poder se mexer por um tempo. - diz a médica, quando ela vê a expressão de Ricardo dá um passo para trás o medo enchendo o seu peito.
_ Posso vê-la? - pergunta com os dentes serrados.
_ Si... sim. - gagueja a médica, ela nunca tinha visto alguém tão furioso na sua vida. O homem a sua frente com toda certeza não era alguém que ela gostaria de encontrar numa noite escura.
Ricardo ignora a médica e entra para ver Estela, ela estava deitada numa cama com os lábios pálidos, mas quando o vê um pequeno sorriso curva os seus lábios.
_ Oi. - diz ela quando ele para a sua frente.
_ Quase me mata do coração querida. - diz ele dando um beijo na sua testa e sentando-se ao seu lado.
_ Estou bem. - ele não era cego podia ver no seu rosto que ela estava sentindo muita dor. A médica entra novamente na sala com uma bandeja com soro.
_ Essa medicação vai ajudar com a dor senhora Algustini, vamos mantê-la aqui para observação, não queremos que nada de ru*m aconteça com você.
_ Transfira ela para um quarto melhor, quero que a minha esposa fique o mais confortável possível. - diz Ricardo encarando a médica.
_ Sim senhor. - diz a médica saindo rapidamente da sala após colocar o soro com o remédio. Estela o encara com a sobrancelha arqueada.
_ O que foi? - pergunta ele mais suave se aproximando de Estela.
_ Você foi grosso com ela.
_ Não, apenas pedi de forma mais exigente. - diz ele sem dar o braço a torcer.
_ Ela estava com medo de você Ricardo. - insiste Estela. Ela estava vendo um lado dele que não conhecia, o lado possessivo.
_ Não pode me culpar por querer o melhor para minha esposa, fiquei muito preocupado. - diz ele dando um beijo na sua mão.
_ Desculpe, não queria te preocupar. - responde ela.
_ Isso não foi culpa sua, mas daquele i****a que não olha por onde anda. - diz ele trancando os dentes. Estela estende a mão e toca o seu rosto.
_ Vai ficar com rugas se continuar com essa cara. - Ricardo pisca olhando nos seus olhos, então ri com as suas palavras.
Uma enfermeira entra alguns minutos depois e leva Estela para outro quarto, um bem maior que aquele, tinha até uma pequena cozinha no quarto.
_ Vamos monitorá-la senhor Algustini, me chame se precisar de algo. - diz a médica antes de sair rapidamente do quarto, os seus instintos apitando para ela deixar logo aquele lugar.
Ricardo dá a volta e se deita ao lado de Estela, por sorte a cama em que ela estava era bem maior que a outra, ela apoia-se nele suspirando.
_ Descanse, não vou sair daqui. - diz ele abraçando-a com cuidado. Estela se aconchega a ele e lentamente cai no sono, Ricardo não dorme a raiva ainda o corroía por dentro, planos se formando na sua cabeça para encontrar o homem que havia ferido a sua esposa, mas ele não podia deixá-la sozinha. Praguejando ele tenta esquecer o seu plano de vingança.
Era de madrugada quando Ricardo tinha recebido uma mensagem de Charles, junto tinha a foto de um galpão em chamas, ele sorri com aquilo, sabia que a Yakuza estaria em alvoroço naquele momento, ou batendo na sua porta atrás de vingança, ele não se importava, já tinha tomado precauções caso eles resolvessem lhe atacar.
Quando Estela acorda no outro dia, a sua boca se enche de água ao sentir o cheiro da comida no quarto. Por causa do incidente que tinha acontecido ela não tinha comido nada, então estava com muita fome.
_ Bom dia. - diz Ricardo se aproximando com uma bandeja na mão.
_ Bom dia. - diz ela enquanto olhava a bandeja na sua frente.
_ Pelo que vejo está com fome. - diz ele sorrindo, ela apenas assente. - Espero que goste, eu mesmo fiz.
Estela olha surpresa para a tigela de sopa a sua frente, a aparência era boa, e o cheiro melhor ainda. Com cuidado Ricardo a alimenta, desta vez ela não retruca, apenas se permite ser mimada um pouco.
_ Pelo que vejo está melhor senhora Algustini. - diz a médica entrando com uma prancheta na mão.
_ Sim doutora, estou melhor. - responde.
_ Isso é bom, mas ainda temos que tomar algumas precauções.
_ Quando poderemos ir? Estou pensando em voltarmos. - diz Ricardo.
_ A situação dela é delicada senhor Algustini, não seria bom que ela ficasse se movendo. - diz a médica.
_ Tenho tudo o que preciso no jato. - responde ele.
_ Precisa ao menos de um médico para acompanhá-la se pretende mesmo viajar, não posso liberá-la sem ter certeza de que ela será bem assistida.
_ Ele já está esperando no aeroporto. - Ricardo tinha pensado muito durante a noite, e não queria arriscar a segurança de Estela ainda mais, então seria melhor que eles retornassem, na mansão ele tinha tudo o que precisava e alguém para ficar de olho nela.
_ Tudo bem, - diz a médica cedendo. - Vou preparar a documentação.
Estela assistia em silêncio a conversa deles, mas pela expressão de Ricardo ela sabia que devia ter algo mais acontecendo, e assim que estivessem sozinhos ela descobriria.