— o que está acontecendo com nós dois? Estamos carentes é isso? — pergunto me afastando dele — precisamos sair e beijar umas bocas por ai, antes que estragamos nossa amizade por causa dos hormônios — me levanto e caminho em direção a porta.
— Você tem razão! — ele abaixa a cabeça e vejo a tristeza tomar conta do seu olhar.
— Vamos? Amanhã temos aula!
— Minha aula é só depois do intervalo, tenho prova! — diz enfadado.
— Você estudou? — tento concertar o clima r**m que está entre nós, mas sem sucesso.
— Sim! Estudei ontem a noite e hoje quando acordei. — tranca a porta, e solta uma respiração frustrado.
Leonardo
Vou confessar que não me importaria nem um pouco de amar ela ali no chão vida minha sala, mas preciso ter calma, preciso dar o espaço dela e o tempo necessário para ela, o difícil é conseguir ficar próximo a ela e não sentir nada. Todos os dias nós vemos porque estudamos na mesma universidade, eu faço direito, ela jornalismo, ambos indo para o último ano, quando decidimos fazer faculdade escolhemos no mesmo campus para poder “pegar” carona na hora de ir embora, mais na verdade eu queria era não me afastar dela, por que sei que a vida de quem estuda e trabalha é corrida, e tinha medo do afastamento, mas foi o contrário a faculdade só nos aproximou e nos afastou da Jéssica.
***
Vou para a faculdade, entro na sala já atrasado para a prova, nem estou com cabeça para fazer, não consegui dormir um minuto se quer essa noite. Mas preciso passar nessa matéria! Sou um dos últimos a terminar a prova, saiu da sala sem olhar ao meu redor, estou com a cabeça pesada devido à noite m*l dormida, Lorena me surpreende puxando meu braço me tirando dos meus devaneios.
— Bom dia! Tá perdido é? — Abre um sorriso que faz meu coração acelerar.
— Bom dia, coisa linda! Meu depois dessa prova eu precisava era de um litro de cachaça — abro um sorriso fraco, ainda estou envergonhado pelo que quase aconteceu ontem.
— Olha até que não seria má ideia, porém esta é na hora do almoço! Vem te p**o um almoço e você me diz como foi sua prova — me arrasta sorridente para fora do campus.
Fico encantado, quando ela está feliz feito uma menininha. — Conto a ela o como foi minha prova, que ouviu atentamente.
— Você não estudou né? — Pergunta.
— Estudei po! Mas não caiu quase nada sobre o que estudei, acho que pego DP! — Respondo aflito.
— Fica tranquilo, se pegar DP venho com você para não se sentir sozinho tá? — Solta uma gargalhada — Mentira acho que vou pegar DP também — abre um sorrisinho sacana.
— Não acredito Lorena? E você diz isso nessa calma? — Pergunto surpreso.
— Acredite! Tirei 1,5. A prova do começo do mês, tudo culpa do embuste do Lucas — diz e o brilho nos seus olhos some — ele me ligou minutos antes de eu entrar para fazer a prova. — suspira.
— Ah que vontade de quebrar a cara daquele... — Respiro fundo cheio de raiva.
— Você não vai fazer nada! Me reprende — Pelo menos vai ter companhia nas férias quando todo mundo tiver viajando e nós dois aqui cumprindo DP. — Ela sorri.
— Você é única mesmo viu! Vamos que não quero chegar atrasado no escritório! — me levanto.
— Nossa tenho que fazer uma visita na TV hoje! — Diz se levantando com a voz baixa.
— Ah não acredito! — a abraço surpreso.
— Às 15 horas! — confirma sorridente.
— Ah vai dar tudo certo! — Digo abraçado com ela — Então esse é o motivo de tanta felicidade? – Pergunto.
— Claro! Você sabe o quanto espero por isso! Finalmente vou poder sair daquele escritório sufocante que trabalho — suspira sorrindo.
— Gostaria de poder te levar! Mas não vou poder sair do escritório a tarde. — Sinto o desanimo me abater.
— Não esquenta! Minha mãe vai me emprestar o carro! — Sorri batendo palmas.
— Está confiante para dirigir? — Pergunto preocupado.
— Claro! Tirei habilitação para isso né?
— Ah lógico né! Mas morre de medo pegar em um volante. — Respondo sarcástico
— Vamos só vou pagar a conta — caminha até o caixa — Pronto vamos! — Oh comprei um chocolate para acalmar seu dia! — joga para o alto.
— Ah sua linda, obrigada! — Sorrio
Me sinto como um adolescente apaixonado. Fomos para o carro, ela liga o rádio e começa a passear entre as estações, até que ela para em uma.
— Nossa adoro essa música! Diz aumentando o volume
“Não quero ser precipitado
Muito menos te assustar
Mas é nesse teu sorriso
Que o meu beijo quer morar”
— Ela é linda mesmo! — Coloco minha mão na sua perna enquanto olho para a o volante.
— “Conheci o amor
Só de te olhar
Tava quase congelando
Você veio pra esquentar
Conheci o amor
E ele me fez ver
Que eu voei tempo demais
Deixa eu pousar em você” — cantarola, segurando minha mão
— Sua voz e linda sabia? — Sorrio ao dizer.
— Para! Não viaja! — coloca as mãos no rosto.
— Tá bom então! Digo sarcástico
Ela pega o celular, envia alguma mensagem, e guarda na bolsa novamente.
— Me deixa lá no restaurante! Vou passar lá para pegar o carro! — Diz roendo uma das unhas.
— Tá bom! Promete ter cuidado? É a primeira vez que dirige sozinha, se bater o carro da sua mãe ela vai te matar. — Alerto ela.
— Relaxa! Vou sobreviver! Quando chegar lá te envio uma mensagem, para você ficar tranquilo ok? — Continua Sorrindo.
— Prontinho! Ok! Me mantenha informado por favor. — Seguro sua mão — e depois me conta como foi! — Me aproximo do seu rosto.
— Tá bom pode deixar! — Ela se aproxima e dá um beijo demorado em meu rosto.
— Boa sorte! Deus te acompanhe! — Sussurro me aproximando olhando em seus olhos.
— Obrigada! Fica torcendo por mim! — Ela cola nossos lábios num beijo rápido e desce do carro, cantarolando e sorrindo.