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Meu nome é Gabriella, mas todos me chamam de Ella. Tenho 16 anos, sempre quis ser militar, mais precisamente da Marinha. Moro no Rio de Janeiro com a minha tia, que é Comandante de uma base militar da marinha aqui no Rio, e com meu tio que é Capitão de uma base militar do Exército.
Minha família e meu passado moram no Nordeste do país. Mas eu decidi seguir meu sonho e vim parar aqui.
Eu tinha esse sonho desde pequena. Comecei a me preparar para a prova com os meus 13 anos, mudei para uma escola bem puxada, e comecei a fazer vôlei para aumentar minha resistência (Você pode achar que é besteira, mas não é).
Fiz a prova com os meus 14 anos. Eu namorava na época. Ele me apoiava, era o que eu pensava. Quando vi meu resultado na prova passou uma voz na minha cabeça mais clara que a luz: 'Ella, seu sonho está se realizando'. Mas meu namorado não tinha visto isso como uma vitória, e sim, como uma perda. Lembro-me até hoje o que ele me disse para fazer com que eu escolhesse entre ele e o meu sonho: "Ella, sei que esse é o seu sonho, e que você sempre quis isso. Eu te amo, mas você terá que escolher entre eu e sua carreira". Lembro também o que disse a ele: "Eu nunca pensei que diria isso a um dos meus sonhos, para a coisa que eu mais desejei na minha vida, para a coisa que eu amei bastante, mas... ESTÁ TUDO TERMINADO ENTRE A GENTE, PAULO!", esse foi o meu primeiro relacionamento a acabar.
Eu nunca na minha vida ia trocar meu sonho por um cara. Eu quero um cara que me apoie e não que me faça escolher entre ele e o meu sonho, porque se fizer isso ele vai se magoar, pois entre o meu sonho e milhares de caras, eu escolho o meu sonho.
Quando meu relacionamento com Paulo acabou, eu estava ciente de que isso poderia acontecer, eu não chorei, eu também não fiquei deprimida. Às vezes chego a pensar que não fiquei assim, porque eu não gostava dele de verdade, mas sempre afasto esse pensamento.
também pensei que com a minha ida para o Rio, apareceria um cara melhor, que me fizesse esquecer o meu primeiro namorado. Mas se fosse ara entrar alguém na minha vida, ele já teria entrado há muito tempo.
Hoje estou concentrada em não dormir na aula de matemática, esse professor é muito chato. Às vezes eu me lembro da aula de matemática do outro colégio, quando eu estava no 9º ano, o professor, ao contrário deste, era muito mais legal, suas aulas eram bem animadas, eu tinha melhorado muito em matemática por causa dele.
Quando toca novamente, é para a aula de gramática, outra aula que não consigo suportar, o professor praticamente canta canções de ninar, só a voz dele me dá sono. E nem posso dormir, porque se dormir a louça do almoço é minha, e vá por mim, você não quer lavar a louça do almoço.
Fico bastante concentrada em não dormir. Em minha defesa, eu sou bastante inteligente e certinha, e posso querer dormir na aula desses professores, eu tiro boas notas mesmo, por que se eu não tirasse eu não estaria aqui. Certo?
Quando toca para a segunda aula de gramática, eu só falto chorar de alegria, mas essa alegria logo acaba, pois a coordenadora entra na sala, e todos temos que nos levantar e bater continência, só porque eu queria comemorar pela aula que passou. Mas a coordenadora não veio só, ela trouxe um aluno. Eu nunca o vi antes, deve ser novato. Ele me lembra muito um garoto que eu queria usar para esquecer o meu primeiro crush, sei que isso é maldade, por sorte, não usei. O garoto tem a pele bronzedada, com cabelo loiro e liso, e olhos alegres.
A coordenadora o apresenta a turma, e ele fica me encarando, quando percebo, começo a encarar ele também. Mas, a coordenadora percebe, e manda ele se sentar. Por sorte a carteira mais próxima é bem em frente a da minha melhor amiga Bianca, que senta a minha direita.
Pelo que escutei, ele vem de outro colégio e foi transferido para cá por causa de seu pai, que foi designado para trabalhar na base daqui, junto a minha tia. Eu não consegui escutar seu nome, mas vou descobrir com o tempo.
Após a aula, o garoto vem conversar comigo, sua voz é mais grossa do que imaginei, é muito bela: "Oi, meu nome é Pedro. E o seu é...?", fico bastante tímida ao falar com ele: "Meu nome é Ella, na realidade é Gabriella, mas todos me chamam de Ella", respondo em quase um sussurro. Ele olha para mim quase colando seu rosto ao meu e fala: "Que nome belo, Ella, tão belo quanto seus olhos negros que brilham em inocência", devo ter ficado corada, porque ele ri (um som maravilhoso por sinal), e falo também em um sussurro: "Os seus olhos também são belos", seus olhos são de um azul bem vívido. Ele olha para o celular que acaba de fazer um barulho de notificação, então diz: "Olha, Ella, meu pai acabou de chegar, então preciso ir. Espero que possamos conversar mais".
Ele me deixa , só com os meus pensamentos, que no momento estão na Terceira Guerra Mundial. Será que ele é a segunda chance que tanto pedi a Deus? Ou o cara que me fará esquecer o meu primeiro Namoro?
Hoje é quarta-feira, finalmente, falta mais dois dias para chegar o fim de semana, a única coisa que gosto na aula é porque posso ficar observando os cabelos de Pedro, que são claros como o sol, e me faz querer ser os raios dessa luz. Pedro sempre está conversando comigo, sempre me ajudando e me fazendo sorrir. Minhas amigas dizem que ele está apaixonado por mim, e eu por ele, mas eu sempre estou negando.
O sinal para a aula começar toca, Pedro começa a se sentar do meu lado, pelo que parece Bianca trocou de lugar com ele. Passo a aula toda olhando os cabelos de Pedro, quando do nada a professora aparece do meu lado: "Gabriella, tem algo de errado com o Pedro?", olho para a professora, que está me encarando com ódio nos olhos, e como não falo nada (Apenas fico corada), ela me pergunta: "Sobre o que eu estava falando?", olho para ela novamente, agora desesperada,mas depois olho para trás dela, e vejo que ela escreveu o assunto no quadro, então falo com muita segurança: "A senhora falava sobre a Origem do Universo." Ela olha para mim com menos raiva e fala: "Você escapou de lavar a louça", fico aliviada com o que ela diz.
O sinal para o almoço toca, e Pedro desce comigo, alegre como sempre. Mas, sinto que ele está diferente, ele está todo bobo, e toda vez que nos abraçamos, sinto embaixo de todos aqueles músculos, sua respiração vacilar. Como sempre, descemos abraçados, como se fossemos um casal, o povo da nossa sala fica shippando, mas fazer o que, né?
Conheço o Pedro há dois meses, mas sempre estamos juntos, e fico achando que é há mais tempo. Sei de tudo que Pedro gosta, sei a senha de seu celular, já fui a sua casa e conheço os seus pais. Já fizemos de tudo juntos, afinal, ele é meu melhor amigo, eu o amo, mas isso é só amizade. Certo?
Nem eu me entendo, eu nunca consigo entender as coisas com facilidade, sempre demora. Às vezes me arrependo disso... "Ella, o que foi? Você está pensando demais. No que está pensando, fofa?", olho para ele como se tivesse acordado de um sono profundo, e então respondo: "Nada, meu lindo, só estava pensando nas coisas de sempre", ele olha para mim como se não estivesse convencido, mas decide não questionar.
O sinal para a aula começar, toca. Então preciso rezar para não dormir e o professor não perceber meu olhar nos canelos de Pedro.
Durante a aula, por incrível que pareça, eu presto atenção, mas sinto um olhar quente sobre o meu corpo, então decido olhar na direção que vem o olhar. Quando viro meu rosto, um olhar se encontra com o de Pedro, ele não vira o rosto, ele apenas fica olhando para mim, ainda com o seu olhar quente, me encarando. E não preciso conhecer ele muito, para saber que vem bomba por aí.
A aula acaba e ligo para o meu tio, ele já sabe que quando ligo, ele não precisa atender, o toque já diz tudo, 'Vem me buscar.'
Pedro vem falar comigo, quando a aula acaba, pedindo para que eu não vá embora ainda, mas eu tenho que colocar uma venda, fico um pouco confusa, mas aceito. Coloco a venda, e ele pega na minha mão, e me leva para algum lugar. Quando ele pega na minha mão, sinto borboletas em meu estômago. Chegamos ao local, e ele manda eu tirar a venda, e quando tiro percebo o mundo a minha volta, estava todo mundo lá, e eles estavam segurando plaquinhas em forma de corações escrito 'Eu te amo.' Então olho para baixo e vejo Pedro ajoelhado na minha frente, ele começa seu discurso: "Ella, sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas... Você quer namorar comigo?" Olho ele sem entender, e naquele momento todas as minhas lembranças junto as minhas sensações vem há minha mente. Eu olho para Pedro que ainda está ajoelhado, e respondo: "Sim, claro que sim." Ele vem para perto de mim, e diz algo em meu ouvido que na minha cabeça é mais claro que a luz: "Eu te amo." Então ele olha nos meus olhos como no primeiro dia, e cola minha boca na dele.
Então consigo responder aquele pensamento que tive no início do ano. Pedro é minha segunda chance. E o cara que me fará esquecer o meu primeiro namoro,
Mas será que é mesmo?
PEDRO POVS
Estamos no dia 21 de abril, aniversário de Ella, faz quase um mês que a pedi em namoro. Eu e seu tio estamos planejando uma surpresa de aniversário de 17 anos, ela sempre pediu isso à tia, mas sua tia sempre achou isso perigoso e nunca deixou, mas seu tio queria que ela visse como é que é...
Hoje de noite faremos uma surpresa para que seu aniversário não passe batido. E daremos esse presente a ela. Tenho certeza que ela vai adorar.
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